15/03/2018 – 11h37

Enquanto vários países celebram o declínio no número de infecções pelo vírus HIV, as Filipinas seguem o caminho contrário. O número de diagnosticados com o HIV no país saltou de 5 mil casos, em 2006, para cerca de 56 mil, em 2016, segundo dados da Unaids, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o HIV. A previsão do Departamento de Saúde das Filipinas é de que o número de infectados pelo HIV no país ultrapasse 142 mil em 2020.

De acordo com a ONU, o número de casos diagnosticados desde 2010 nas Filipinas subiu 140%, fazendo com que a Filipinas tivesse o alastramento mais rápido do vírus na região da Ásia e Oceania.

Edsel Salvana, diretor do Instituto de Biologia Molecular e Biotecnologia da Universidade das Filipinas, explica que por trás dessa explosão de infecções está o subtipo AE do HIV. Este subtipo é mais agressivo, mais resistente aos medicamentos retrovirais e tem uma progressão mais rápida do HIV para a aids. Os jovens compõem a maioria a maioria dos Filipinos infectados por este subtipo.

Em entrevista à agência de notícias alemã Deutsche Welle, Salvana, o alastramento do subtipo AE pode desencadear uma nova epidemia do vírus que anularia os avanços conquistados nas últimas décadas.

“Não podemos pensar no HIV como um vírus único, mas como uma coleção de vírus que estão evoluindo, com uma nova mutação que pode desencadear uma nova epidemia. Os ganhos que fizemos na redução das taxas de infecção pelo HIV serão de curta duração sem pesquisa e tratamento para o subtipo de HIV AE. Isso é urgentemente necessário. Especificamente para as Filipinas, precisamos de mais cientistas dispostos a fazer trabalhos de pesquisa sobre o HIV”, explica Salvana.

Fonte: Opinião e Notícias