Rússia e Croácia disputam as quartas de final da Copa do Mundo de 2018 às 15h desse sábado (7). A anfitriã conta com apoio da torcida e a expectativa de vencer, pela primeira vez, um Mundial. Do outro lado, a Croácia também não sabe o que é vencer a uma Copa do Mundo.

Na luta contra aids, a Rússia fica atrás. A política de repressão do país impediu que os números fossem registrados e divulgados, o que gerou dados imprecisos sobre HIV no país e agravou a epidemia. Já na Croácia, das novas infecções, 87% foram entre os homens, sendo 61% atribuídas a HSH. Confira a seguir mais dados sobre esses países.

 

Rússia

Durante anos, a antiga União Soviética negou que existia infecções pelo vírus dentro de seu território. Os médicos foram pressionados a diagnosticar os casos como outras doenças e o governo não tomou medidas para proteger ou alertar o público sobre o que era a aids e como evitar a sua propagação. Assim, só no ano de 1987 foi documentada a primeira infecção por HIV na Rússia.

A política de repressão impediu que os números fossem registrados e divulgados, o que gerou dados imprecisos sobre HIV no país e agravou a epidemia. No entanto, dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodoc) revelam que, em 2016, 2,3% da população adulta faziam uso de drogas injetáveis – cerca de 1,8 milhões de pessoas. Os números ainda mostram que a cada três pessoas que injetam drogas em seu organismo, uma está infectada pelo HIV.

O número de pessoas infectadas pelo HIV, de acordo com o relatório do Unaids, publicado em 2016, é de 850 mil pessoas. No entanto, estima-se que há 500 mil que portam o vírus, mas ainda desconhecem sua sorologia. Desse total, apenas 37% está em tratamento, o que abre portas para aumento do número de novas infecções. Só no ano de 2015, foram registrados 98.177 mil novos casos de HIV. E, em 2014, 24 mil pessoas morreram por aids no país. No mesmo ano, o governo relatou que 34% das novas infecções pelo vírus são entre mulheres.

Homofobia

Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais sofrem constante perseguições, agressões e humilhações no país, ainda que a homossexualidade tenha sido descriminalizada em 1993. Esse contexto piorou desde que a chamada “lei de propaganda gay” foi aprovada pelos legisladores locais em 2013. A norma proíbe a distribuição para menores de idade de conteúdos que defendam os direitos LGBT ou equiparem relacionamentos heterossexuais a homossexuais.

O governo brasileiro lançou recentemente uma cartilha de recomendações para os torcedores que pretendem ir até a Copa da Rússia. A publicação de 134 páginas traz orientações sobre o que os turistas devem evitar no país, quais documentos são importantes para a viagem, além de dados sobre o clima e a moeda do país.

No material, o governo brasileiro recomenda que sejam evitadas quaisquer manifestações públicas sobre temas políticos, ideológicos, sociais e de orientação sexual. Uma mensagem semelhante partiu nesta sexta-feira do comitê de Relações Exteriores do Parlamento britânico, segundo o qual cidadãos LGBT correm um “risco significativo” não só pela possível “violência de grupos de justiceiros”, mas também por uma “falta de proteção adequada pelo Estado”.

Apesar de a constituição russa garantir assistência médica universal e gratuita para todos os seus cidadãos, na prática, os serviços são parcialmente limitados e, desde a dissolução da União Soviética, em 1990, a qualidade da saúde da população diminuiu consideravelmente. A falta de recursos também tem afetado a efetividade do sistema de saúde.

 

Croácia

A Croácia tem cerca de 1.500 pessoas vivendo com HIV/aids numa população de 4,1 milhões de habitantes. A incidência do HIV, por 100 mil habitantes é de 0.04 casos. Na faixa etária entre 15 e 49 anos, a prevalência é inferior a 0,1%.

Os primeiros casos de aids foram registrados e passaram a ser monitorados na Croácia em 1985. As relações sexuais desprotegidas são a maior causa da infecção, que vem aumentando mais na população de homens que fazem sexo com homens (HSH).

Das novas infecções na Croácia, 87% foram entre os homens, sendo 61% atribuídas a HSH; 18% a relações heterossexuais e 5,5% a usuários de drogas injetáveis.

Desde 2010, dez serviços de saúde na Croácia fornecem testagem gratuita para o HIV. Segundo a política local, o teste para o vírus não pode, jamais, ser obrigatório e todas as doações de sangue são testadas desde a metade dos anos 80.

O país é bastante conservador e predominantemente católico romano, com influência dos bispos. O programa de educação e saúde, que inclui algumas diretrizes de ensino sobre sexualidade nas escolas, foi cancelado pela Corte Constitucional em maio de 2013 sob alegação de que faltou debate público.

 

Mais números da Croácia

* Mortes por aids desde 1985: 201

* Mulheres maiores de 15 anos vivendo com HIV: 360

* Cobertura do tratamento antirretroviral: 89%

* Entre os usuários de drogas injetável a prevalência do HIV é menor que 1%

 

Redação da Agência de Notícias da Aids