Especialistas esportivos consideram que a Dinamarca chega à Copa do Mundo do Catar 2022 como uma das seleções favoritas do Grupo D para conquistar uma vaga nas oitavas de final do torneio.
A Dinamarca está localizada no norte da Europa, e é considerada uma nação extremamente desenvolvida, com um PIB (produto interno bruto) que corresponde à 397,1 bilhões USD.
Já a Tunísia, é uma república semipresidencialista, pertencente à África Setentrional. Seu governo é presidido pelo chefe de estado Kaïs Saïed e pela primeira ministra Najla Bouden Romdhane, desde 2021, sendo a primeira mulher na história do país a assumir tal posto.
Com PIB quase 10 vezes menor que a Dinamarca, o país tem a melhor economia global do continente africano, e tem uma saúde pública de boa qualidade, acima da média, se comparada a dos demais países africanos.
Desde os anos 1956, quando conquistou sua independência, a Tunísia investiu fortemente em infraestrutura e isto refletiu positivamente no sistema público de saúde, sendo motivo de orgulho para os tunisianos.
Todavia, nos últimos anos o país retrocedeu neste quesito, a corrupção e a liberalização favorável ao setor privado são alguns dos principais fatores que desencadearam a deterioração dos serviços de saúde, e a problemática segue até os dias de hoje.
Cenário da epidemia de HIV/aids nestes países
Dinamarca
A Dinamarca, um dos países mais desenvolvidos do mundo, almeja ser também um dos primeiros na erradicação da aids. De acordo com dados do Unaids, em 2021, 6700 pessoas estavam infectadas pelo vírus. A prevalência é 0,1%. Cerca de 200 adultos e crianças foram recentemente infectados pelo HIV. A taxa de mortalidade em decorrência da aids corresponde à 1,21%.
Os dados também mostram que, a cada ano, 100 homens que fazem sexo com homens são diagnosticados com HIV. Esse número tem permanecido constante nos últimos 20 anos.
O sistema de saúde dinamarquês é essencialmente público e gratuito, e todo cidadão residente legalmente registrado no país tem acesso a ele. Para isso, toda pessoa recebe um cartão chamado Sundhedskort, um cartão de saúde onde constam todos os dados pessoais.
Há o sistema público, utilizado por toda a população, e um sistema privado, utilizado por uma parcela da população.
O sistema de saúde divide os cidadãos em 2 grupos e a pessoa pode escolher o grupo em que quer se enquadrar: grupo 1, onde o tratamento com o médico de família e especialistas (sob encaminhamento) é gratuito e outros serviços de saúde como dentista, podólogo, psicólogo e fisioterapeutas são subsidiados; e grupo 2, onde o cidadão paga um valor extra para o governo para ter a liberdade de ser atendido por qualquer médico e demais tratamentos de saúde são subsidiados como no grupo 1.
Na Dinamarca é possível se consultar com um médico online, utilizando apenas computador e webcam. O país começou a adotar registros de saúde eletrônicos e outras tecnologias de informação para a saúde há mais de uma década.
Tunísia
As taxas de infecção por HIV na Tunísia são baixas. Segundo o relatório do Unaids de 2021, 5.400 pessoas vivem com HIV neste pais com 11,4 milhões de habitantes. No entanto, alguns especialistas denunciam que esse número pode ser subestimado devido ao forte estigma da doença e a tabus relacionados à sexualidade e à população LGBT. Além disso, apenas 1600 (29%) pessoas com HIV estão em tratamento. A taxa de prevalência na população adulta é menor do que 0,1%.
A infecção afeta principalmente partes da população que já estão fortemente estigmatizadas, como profissionais do sexo, gays e usuários de drogas intravenosas. Esses grupos não são apenas marginalizados pela sociedade, mas também criminalizados pelo sistema de justiça. A sentença por uso de drogas, por exemplo, é de um ano de prisão. Além disso, práticas sexuais libidinosas chamadas por religiosos de sonomia, como o sexo anal, por exemplo, também é considerado crime e pode levar a três anos de prisão.
Mais números sobre HIV na Tunísia
* Prevalência entre profissionais do sexo: 0,5%
* Prevalência entre homens que fazem sexo com homens: 8,2%
* Prevalência entre pessoas que fazem uso de drogas injetáveis: 8,8%
Uma pesquisa do Unaids quis medir os estigmas e preconceitos da população tunisiana. O estudo perguntou se crianças vivendo com HIV deveriam frequentar a escola com crianças HIV negativas, 47,4% dos respondentes acreditam que sim.
Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)