Nessa sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a Agência Aids dá continuidade à série de depoimentos de mulheres que trabalham e convivem diariamente com a luta contra o HIV no Brasil. Nessa série, você vai conhecer as inspirações, expectativas para o futuro e desafios mulheres que trabalham na luta contra o HIV no Brasil. Confira, a seguir, alguns dos relatos:

Dra. Zarifa Khoury é infectologista, coordena a 8ª Unidade de Internação do Hospital Emílio Ribas, é membro do Corpo Clínico do Hospital Albert Eisntein, é professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro e trabalha no Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo.

Desde 1983, ela atende pessoas com HIV e aids no Hospital Emílio Ribas, onde começou como residente. O primeiro paciente com aids que Khoury tomou contato foi também um dos primeiros casos diagnosticados no país. Um cabeleireiro gay que tinha morado durante um tempo em São Francisco, nos Estados Unidos, e foi internado com suspeita de febre tifoide.

Uma história que impactou sua trajetória profissional?

Uma história que marcou foi um casal adolescente logo no início da epidemia que vivia em uma comunidade que estava com muito medo que descobrissem pois poderiam ser linchados.

Qual a personalidade feminina que te inspirou?

As personalidades que me inspiram são estas mulheres que enfrentam o HIV de frente e dão um novo sentido para suas vidas.

O que você espera para o século XXI na luta contra aids?

Espero a cura para o século 21.

 

Alda Marco Antônio é uma engenheira e política brasileira, filiada ao Partido Social Democrático. Ocupou o cargo de vice-prefeita do município de de São Paulo entre 2009 e 2012, sendo a primeira mulher a ocupar o posto.

Ela foi fundadora da Comissão de Mulheres do MDB e ajudou a implantar o Conselho Estadual da Condição Feminina, do qual foi uma das presidentes. Sua atuação foi fundamental para a criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher, em 1983.

Uma história que impactou sua trajetória profissional?

Impacto de espanto e dor por conviver com um jovem, pouco mais de 30 anos, engenheiro, colega de trabalho e amigo querido. Sabia que ia morrer logo. Tinha sido tragado pela terrível doença que até então era pouco conhecida mas mostrava várias certezas: da morte, do sofrimento, do preconceito, da desesperança e da dor. Dor própria e de todos próximos.

Qual a personalidade feminina que te inspirou?

Roseli Tardelli pela competente dedicação a uma causa muito difícil.

O que você espera para o século XXI na luta contra aids?

Para o século XXI desejo a cura definitiva e possibilidade de prevenção.

 

Maria Cristina Abbate, é coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo. É psicóloga e se dedica ao combate à aids na cidade de São Paulo há mais de 20 anos. Ela foi uma das organizadoras do primeiro Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids do município de São Paulo, o SAE Herbert de Souza, em Sapopempa, onde trabalhou até 2001.

Uma história que impactou sua trajetória profissional?

São muitas histórias ao longo dos anos de trabalho no campo da aids, mas acho que os momentos mais impactantes aconteceram no SAE Betinho, em Sapopemba, na fase em que não dispúnhamos de antirretrovirais, nem de metodologias avançadas para prevenção. Com poucos recursos locais, muitas pessoas com significativas dificuldades financeiras queriam vender suas casas nas comunidades para tentar importar medicamentos dos EUA. Muitas não conseguiram sobreviver para a chegada do AZT, lamentavelmente.

Qual a personalidade feminina que te inspirou?

Luiza Matida foi uma profissional que me influenciou para os desafios ao enfrentamento da transmissão vertical do HIV. Seu empenho, dedicação e compromisso muito contribuíram para os bons resultados da cidade de São Paulo no controle da TV.  Meu respeito e agradecimento à ela.

O que você espera para o século XXI na luta contra aids?

O que desejei sempre.  Ver a erradicação da epidemia. Para isso, a consolidação das estratégias atuais de prevenção e tratamento precoce são fundamentais. Espero que acompanhados pelo respeito às diferenças e redução de estigmas e preconceitos.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids