O jornalista Lucas Bonanno, mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da USP, lançou seu primeiro livro oficialmente no domingo (10) em uma live mediada pela também jornalista Roseli Tardelli, diretora da Agência de Notícias da Aids e com a participação de Francisco Luz, Cônsul Geral do Brasil em Lagos (Nigéria) e Dennis Larsen, coordenador do Unicef para o Semiárido, no Brasil. 

Com o título “Pra Fazer a Diferença – Seu plano de ação para atuar em causas socioambientais ao redor do mundo”, o livro é o 1º guia voltado aos brasileiros que revela ao leitor o passo a passo para atuar em causas humanitárias ao redor do mundo. 

Questionado por Roseli por que ele quis fazer a diferença, Lucas respondeu que algo dentro dele incomodou em levar uma vida mediana. “Conheço muitas pessoas que, com 40 anos, querem juntar um milhão de dólares ou fazer um doutorado até os 35, por exemplo. Confesso que não faço planejamento a médio e longo prazo, mas meu planejamento diário é não ser uma pessoa medíocre e tentar ir além. Comecei meu trabalho na Agência Aids e essa experiência trabalhando como jornalista em uma causa social me despertou. A Roseli fazia a gente ir a campo, fazer matéria dentro do Emílio Ribas, conhecer uma casa de apoio e eu voltava todos os dias dessa experiência pensando ‘é pra isso que eu trabalho, é pra isso que eu saio de casa’. Quando eu cheguei em Moçambique era assim também, eu trabalhei no Conselho Nacional de Combate ao Sida, eu falava para a equipe que nas duas ou três horas a menos que eles trabalhavam a menos tomando café, cem novas pessoas tinham se infectado com o HIV em Moçambique. Nosso trabalho é para essas pessoas. Eu fui construindo uma carreira na área social e isso me mostrou que eu não tenho outro caminho. Eu decidi ser um jornalista da causa social. E o livro vem contemplar isso”.

E quem trabalha na área social, às vezes, acaba enfrentando contrariedades no meio da trajetória. O livro de Lucas dá dicas em como ter menos dificuldades ao trabalhar em causas humanitárias. Na primeira vez que esteve em Moçambique, por exemplo, as malas de Roseli desapareceram. O cônsul Francisco Luz se solidarizou e disse que também perdeu uma mala, mas declarou que seu maior perrengue em Moçambique foi pegar malária. “Depois de cinco meses que eu cheguei, estava indo para a África do Sul, cheguei no posto de fronteira estava fazendo 48°, e eu com frio. Minha esposa me disse que eu estava com febre e que podia ser malária. Ela quis saber se a gente continuava ou voltava. Acabamos voltando, porque achei que em Moçambique eles saberiam cuidar melhor da doença do que na África do Sul. Fiquei internado seis dias na UTI, em um quarto comum – eu dividia com mais seis pessoas. A médica disse para minha mulher que eu estava com o pior tipo de malária, que ela tinha que rezar. Tomei remédios, uns sete litros de soro e perdi onze quilos em quatro dias. Eu estava realmente definhando e quando o resultado da malária deu 1%, eles disseram que não tinham mais o que fazer e me mandaram para casa. Minha sorte é que chegou o vice-presidente do Lula, o José Alencar, para a posse do Guebuza e eu tinha que estar trabalhando na posse. Quando não me viram, souberam que eu estava doente. O médico disse para ele que se eu ficasse lá, eu morreria. Então, tiraram dois militares do avião e colocaram minha mulher e eu. Fui para o Hospital do Exército em Brasília, fiquei mais 29 dias internado e mais dois meses em recuperação.” Mesmo assim, Francisco disse que voltou, ficou mais quatro anos e meio lá e foi o país que ele mais gostou de morar até agora. 

Dennis Larsen contou que seu primeiro posto no exterior também foi em Moçambique e foi muito especial para ele. “É um dos países favoritos dos doadores porque tem muita coisa que funciona bem, apesar de ter muitos desafios também. Para mim foi uma experiência incrível. Mas quando a gente começa essa vida de expatriado a gente assume muitos riscos. Eu tive um acidente de carro muito grave em Moçambique, a gente não tinha nenhuma experiência de dirigir na areia e o carro capotou. A gente sobreviveu a tudo isso. Mas quando a gente saiu do carro, falaram para ter cuidado que as pessoas da aldeia iam roubar tudo o que tinha dentro. Foi um duplo estresse. A gente estava a algumas horas de Maputo, não tinha nenhum posto de saúde por perto. A gente teve que esperar várias horas até alguém pegar a gente e voltar para a cidade. As coisas lá estão muito concentradas na capital, uma vez que sai da capital, faltam serviços de uma maneira bastante severa. Essa foi uma experiência dura e senti um pouco o que a população também sente, de ficar desprotegido, muito longe de tudo. Mas depois tudo se resolveu. Em geral, é um lugar para aprender muito e fazer conexões, tem muita gente trabalhando em projetos muito interessantes em Moçambique.”

 

Assista a live na íntegra abaixo.

 

 

Serviço: 

Pra Fazer a Diferença: Seu plano de ação para atuar em causas socioambientais ao redor do mundo

Preço médio: R$ 64,90

Venda nas principais livrarias físicas e virtuais do país ou diretamente com o autor por meio do e-mail contato@prafazeradiferenca.com.br 

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