O médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich tomou posse na manhã desta sexta-feira (17) como novo ministro da Saúde, substituindo Luiz Henrique Mandetta. “Hoje eu recebo certamente o maior desafio da minha vida profissional: ter a oportunidade de compor o Governo Federal, em um momento tão difícil pro Brasil e pro mundo”, afirmou Teich no discurso de posse.

Teich foi anunciado como novo chefe da pasta na tarde de quinta-feira (16), depois da demissão de Mandetta. No discurso de posse, o ministro defendeu a importância da informação para combater o novo coronavírus e a união entre os ministérios para conseguir enfrentar o problema considerando todos os aspectos da sociedade brasileira.

“Não vai haver qualquer definição brusca, radical, do que vai acontecer. O que é fundamental hoje? Que a gente tenha informação cada vez maior sobre o que acontece com as pessoas com cada ação que é tomada. Como a gente tem pouca informação, como é tudo muito confuso, a gente começa a tratar ideia como se fosse fato e começa a trabalhar cada decisão como se fosse um tudo ou nada e não é nada disso”, afirmou.

“O foco que a gente tem aqui é nas pessoas. Por mais que se fala em saúde e economia, não importa o que se falem, o final é sempre gente”, disse. Segundo ele, a situação do país “parece filme”. “Essa é a realidade que estamos vivendo hoje e isso leva ao medo”, afirmou.

Teich também ressaltou a importância de se manter atento a outras doenças comuns no Brasil. “A Saúde também tem que estar atenta a doenças como dengue e influenza, isso pode complicar o sistema. Temos que tomar cuidado com isso e observar os indicadores sociais. Se tivermos mais desemprego, com menos gente com plano de saúde, vai impactar o SUS”.

“Vamos acompanhar diariamente a evolução em cada estado e município, de como está evoluindo a covid-19 e outros problemas que possam estar relacionados à saúde. Trabalhando com os estados, com os municípios, para que a gente consiga ter uma agilidade na solução de problemas que vão surgir. Você tem que analisar todo dia o que está acontecendo, fazer planejamento e executar”, disse.

O novo ministro ressaltou que, independentemente de serem discutidas ações na economia ou na saúde, o resultado sempre deve buscar o que será benéfico para a população. “O final é sempre gente”, disse.

Dentre os participantes da posse, estavam Bolsonaro, Mandetta, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Casa Civil, Braga Netto.

No início da posse, Mandetta afirmou que “o século XXI vai ser dividido em antes e depois do coronavírus”. Na oportunidade, ressaltou a importância da autonomia científica do Brasil, elogiando o protagonismo da Fiocruz. Segundo Mandetta, “a economia será o grande desafio” após o fim da doença. disse ao se colocar à disposição do governo federal e do Brasil.

Discurso do presidente

Após Teich, Bolsonaro afirmou que corre “risco” ao defender a retomada do comércio no país, porém acredita que essa é a medida correta para lidar com o combate ao coronavírus e ao desemprego.

“Essa briga de começar a abrir para o comércio, é um risco que eu corro, porque se agravar vem para o meu colo. Agora, i que acredito, o que muita gente já esta tendo consciência, tem que abrir”, afirmou.

Ele também defendeu a reabertura das fronteiras, fechadas para conter o avanço do contágio pelo novo coronavírus. “Conversei com o ministro Moro agora há pouco sobre fronteiras. Tenho a minha opinião, que a gente vai conversar com mais ministros. Começar a abrir as fronteiras”, disse.

Redação da Agência de Notícias da Aids