Um recorde de 3 mil representantes de 60 países participaram da 6ª Conferência de Aids do Leste Europeu e Ásia Central. Realizado na semana passada, em Moscou, encontro debateu problemas na resposta à epidemia, como a sub-alocação de recursos para iniciativas voltadas para grupos mais vulneráveis. As duas regiões são as únicas em que o número de novas infecções por HIV e mortes relacionadas à aids ainda está aumentando.

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), apenas 3% do total de gastos com HIV no Leste Europeu e na Ásia Central vão para projetos focados nas chamadas populações-chave – que incluem pessoas que usam drogas injetáveis, migrantes, profissionais do sexo, transexuais, indivíduos privados de liberdade e homens que fazem sexo com homens.

Realizada do dia 18 a 20 de abril, a conferência teve debates separados por quatro áreas: prevenção, ciência e tratamento, sociedade civil e cooperação internacional. De acordo com o programa da ONU, um dos organizadores do evento em parceria com o governo russo, houve avanços recentes, mesmo com os persistentes desafios regionais.

Na Armênia e em Belarus, onde a OMS verificou a eliminação da transmissão do HIV de mãe para filho.A maioria dos países do Leste Europeu e Ásia Central adotou a abordagem de teste e tratamento e o custo médio da terapia antirretroviral de primeira linha caiu de quase 2 mil dólares por pessoa por ano para menos de 200 dólares.

“Estamos constantemente monitorando o desenvolvimento do novo tratamento, porque é importante não apenas comprar remédios – falamos muito sobre a redução de seu custo, a disponibilidade deste medicamento em nosso país e no exterior –, mas é muito importante formar uma cultura de adesão à terapia antirretroviral, que não é tão simples”, afirmou durante a conferência a vice-primeira-ministra da Rússia, Olga Golodets.

O primeiro-ministro Dmitry Medvedev acrescentou que “o financiamento de programas especializados cresce a cada ano e uma assistência significativa é fornecida aos estados do Leste Europeu e da Ásia Central para combater essa doença (a aids).”

Também presente, o diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé, afirmou que “a Rússia tem tudo de que precisa para acabar com a aids e ajudar outros países na região”.

“Espero que, quando nos reunirmos novamente para a Conferência de aids da Europa Oriental e Ásia Central em 2020, a Rússia tenha atingido 90-90-90”, completou o dirigente, em alusão aos objetivos da ONU para os próximos três anos.

As metas 90-90-90 são um conjunto de compromissos dos países-membros para garantir que, até 2020, 90% das pessoas vivendo com HIV estarão cientes de seu estado sorológico positivo, 90% dos indivíduos com o vírus estarão sob tratamento e 90% das pessoas em tratamento estarão com a carga viral indetectável.

Fonte: ONU