As eleições 2022 estão próximas, será em 2 de outubro. No Rio Grande do Sul, os candidatos que lideram as pesquisas eleitorais para o governo são: Eduardo Leite (PSDB), Onyx Lorenzoni (PL) e Edegar Pretto (PT).

No quarto estado mais rico do país, a resposta a epidemia de HIV/aids ainda é um problema. Os indicadores do estado superam a média nacional e colocam o RS na vanguarda dos casos de HIV e outras ISTs no país. Segundo dados do Boletim Epidemiológico, em 2020, foram identificados 3.405 novos casos de HIV e 3.224 casos de aids no estado, com uma taxa de detecção de 28,3 para cada 100 mil habitantes, totalizando 99.616 casos de aids, no período de 1980 a junho de 2020. A taxa de mortalidade por aids também é superior à média nacional, que é de 4 óbitos a cada 100 mil habitantes. No RS, são 7,2 óbitos por 100 mil habitantes.de acordo com os dados.

A Agência Aids reuniu as principais propostas trazidas nos planos de governo dos candidatos à frente das pesquisas para a área de saúde, além de filtrar o que eles têm abordado de questões relativas aos direitos LGBTs.

Eduardo Leite (PSDB)

Eduardo Leite marca coletiva para segunda e expectativa é que renuncie ao  cargo de governador - Rio Grande do Sul - Jornal NH

Eduardo Leite é o atual governador do estado, sua gestão foi relativamente bem avaliada pela maioria dos cidadãos. Tentando sua reeleição pelo PSDB, o plano de governo do tucano traz o lema “Crescer Juntos”. Em um dos pilares, o eixo “Princípios e Propósitos” aborda respeito à liberdade, à diversidade e à pluralidade.

Já no “Eixo Social e da Qualidade de Vida’’, um dos seus objetivos visados é o de converter o estado em um polo nacional de qualidade no atendimento à saúde.

Ampliação de ações para o desenvolvimento da primeira infância, por meio dos programas Programa Criança Feliz e Primeira Infância Melhor, com maior integração das estratégias de saúde, assistência social e educação dentro dos territórios; monitoramento e coordenação de ações e estratégias para avaliação das consequências da Covid-19; criação de Centros de Vacinação nas maiores cidades; adoção de monitoramento e avaliação dos serviços e do investimento público, também são propostas para a área da saúde.

O candidato ainda quer consolidar uma política transversal para atendimento de crianças e adolescentes em saúde mental, além de “melhoramento na distribuição dos recursos financeiros dos Incentivos Estaduais alocados em Hospitais da Assistência SUS, com metodologia de aporte de recursos aos hospitais de maneira padronizada e com critérios claros”, vislumbra Eduardo Leite.

Ele também promete criar programa de apoio aos hospitais de pequeno porte e unificar a contratualização do SUS para recursos municipais, estaduais e federais, por meio de instrumento contratual padronizado.

Fortalecer as ações de saúde prisional com as Unidades Básicas de Saúde via Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) e outras questões também foram pautadas como demandas para saúde pública do estado. Dentre as mesmas, o plano de governo do candidato não cita a palavra aids.

Eduardo Leite recentemente revelou à público ser um homem gay. Em diferentes entrevistas afirmou que assumir sua sexualidade é um ato político e necessário.

No que tange os direitos LGBTs, ele propõe, por exemplo, criação de casas abrigos para pessoas trans e transexuais vítimas de violência, além de desenvolvimento do Plano Estadual da Pessoa LGBTQIA+ a partir do Conselho LGBTQIA+ e incentivo a criação de linhas específicas nos editais de fomento como ação afirmativa de respeito à diversidade.

Um dos trechos também destaca necessidade de desenvolver junto aos municípios, um plano para qualificar a acessibilidade em espaços e prédios públicos.

Para viabilização das metas, o documento do candidato menciona que o estado a partir da organização da sua rede de atuação, deve estimular a intersetorialidade de suas políticas, com foco no desenvolvimento das regiões e nas necessidades especificas do cidadão.

Clique aqui para ler na íntegra o plano de governo de Eduardo Leite

Onix Lorenzoni (PL)

Onyx Lorenzoni contrariou própria sigla por Bolsonaro; veja quem é o  ministro da transição | Política | G1

“Queremos um governo diferente de tudo que fez com que o Rio Grande, nas últimas décadas, perdesse o seu lugar de protagonismo no cenário nacional”. É assim que se inicia o texto do plano de governo do até então deputado federal do RS Onix Lorenzori, ex-ministro da Casa Civil e do Ministério da Cidadania do governo Bolsonaro. Ele agora concorre a governador do RS, e pauta liberdade individual e família como questões prioritárias para sua gestão.

Ao abordar saúde, pontua que o tema é um dos mais sensíveis no Brasil, principalmente depois da pandemia de covid-19, a maior pandemia dos últimos 100 anos.

Acesso a médicos especialistas a fim de evitar encaminhamento aos hospitais, é proposta do candidato para a área.

“Usando a lógica do paciente certo no lugar certo. Mais de 70% da assistência hospitalar do estado é executada pelos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas Logo, não podem ser tratados como rede suplementar. Essa Rede necessita ser articulada de forma técnica e hierarquizada”, diz um dos trechos do documento.

Estruturação hospitalar organizada de acordo com suas competências e complexidades, maximização de resultados, evitando sobrecarga do sistema e reduzindo custos, também são propostas de Onix.

Caso o candidato conquiste o cargo, em seu futuro governo, garante focar na prevenção de doenças, pois segundo ele, temos uma população altamente idosa, necessitando de meios que possibilitem uma melhor condição de saúde, e a prevenção tem por objetivo a redução do risco de se adquirir ou desenvolver uma doença especifica.

“Prevenir as doenças faz com que não tenhamos o alto custo dos tratamentos O IPE Saúde, que é responsável pela assistência em saúde de aproximadamente um milhão de gaúchos”, destacou.

No final do texto, o documento afirma que “Ser responsável é não gastar mais do que arrecada”. O mesmo não cita em nenhum momento a epidemia de HIV/aids, nem traça estratégias para reposta.

A temática LGBT foi outra questão ignorada pelo plano do candidato.

Clique aqui e leia na íntegra o plano de governo de Onix Lorenzoni (PL)

Edegar Pretto (PT)

Edegar Pretto: “Eduardo Leite deixa uma dívida social extraordinária no RS”  | Partido dos Trabalhadores

Edegar Pretto do PT é o terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto. Dentre os 13 compromissos traçados para a população gaúcha, na saúde promete fortalecimento do SUS e do controle social, garantia de vacinação, redução dos tempos de espera nos postos, hospitais e unidades de pronto atendimento. Além de ampliação nos serviços para atendimento as demandas geradas pela pandemia de covid-19.

Pretto também garante que, caso assuma o cargo, 12% da receita líquida em ações e em serviços públicos de saúde será aplicada.

Os objetivos de saúde do candidato variam de retomada da cobertura vacinal, estratégia de saúde da família, redução de tempo nas filas de espera nos postos (UBS) assim como nas unidades de pronto atendimento, fortalecimento do SUS, controle social.

“Resgatar a saúde como uma política pública e um direito de todos e todos a um atendimento inclusivo e resolutivo”, diz um dos trechos.

Construção de protocolos de Rede de Cuidados às vítimas da covid-19 e seus familiares, fortalecimento da Atenção Primária à saúde, redução das terceirizações em unidades públicas de saúde, e outros são pontos levantados pelo candidato em seu projeto.

Para a população LGBTQIAP+ do Rio Grande do Sul, ele visa construção de políticas públicas de reconhecimento e cidadania.

Para a população negra, acesso à programas de saúde, colocando essa população no centro das ações do governo.

Sem maiores detalhes, o petista também quer fortalecer a conscientização sobre respeito à identidade e à diversidade da juventude.

A epidemia de HIV/aids não foi uma questão abordada pelo candidato.

Clica aqui para ler na íntegra o plano de governo de Edegar Pretto (PT)

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)