O Roda Viva desta segunda-feira (15) recebeu Pedro Hallal, coordenador do maior estudo epidemiológico de Covid-19 do Brasil, Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização, e Cristiana Toscano, única integrante sul-americana da Iniciativa Global pelas Vacinas da Organização Mundial de Saúde, para responder dúvidas do público sobre vacinas.

Participaram da bancada de entrevistadores Maria Manso (repórter da TV Cultura), Milena Teixeira (jornalista da Rádio BandNews FM), Thomas Conti (professor de Economia do Insper e IDP, Ceo da AED Consulting e divulgador científico), Jaqueline Sordi (bióloga e jornalista da Agência Lupa e do Observatório do Clima) e Sérgio Spagnuolo (editor do Núcleo Jornalismo e do Science Pulse).

Temas como mutações do vírus se espalhando, escassez de imunizantes, ineficácia do governo federal no combate à pandemia e colapso nos sistemas de saúde também foram abordados no programa.

Doutor em epidemiologia e coordenador do maior estudo epidemiológico de Covid-19 do Brasil, Pedro Hallal comentou sobre os países que viram as taxas de transmissão da doença caírem após o início das campanhas de vacinação. “Nós temos vários lugares que já serve de exemplo, como Israel, Escócia e os Estados Unidos. Tem duas coisas que precisam ser feita no Brasil: acelerar a vacinação e isolamento social rigoroso”, disse.

Pedro Hallal ainda explicou que os cientistas não são como o governo federal. “Não temos vacina e medicamentos de estimação. Torcemos por todas as vacinas que possam salvar vidas”, explicou.

Carla Domingues, ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI), disse que tanto a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan , quanto o imunizante de Oxford são vacinas seguras que “passaram por todos os processos de qualidade”.

“As vacinas que estão sendo utilizadas no Brasil , tanto a CoronaVac quanto a AstraZeneca são vacinas muito seguras, que passaram por todos os processos de qualidade, e que têm eficácias semelhantes”, afirmou a especialista.

Domingues falou ainda sobre a distribuição no Brasil e disse que uma boa alternativa para o Ministério da Saúde seria focar em vacinações regionalmente, em locais que estejam com maiores taxas de contaminação.

“Nós estamos querendo que a vacina seja bala de prata, mas ela tem que ser pensada complementarmente, e não como uma estratégia exclusiva”, disse.

Cristiana Toscano esclareceu dúvidas a respeito da vacinação para quem já contraiu a Covid. “Hoje com as novas variantes, estamos vendo que existe sim risco de reinfecção aumentado. Agora as recomendações da Organização Mundial da Saúde vão no sentido de não aguardar para imunizar uma pessoa que teve Covid. Então, assim que ela tiver se recuperado e ela puder receber a vacina, a recomendação é que ela receba a vacina. No caso do Brasil, essa pessoa precisa fazer parte do grupo prioritário.”

Acompanhe o programa completo no vídeo abaixo: