Comemora-se nesta quarta-feira (15), o Dia Mundial das Artes, decretado pela Associação Internacional de Arte (IAA), a fim de promover a conscientização da atividade criativa no mundo.

A primeira celebração foi realizada em 2012. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário de Leonardo da Vinci, um dos principais nomes do Alto Renascimento e um dos artistas mais completos de todos os tempos, considerado símbolo da liberdade de expressão e do multiculturalismo.

Para comemorar, a Agência Aids relembra o perfil de artistas que vivem com HIV/Aids e participaram da I Mostra Mais Arte Menos Aids no parque Mário Covas, no dia 1º de dezembro de 2019, Dia Mundial de Luta contra a Aids, realizada com o apoio da Associação Paulista Viva, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, da DKT do Brasil, da ONG AHF Brasil, da farmacêutica GSK, da Bayer e da Gilead Sciences.

Confira abaixo:

 

Gaê

O brasiliense Gaê começou a aprender piano quando tinha 11 anos e a cantar com 13. Em 2011, já trabalhava com teatro musical.  Durante quatro anos desenvolveu um trabalho com saúde sexual, período em que deixou a música em segundo plano. No ano passado, voltou a investir na carreira de cantor e compositor com o lançamento da primeira música, Ipê amarelo. Em março deste ano lançou outro trabalho, o single Onde está a estrela? gravado em parceria com o mineiro Bemti e escrita pelo pai de Gaê, Antônio Umberto de Souza Jr. A música seria um pontapé para o primeiro CD, que acabou tendo o lançamento pausado devido à pandemia de coronavírus. Em maio, terá novo single disponível nos aplicativos de streaming.

Clique aqui para conhecer o trabalho de Gaê.

 

Maria Sil

Morando em Santos, Maria Sil teve sua sorologia exposta para os colegas por um diretor de teatro com quem trabalhava.  Longe dos grandes pólos, teve dificuldade em encontrar centros de acolhimento quando recebeu o diagnóstico. A música foi uma forma de lidar com a questão. Autodenominada como artista transvestigênere (termo que une o significado das palavras travesti, transsexual e transgênero), antes se apresentava como Silvino. Seu trabalho reflete sua visão política e social sobre o seu corpo e o diálogo deste com um país que vive o desmonte do departamento de ISTs, Aids e Hepatites Virais, além da busca por afetividade trans-positHIVa.

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Drew Persi

Nascido em São José dos Campos-SP e criado em Santa Rita do Sapucaí no sul de Minas Gerais, Andrew Persi participou de mais de 40 espetáculos, média metragem, comerciais e participações em programas de TV. Em 2008 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em algumas produções como As borboletas da alma, Stand-up express, My fair lady, Senhora dos afogados, A cantora careca, A gaivota, entre outros. Ator, Diretor, produtor e Youtuber, Andrew hoje administra sua produtora Entreato Produções Artísticas na cidade de São Paulo. Atua com grandes e importantes empresas, levando o teatro empresarial, teatro escola e espetáculos em geral, viajando por todo o Brasil.

Clique aqui para conhecer o trabalho de Drew Persi.

 

Trindade Smoke

Filipe Trindade, também conhecido como Smoke, tem 27 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Ele se mudou para São Paulo quando bebê e cresceu no distrito do Rio Pequeno, Zona Oeste de São Paulo. Por ter vivenciado duas experiências que diziam respeito à sua soropositividade, Trindade começou a ir atrás para entender o que era “viver com HIV”. Começou a frequentar rodas de conversas da organização Ânima Educação, trocar informações com outras pessoas e descobrir que existiam outras pessoas que eram assim como ele. Esse foi um momento crucial para a vida de Trindade, que viu na música uma maneira de se expressar com mais naturalidade sobre o assunto. Apaixonado pelo rap, o jovem decidiu aliar seu maior hobby àquilo que tanto o distanciava dos outros, mas que, ao mesmo tempo, o fazia se encontrar consigo mesmo. Após três anos da criação do seu canal no Youtube, Trindade escreveu Eu Sou Exagerado Pra C* e lançou, pela primeira vez, a música Eu Sou Juiz, no YouTube.

Clique aqui para conhecer o trabalho de Trindade Smoke.

 

 

Marcelo Seiler 

Ele é paulistano, tem 35 anos, publicitário, amante das artes visuais, tio babão da Beatriz e adora contar uma boa história. Foi justamente através de um livro semiautobiográfico que Marcelo Seiler criou coragem para assumir publicamente que vive com HIV. Até então, nem seus pais tinham ideia do diagnóstico. Grande entusiasta do cinema, ele recebeu o resultado positivo há mais ou menos 5 anos, quando soube que um namorado tinha adoecido e morrido em decorrência da aids. Depois de anos escrevendo suas histórias, Marcelo percebeu que aquele material daria um livro. Então tomou coragem, foi em busca da editora Metanoia e lançou, em fevereiro deste ano, o livro “Positivo, Maxwell”. A obra traz detalhes sobre a descoberta do HIV. Fala sobre o susto, a aceitação, a superação e a vida de uma pessoa com HIV na nova era do tratamento.

 

Thais Renovatto

Nasceu em São Paulo, é formada em Publicidade e Propaganda pela UNIP e em Marketing pelo IBTA, pós graduada em Gestão de Negócios e em Marketing Digital pela SP Digital School. Com seu blog há quase uma década no ar, coleciona textos intrigantes sobre o cotidiano. Seu livro foi escolhido pelo Selo de Novos Talentos da Literatura Brasileira da editora Novo Século. Em 5 anos comigo, Thais Renovatto passa a limpo sua impressionante história, mantendo sempre um tom irreverente e agradável. Do assustador momento do diagnóstico do HIV à euforia ao perceber que aquilo não a impediria de ter uma vida saudável e feliz, Thais faz um relato ímpar e corajoso sobre um assunto que ainda é tabu para muitas pessoas, e apresenta nestas páginas um verdadeiro manifesto contra o medo e o preconceito.

Salvador Correa

A história do jovem soropositivo Gabriel de Souza Abreu, publicada em versão e-book com o título “O Segundo Armário: diário de um jovem soropositivo”, no final de 2014, cruza com a de Salvador Correa, coordenador executivo da Associação Brasileira Interdisciplinas de Aids (ABIA). Na verdade, trata-se da mesma pessoa. Gabriel de Souza Abreu é o heterônimo de Correa que, até então, não havia assumido publicamente a soropositividade, descoberta em 2011. A versão impressa do livro (com o mesmo título) foi lançada em abril de 2016. Somente após receber relatos de pessoas que se identificavam com o livro e sentiam-se gratas por ter contado sua vivência com HIV é que Correa decidiu revelar a soropositividade para os pais e a família. Formado em Psicologia, com pós-graduação em Saúde Coletiva e mestrado em Saúde Pública na Fiocruz/RJ, Correa começou a escrever sobre a nova vida como soropositivo, três meses após o diagnóstico. Na medida em que os meses se passaram, notou que os escritos o ajudavam a se manter numa espécie de “segundo armário”, já que o primeiro havia sido a homossexualidade.

 

Marina Vergueiro

Arriscando-se na poesia desde a infância, Marina é frequentadora assídua dos saraus que se espalham pela cidade de São Paulo e, embora tenha poesias publicadas em diversas antologias, não se sentia à vontade para tocar em determinados assuntos que lhe eram tão cruciais e sensíveis por medo e insegurança causados pelos estigma que ainda circundam o imaginário coletivo em relação ao HIV/aids, mesmo após 30 anos de epidemia. Ao decidir publicar “Exposta”, livro de poesias, Marina quis dar voz não somente a si mesma, mas a todas as mulheres gordas e/ou que vivem com HIV e são sexualmente ativas, sejam elas bissexuais, lésbicas, hétero, trans ou não-binárias.

 

 

Micaela Cyrino

Micaela estudou Artes Visuais na Faculdade Santa Marcelina seus  trabalhos artísticos abordam as violências diante do corpo negro feminino e seus atravessamentos. Por meio de sua história e sua arte, ela revela como o preconceito continua presente e mostra como é difícil a vida de crianças e jovens soropositivos no Brasil. Ela nasceu com o vírus que causa a doença. Mica, um dos cerca de 900 mil brasileiros que têm o vírus, faz parte da nova geração da aids, que, como ela mesma define, não traz mais no rosto as marcas de fragilidade associadas, no passado, à enfermidade. Atua na ICW (Rede internacional de Mulheres com HIV), no coletivo Bixa Nagô , Coletivo Amem e no Trovoa – levante de mulheres racializadas nas artes.

 

 

Redação Agência de Notícias da Aids