Nesta segunda-feira, 11 de abril, é celebrado o Dia Nacional do Infectologista. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) instituiu a data em alusão ao nascimento de Emílio Ribas, renomado infectologista atuante no campo das doenças infecciosas e pioneiro no estudo e cura das insetologias no país. 

O perfil e a rotina dos profissionais desta especialidade tratam de forma geral de doenças negligenciadas relacionadas muitas vezes aos problemas sociais da população ou com doenças com pouca pesquisa. 

Trabalhar com pacientes da Infectologia pode ser em boa parte das vezes trabalhar com população de origem mais humilde e com histórico de pouco ou nenhum cuidado ou orientação médica, tendo a equipe de saúde grande responsabilidade com o doente que pode ser acompanhado pelo resto de sua vida.

Hoje, a Agência de Notícias da Aids homenageia alguns desses profissionais que têm dedicado sua vida na luta contra o HIV/aids e que também estão tendo participação importante na contenção da pandemia da Covid-19. Confira.

Robinson Camargo

Formado em 1985 como clínico-geral, Robinson Camargo já se interessava na época da faculdade em estudar a nova doença que estava surgindo entre homossexuais nos Estados Unidos, em 1982. Após dois anos, ele já estava perdendo amigos e pessoas próximas para a Aids. 

Foi em 86 que ele atendeu o primeiro paciente com HIV. Robinson é um dos responsáveis pela criação do Serviço Ambulatorial de Especialidades em DST/Aids Herbert de Souza Betinho, em Sapopemba, região leste da cidade de São Paulo, gerenciado por ele. O serviço ambulatorial, que funciona de segunda à sexta, atende em média 140 pessoas por dia. Um de seus diferenciais é que nele há uma grande atuação da comunidade da região.

Atualmente, Robinson é Coordenador da Assistência da Coordenadoria de IST/Aids de São Paulo.

Rosana Del Bianco

Rosana Del Bianco possui mestrado em Saúde Pública pela Coordenação dos Institutos de Pesquisa(2004). Atualmente é Diretora da Internação do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado de São Paulo, Assessora Clínica do Programa Municipal de da Secretaria Municipal da Saúde São Paulo e Responsável pelo Programa de Genotipagem da Secretaria da Saúde do Município de São Paulo. Tem experiência na área de Medicina. Atuando principalmente nos seguintes temas: Sorodiagnóstico Aids, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Transmissão vertical de doenças infecciosas, Infecção do HIV, Cuidados Pré-natal.

Para Rosana, o advento da Aids humanizou o atendimento médico no Brasil e mostrou que os profissionais de saúde não são “imortais”. “Ser médico é passar por um caminho muito tortuoso. Um bom profissional deve gostar do que faz, estudar, estar sempre atualizado e gostar do próximo”, diz.

Uma das pioneiras no atendimento a pessoas vivendo com HIV no Brasil,  a médica trabalhou no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Foi no local que ela teve contato com os primeiros doentes de aids e conheceu Paulo Teixeira, fundador do Programa Estadual de DST/Aids. “Nessa época (1983) nós também éramos estigmatizados. As pessoas tinham medo, achavam que aqueles que tratavam pacientes com aids eram infectados também”, conta.

Rosana Del Bianco ajudou a fundar o primeiro Hospital Dia em aids no país em 1986, dentro do CRT. “Nós ‘desospitalizamos’ os doentes com aids, foi um grande salto. Outros profissionais que vinham fazer um treinamento com a gente se impressionavam, foi uma mudança significante, graças ao tratamento e atendimento”, lembra.

A médica infectologista também já trabalhou no Ministério da Saúde e fez treinamentos para outros profissionais de Saúde no CRT e na África, em Moçambique. 

Luiz Carlos Pereira Jr.

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Fundação do Abc(1986), especialização em Medicina Tropical pela Universidade de São Paulo(1991) e residência-médica pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas(1990)

Luiz Carlos Pereira Jr. foi coordenador do estudo internacional START – Estratégias para início do tratamento antirretroviral. 

Este estudo derivou do estudo “SMART” que avaliou se as chances de aparecimento de doenças graves em pacientes com HIV seriam maiores naqueles que não faziam ou interrompiam o tratamento antirretroviral do que os efeitos colaterais daqueles que tratavam. Este resultado levantou uma nova questão, a de que o tratamento era iniciado tardiamente, e que foi usada como base no projeto “START”. 

 Atualmente, o infectologista é  diretor técnico do Instituto, e investigador principal do estudo com a vacina Coronavac (vacina do Butantan) no hospital. Está no Hospital desde o início da epidemia de aids.

Redação Agência de Notícias da Aids