O Dia Internacional da Mulher foi oficialmente criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1977. No entanto, desde o século 20, movimentos femininos já se mobilizam no dia 8 de março fazendo da data um momento de celebração da luta pelos direitos das mulheres. Esse foi um grande passo na luta pela equidade que marcou a trajetória de sufragistas e lideranças femininas do nosso país.

Entre os direitos da mulher, resguardos por lei, após anos de luta, está nos compromissos da maior parte das civilizações, especialmente no Brasil, a garantia do direito ao acesso integral à saúde. Toda mulher tem direito a desfrutar uma saúde de qualidade, e isso inclui questões importantes, como o direito à realização de mamografia, um parto humanizado, e pré-natal adequado, por exemplo.

No tocante aos direitos sexuais e reprodutivos, destacam-se: o direto de decidir, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos e quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas; direito a informações corretas, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos; o direto de exercer a reprodução livre de discriminação, imposição e violência; direito de expressar livremente sua orientação sexual; direito de ter relação sexual independente da reprodução; e direito ao sexo seguro para prevenção de gravidez não planejada, bem como prevenção do HIV/aids e demais ISTs.

Neste mês especial da mulher, a Agência Aids apurou como está o atual cenário da epidemia de aids entre mulheres mundo a fora.

Desde 2010, a mortalidade relacionada à aids reduziu 57% entre mulheres e meninas no mundo todo, entretanto é o grupo mais afetado em termos de novas infecções, contabilizando uma infecção a cada dois minutos.

De acordo com o Unaids, aproximadamente 38,4 milhões de pessoas ao redor do globo viviam com HIV até 2021, sendo 54% de todas estas pessoas mulheres e meninas.

Semanalmente, em média 4.900 mulheres jovens de 15 a 24 anos são infectadas pelo HIV.

Em relação ao acesso à terapia antirretroviral, 80% das mulheres adultas vivendo com HIV (com idade igual ou superior a 15 anos) tiveram acesso ao tratamento; este percentual não foge muito da realidade das mulheres gestantes vivendo com HIV/aids; 81% delas tiveram acesso aos medicamentos antirretrovirais de forma preventiva, ou seja, para evitar uma possível transmissão vertical para suas crianças.

Brasil

No Brasil, historicamente, a proporção de casos de HIV entre homens sempre foi maior do que entre as mulheres. Os dados mais recentes lançados no Boletim Epidemiológico HIV/Aids, divulgado no início de dezembro de 2022 evidenciam que foram registradas quedas em todas as faixas etárias de mulheres brasileiras. A mais expressiva foi entre 30 e 34 anos de idade, com uma redução de 61,1%.

Já na África Subsaariana, onde a epidemia é mais aguda, seis em cada sete novas infecções (85,71%) entre adolescentes com idade de 15 a 24 anos acontecem em meninas.

Meninas e mulheres jovens de 15 a 24 anos têm duas vezes mais probabilidade de viver com HIV do que os homens jovens, e correspondem a 63% de todas as recém-infecções por HIV.

Poder social, aquisitivo e menor proteção legal são determinantes para que jovens adolescentes e mulheres jovens de 15 a 24 anos de idade possuem três vezes mais probabilidade de ser infectada com o HIV em comparação a meninos adolescentes e homens jovens da mesma faixa etária na África subsaariana.

Redação da Agência Aids com informações