Dentro das ações previstas pelo projeto “Mulher Empreendedora: Uma resposta para o impacto da pandemia da COVID 19”, apoiado pelo Unaids, o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) promove a partir desta quarta-feira (8) um curso de bonecas de pano tradicionais.

O projeto piloto é coordenado pelas cidadãs Silvia Aloia e Fabiana Oliveira e tem como objetivo promover a autonomia e desenvolvimento de 35 mulheres que vivem com HIV/aids para iniciarem um empreendimento e, assim melhorar a renda familiar.

Neste primeiro momento do curso, as mulheres estarão recebendo um incentivo financeiro para aquisição de materiais. A renda obtida com a produção será 100% das participantes do curso.

Após o curso, o MNCP tem a intenção de formar uma rede de confecção de bonecas na cinco regiões brasileiras com fins educativos, ou seja, como um recurso facilitador para o trabalho educativo em saúde, que abordem questões de gênero, sexualidade, saúde da mulher, racismo, preconceito, maternidade, violência, dentre outros temas: a diversidade de modelos de bonecas como instrumento pedagógico.

Com a formação da rede, o objetivo é dividir o recurso proveniente da comercialização das bonecas em três partes sendo: uma para as Mulheres Vivendo com HIV/AIDS (MVHA) que fazem parte da rede, outra para capital de giro e a terceira para socorrer MVHA que se encontram sem emprego, sem benefício, em situação de vulnerabilidade social.

Covid-19

A pandemia da Covid -19 mostrou, de forma clara, seu impacto na saúde e economia da população. Ainda, nos revela que, para além das milhões de vidas ceifadas, seus impactos foram intensos nas famílias mais vulnerabilizadas, em especial dentre as mulheres.

Enquanto o isolamento social significou desemprego ou diminuição drástica na renda de grande parte da população, para as MVHA chefes de família, de baixa ou nenhuma renda, suas próprias casas se tornaram sinônimo de medo e insegurança.

É notório o aumento no número de casos de violência doméstica, o que levou a Organização das Nações Unidas a publicar recomendações específicas para enfrentar essa situação; as mulheres foram as mais afetadas pelo desemprego, pelo fechamento de serviços públicos como escolas e creches.

As que desempenham trabalho doméstico estão na centralidade das discussões pela vulnerabilidade social, econômica e segurança sanitária. No caso das MVHA ainda tem as questões da soropositividade, que dificultam a inserção no mercado formal de trabalho, a necessidade de manter o tratamento com tomadas de medicamentos, visitas constantes em médicos, laboratórios.

Segundo Fabiana Oliveira, “a saúde emocional, muitas vezes abalada com a própria condição sorológica, com a situação financeira e, lembrando que muitas foram desaposentadas, as leva a não ter perspectivas de um futuro melhor.

As bonecas produzidas pelas participantes do projeto serão comercializadas nas redes sociais e página do MNCP:

https://www.facebook.com/cidadasposithivas

https://www.facebook.com/cidadasposithivas

 

 

Redação Agência de Notícias da Aids

 

Dica de Entrevista:

E-mail: secretarianacionalmncp@gmail.com