Esta é a semana em que se comemora no Brasil o Dia da Visibilidade Trans. A ideia surgiu em 2004, quando um grupo de ativistas trans participou, no Congresso Nacional, do lançamento da primeira campanha contra a transfobia. Dia 29 de janeiro passou, então, a representar a luta cotidiana das pessoas trans – especialmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade – pela garantia de direitos e pelo reconhecimento da sua identidade.

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), mesmo com a entrada da pandemia da Covid-19, causada pelo novo Corona vírus, o desrespeito à população Trans não só persistiu, como aumentou. Os dados relativos a 2020 comparados com 2019 demonstram que houve um aumento de 47% no número de assassinatos de pessoas trans no período entre 1 de janeiro e 31 de outubro de 2020, quando comparado com o mesmo período de 2019, durante pandemia do coronavírus.

Enquanto em 2020 tivemos 151 casos, em 2019 foram 103 assassinatos no mesmo período. Em 2017 e 2018 tiveram 157 e 139 registros respectivamente’.

E especificamente nesta semana, no país que lidera o ranking de violência contra transexuais, a Agência Aids não poderia deixar de celebrar o talento trans e celebrar a data. a Agência Aids realiza no próximo sábado, 30, a partir das 18h. a primeira Mostra de Arte Trans. O evento será transmitido online, seguindo os protocolos de distanciamento social ditados pela pandemia da covid-19, e tem o apoio da DKT do Brasil e da Prefeitura da Cidade de São Paulo.

Conheça nossas convidadas:

Renata Carvalho

Atriz e diretora, Travesti, Transpóloga e Transfeminista. Combustível de uma comoção nacional que fagulhou nas redes sociais, sua peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu” ganhou as manchetes ao ser censurada pela Justiça em Jundiaí e em Salvador. O motivo: o texto, adaptação da obra da britânica Jo Clifford, apresentava o calvário de um Jesus Cristo cujo crime-mor foi ter nascido transexual. Renata apresenta na mostra o documentário “Corpo: sua autobiografia”, responsável pela direção ao lado de Cibele Appes. A produção discute e desconstrói o imaginário do senso-comum do que é ser um corpo transviado, cenário em que a arte e os artistas são um dos responsáveis pela construção dessa imagem, com suas narrativas viciadas, estereotipadas, depreciativas e recreativas com a prática do Trans Fake (atores cisgêneros que interpretam pessoas trans).

Maria Sil
Morando em Santos, Maria Sil se autodenomina como artista transvestigênere (termo que une o significado das palavras travesti, transexual e transgênero), antes se apresentava como Silvino. A cantora apresentará um vídeo feito para uma campanha de crowdfunding destinada a arrecadar fundos para a produção de um documentário sobre a maternidade trans. Em seguida, ela falará sobre esse projeto que está em processo de produção.

 

PP Poeta Marginal

A artista Pepê Poeta Marginal fará uma performance, na cidade de São Luís do Maranhão, que vai abordar questões como indetectabilidade. Além disso, Pepê, que também é poeta e MC, fará um poema na hora da performance. Segundo a artista, “a política nacional de luta e enfrentamento de combate ao HIV/aids segue o caminho de uma necropolítica. A performance tem como intuito de mexer na ferida do sistema que escancara sua sorofobia contra corpos positHIVos, a ‘linda’ imaginação de que adesão é simplesmente o uso de antiretrovirais faz com que corpos posithivos sejam fadados somente a isso.”

 

 

Serviço:
Mostra de Arte Trans
Quando: sábado, 30 de janeiro de 2021
Horário: 18h
Para acompanhar, basta acessar os links abaixo:
TV Agência Aids: agenciaaids.com.br (na parte inferior da homepage)
Youtube Agência Aids:  https://youtu.be/pwmrlfsZ_Ao
Facebook Agência Aids: ibit.ly/7WO6