Pelo terceiro ano seguido os novos casos de HIV caíram na cidade de São Paulo, segundo o relatório anual da Secretaria Municipal da Saúde, divulgado nesta terça-feira (01), ‘Dia Mundial de Luta Contra Aids’, neste 1º de dezembro. Os números da secretaria apontam apenas o balanço de todo ano de 2019 e, portanto, não registra o comportamento da população durante a pandemia do coronavírus na cidade.

No ano passado, foram registrados 2.946 novos casos de HIV na cidade, 11,7% a menos do que no ano anterior, quando houve 3.340 novas notificações. O levantamento mostra também que, se a comparação for com 2017, a diminuição chega quase aos 25% (3.889 casos).

Desde 2009, a taxa de mortalidade (casos a cada 100 mil habitantes) vem caindo na cidade de São Paulo. No ano passado, o índice chegou a 4,8, o menor desde 1988. Se comparado com 10 anos atrás, há uma baixa de cerca de 50% na taxa de mortalidade, segundo a secretaria.

De acordo com a coordenadora da Coordenadoria de DST/Aids, Cristina Abbate, essa redução ocorreu graças às ações de prevenção, inclusive com a expansão da distribuição da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

“Hoje temos mais de 8 mil pessoas que já iniciaram a profilaxia. Diminuímos em mais de 80% o tempo entre o diagnóstico de HIV e o início do tratamento, com média atual de apenas 20 dias, e ainda a cidade foi certificada pela eliminação da transmissão vertical do HIV, que acontece da mãe para o bebê”, diz Cristina Abbate.

Perfil dos infectados em SP

Dos novos casos de HIV, 89% das transmissões foram através de relações sexuais. A maioria dos novos infectados são homens. No caso específico do sexo masculino, 70,9% se declararam homossexuais ou bissexuais e 18,5% heterossexuais.

A cada quatro casos novos em SP, um é feminino. A faixa etária da metade dos casos está entre os jovens de 15 a 29 anos, sendo que o principal grupo é o de 25 a 29 anos.

A taxa de detecção por 100 mil habitantes caiu em todas as regiões da cidade. O maior índice ficou na Zona Sul, com 20,6 casos a cada 100 mil habitantes e o Centro, que teve a maior queda: de 94,6 em 2018 para 74,9 a cada 100 mil habitantes, em 2019.

Novos casos de aids

Com relação à aids, doença causada pelo HIV, 80% dos novos casos são de homens. Nesse grupo também são quatro registros masculino para um feminino. Neste caso, a secretaria de Saúde destaca que a diferença de novos casos entre homossexuais ou bissexuais com heterossexuais é pequena. Dos 1.623 novos casos da cidade, cerca de 50% foram em pessoas que se declaram homossexuais ou bissexuais e quase 40% em heterossexuais.

Entre 2018 e 2019, a cidade passou de 2.033 para 1.623 novos casos, queda de 20% de um ano para o outro, segundo os dados municipais. Entre 2015 e 2019, a queda foi ainda mais acentuada: 30%. A cidade passou de 2.421 novos casos anuais da Aids para 1.623.

Segundo a secretaria, através desse levantamento dá para ver, também, que a população negra é a mais impactada pela aids na cidade de de São Paulo. A taxa de detecção é de 54,5 na população autodeclarada como negra e de 10,7 na população autodeclarada como branca.

Fonte: G1