A Casa Chama e Projeto Bem Me Quer vão receber parte dos alimentos arrecadados na 19ª edição do Camarote Solidário da Agência Aids. O evento aconteceu em 19 de junho e, ao longo de todo o mês do Orgulho LGBTQIA+, arrecadou 2,5 toneladas de alimentos não perecíveis: arroz, óleo, açúcar, macarrão, farinha de trigo e farinhas em geral, feijão, café, molho, sal, entre outros.

Nesta edição, a Agência Aids escolheu doar os alimentos para organizações que lutam contra aids e acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade social. São elas: Instituto Vida Nova, Gapa São Paulo, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas núcleo São Paulo, Casa Chama, Casa 1, Centro de Convivência É de Lei, Projeto Bem-Me-Quer, ONG Adus, Rede Paulista de Controle da Tuberculose, Centro de Referência da Diversidade e Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT). Cada instituição vai receber em média 250 quilos de alimentos.

Oito iniciativas de acolhimento LGBT que você precisa conhecer | Gente | Uma conexão Globo

Pelo segundo ano consecutivo a Casa Chama, que acolhe artistas trans em São Paulo, foi comtemplada com as doações do Camarote. “No atual contexto que a gente vive no Brasil, em que cada vez mais pessoas têm voltado para uma pobreza absurda, a falta de direitos, a falta de acesso às coisas mais básicas, como direito a alimentação, a moradia, o aumento absurdo do número de pessoas em situação de rua nas grandes cidades como São Paulo, ações como a da Agência Aids, ações como a que a Casa Chama faz, de distribuição de alimento, elas são de suma importância, porque elas tratam de redução de riscos e danos à saúde, ao cuidado à saúde.”

Ela continua: “A garantia do direito à segurança alimentar, ela é de suma importância, para que a gente consiga barrar a desnutrição, barrar o desespero mesmo de muitas populações que não tem tido e nem conseguindo ter acesso a recursos. Considero muito importante ações como essa, de continuarmos distribuindo o alimento para as populações em situação de vulnerabilidade”, disse a ativista Matuzza Sankofa, mulher negra, trans e uma das responsáveis pelo trabalho da Casa Chama.

Durante a pandemia de Covid-19, a instituição criou um Fundo Emergencial permanente para doações, direcionado à compra de cestas básicas e ao apoio financeiro para o pagamento de aluguéis das pessoas acolhidas. A Casa Chama é uma organização civil que surgiu durante o “vira-voto” das eleições presidenciais de 2018 objetivando o fortalecimento de pessoas trans. Atualmente, cerca de 50 pessoas trans são assistidas de forma presencial pela organização. Em paralelo, cerca de 210 pessoas trans são acompanhadas remotamente. A casa é um ambiente de convívio, que produz desde eventos culturais e grupos de estudo até projetos de cuidado e apoio jurídico. Eles se consideram uma família aberta, com o objetivo de crescer, criar mais suportes, compartilhar a infraestrutura para gerar autonomia por meio do afeto. Na Casa Chama quem acolhe é acolhido, e quem é acolhido também acolhe.

Projeto Bem-Me-Quer | Projeto Bem-Me-Quer

Outro instituição contemplada é o Projeto Bem-Me-Quer, de Perus, que acolhe há mais de 25 anos pessoas vivendo com HIV/aids e familiares em situação de pobreza. Atualmente a ONG assiste cerca de 140 pessoas e desenvolve ações de combate à exclusão e à discriminação objetivando o resgate da autoestima e da dignidade da pessoa humana, criando condições para o exercício da cidadania, promoção da saúde e reinserção social.

Ao longo destes anos, o Bem-Me-Quer coleciona bons números: mais de mil pessoas vivendo com HIV/aidscadastrados; 16 mil familiares atendidos direta ou indiretamente; mais de 700 toneladas de alimentos não perecíveis doados… “Essa doação, em tempos tão dificeis, vai ajudar muito na segurança alimentar das pessoas vivendo com HIV/aids assistidas pelo Projeto Bem-Me-Quer, nosso muitíssimo obrigado pelo Camarote Solidário da Agência Aids”, disse Betinho Pereira, presidente da ONG Bem Me Quer.

Camarote 2022

Com seis horas de evento online, o Camarote Solidário, apresentado pela jornalista Patricia Palumbo e a Drag Queen Dindry Buck, do Esquadrão das Drags, reuniu ativistas e parlamentares. A cultura também fez parte do Camarote, que existe desde 2002 para incentivar a solidariedade e o orgulho LGBTQIA+. Em um show inédito, a cantora Zélia Duncan levou para o evento musicalidade e cidadania. Pela primeira vez no Camarote, numa narrativa dinâmica e repleta de informação importante sobre a aids, a transmissão mostrou, com drone, a Parada do Orgulho LGBT direto da Av. Paulista.

Exibimos ao longo da programação dicas de saúde sexual do Dr Vinicius Borges, o doutor Maravilha. Depoimentos de autoridades e militantes estimularam a doação de cestas básicas, como o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, o deputado federal Paulo Teixeira, a co-vereadora pelo Bancada Feminista do Psol, Carolina Iara, o presidente do Instituto Vida Nova, Américo Nunes Neto e a Secretária Municipal de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo, Soninha Francine.

O Camarote Solidário da Agência Aids aconteceu com apoio do SESC e Senac São Paulo, das farmacêuticas GSK ViiV Healthcare e Janssen e da Galeria 2001. Contamos também com uma parceria institucional da TV Cultura na divulgação do evento e do Portal IG, que transmitiu o Camarote na íntegra. A edição compacta do evento teve o apoio da DKT do Brasil.

Dica de Entrevista

Projeto Bem Me Quer
Tel.: (11) 3917-1513

Casa Chama
Tel.: (11) 99448-2641

Redação da Agência de Notícias da Aids