Foto: divulgação

Neste sábado, 24 de junho, às 20h, a Comedoria do Sesc Pompeia recebe mais uma edição do Boteco da Diversidade. A partir do tema Positives – Vivendo com HIV, o evento traz artistas e ativistas que vivem com o vírus ou se engajam na luta contra o preconceito e a sorofobia, enfatizando a potência desses corpos. Os estigmas associados ao HIV ainda geram muitas dúvidas e mantêm tabus sobre o assunto na sociedade.

O Boteco da Diversidade tem como objetivo promover o encontro e a celebração de diferentes públicos, como artistas, performers e ativistas de diversas áreas, incluindo pessoas que vivem com HIV e simpatizantes da causa. A partir de seus corpos, vivências e protagonismos, eles buscam evidenciar a plenitude de suas existências.

Alberto Pereira Jr, jornalista, diretor, roteirista e artista social, será o mestre de cerimônia do evento. Também participam desta edição Franco Fonseca, Lili Nascimento, João Silvério Trevisan, Juão Nyn, Lili Nascimento, Marina Mathey, Marina Vergueiro, Priscila Obaci, Ramon Fontes e Roseli Tardelli.

O evento busca ampliar a visibilidade política e artística de personalidades, ações e assuntos relacionados à diversidade cultural e à defesa dos direitos humanos. Os encontros são realizados como experimentos cênicos, explorando diferentes formas de expressão, individualidades e artistas, mantendo sempre a novidade e originalidade a cada edição.

Ballroom – Artistas diverses

Com origem nos Estados Unidos, a cultura Ballroom é uma expressão típica da comunidade negra LGBTQIA+, com bailes (balls) com performances e batalhas de categorias de beleza, moda, comportamento/realidade e de dança vogue/voguing. Durante a epidemia de aids nos anos 80, a comunidade Ballroom teve papel fundamental no acolhimento, na promoção de ações afirmativas e na luta por políticas públicas para a população vivendo com HIV.

Nove artistas apresentam performances ligadas ao Ballroom: Fênix Zion (Membre da Iconic House of Zion/BR e Overseer da Kiki Casa de Mandacaru em SãoPaulo); Pioneiro Félix Pimenta (Father da Iconic House of Zion/ BR e Kiki Casa de Pimenta), Legendary Jessy Black Velvet (Membre da Iconic House of Zion/BR e Pãe da Kiki House of Black Velvet), Legendary Edan Mutatis (Membro da Iconic House of Ninja e Prince da Kiki Casa de Mutatis), Statement Marvena de Ubuntu (Membra da Iconic House of Zion/BR e Mãe da Kiki Casa de Ubuntu), Star Peu Mutatis (Membro da Kiki Casa de Mutatis), Maia Avalanx (Membra da Pioneer Kiki House of Avalanx), Diana Hands Up (Membra da Pioneer Kiki House of Hands Up) e Kasy 007.

Artistas, ativistas e pesquisadores que compõem o Boteco da Diversidade: Positives – Vivendo com HIV

Alberto Pereira Jr. (Mestre de Cerimônias)

É artista social, jornalista, diretor e roteirista. Bixa preta e positiva, paulistano da Vila Carrão, vive há 13 anos com HIV. Agitador cultural e voz ativa em pautas relativas aos direitos humanos e por um mundo livre de preconceitos, é cofundador do bloco de carnaval Domingo Ela Não Vai. Formado em jornalismo pela Universidade Mackenzie, trabalhou em diversos veículos do Grupo Folha. Pós-graduado em Cinema Documentário pela Fundação Getúlio Vargas, atua há nove anos no mercado audiovisual. É também diretor, apresentador e roteirista do programa de TV “Trace Trends”.

Ará Silva (Assist. Produção)

Bixa potiguar, 34 anos, é artista integrante/fundador do Coletivo Contágio. Roteirista, produtor e comunicólogo, graduado em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre em Estudos da Mídia pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia da UFRN. Ativista do Movimento HIV/aids de São Paulo e Pesquisador, atuou na série “dEu Positivo” (2020), da Globoplay. Atualmente, está em montagem de espetáculo inédito junto ao Coletivo Contágio no projeto “Transmissão Contágio”, contemplado pela 16ª ed. do Prêmio Zé Renato de Teatro, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

David Costa (Cocuradoria, Produção Executiva e Texto)

Artista da cena, produz e ilumina, é cenógrafo, editor de vídeo, ator e Drag Queen. Cresceu no Bairro das Rocas, na cidade de Natal (RN), e aos 14 anos estreou na Cia GiraDança como bailarino e produtor; também fez parte da MAPA realizações culturais (RN). Em 2017, migrou para a Zona Leste de São Paulo, onde atua como artista e produtor independente no Jardim Romano. Em 2018, fez parceria com Diana Fontes em Direção e Produção Cultural, no mesmo ano entrou no Coletivo Estopô Balaio, permanecendo até 2020. Em 2019 fez parte da equipe de produção da Corpo Rastreado e hoje desenvolve seus trabalhos junto ao Coletivo Acuenda, com ênfase na economia criativa de artistas da cena LGBTQIAP+, e o Coletivo Contágio, que reúne potências de artistas vivendo com HIV.

Dig Ferreira (Ilustrações)

Artista multidisciplinar e graduado em Design de Interiores pelo IED São Paulo – Instituto Europeo di Design. Seu trabalho como artista tem como base cinco pilares: o #desenhoregistro, #forjandoarmaduras, dança, Shakuhachi e o grupo de Estudo/Investigação #Eunãoseidesenhar.

Franco Fonseca

Professor artista, aprende arte educando, escrevive contágios criativos. Atravessa as interfaces da aids nas artes da cena, atua, performa sem capa e sem culpa, produz movimento que encruzam as artes da cena, o áudio visual e as questões de gênero, raça, sexualidade e sorpositividades. É graduado em Teatro e mestre em Artes Cênicas com pesquisa intitulada “Agora chupa essa manga – a cena pós coquetel: interfaces da aids nas artes da cena” foi professor na graduação de teatro da UFRN , orienta escritas pretas e afeminadas na academia e produz elenco LGBTQIAP+ no cinema independente.

João Silvério Trevisan

É escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, cineasta e importante ativista dos direitos da comunidade LGBTQIA+. Ganhador do Prêmio Jabuti e da Associação de Críticos de Artes (APCA), é autor das obras “Em Nome do Desejo” (1983), “Vagas Notícias de Melinha Marchiotti” (1984) e do importante estudo “Devassos no Paraíso”. Seus livros mais recentes são “Pai, pai” (2017) e “A idade de ouro no Brasil” (2019).

Juão Nyn

É multiartista, potyguar(a) e ativista comunicador do movimento Indígena do Rio Grande do Norte. Integrante do Coletivo Estopô Balaio e vocalista/compositor da banda Androyde Sem Par, está há 9 anos em trânsito entre RN e SP. Autor do livro TYBYRA – Uma Tragédia Indígena Brasileira, é licenciado em Teatro pela UFRN e atua como mestre na Escola Livre de Teatro, coordenando o Terreiro “O Ymagynáryo como Terrytóryo”.

Lili Nascimento

Lili Nascimento é psicoterapeuta transpessoal, cronista e artista visual. Atua no cruzo entre arte e klínica, instigado pela construção de futuros possíveis e com as possibilidades político-poética de Existência. Pesquisa sobre as infâncias vivendo com HIV/AIDS no Brasil e compõe a organização social Loka de Efavirenz.

Marina Mathey

É cantora de brasilatinidades, mesclando ritmos da música brasileira/latina, sempre com seu bom toque de rock debochado de travesti. “Boneca Pau Brasil” é um show punk-tropical-ritualístico, pelo que tem de inconformismo, pela tentativa de reconectar com outros universos e no desejo mastigar, deglutir a história desse país e devolver as ideias através de uma perspectiva travesti.

Marina Vergueiro

Cineasta, poeta e ativista pela saúde afetiva e sexual das mulheres. Com poemas publicados em várias antologias de saraus de São Paulo, em 2020 lançou “Exposta”, seu primeiro livro de poesia que aborda questões relacionadas com a afetividade, a gordofobia e o feminismo. Vive com HIV desde 2012 e conduz o programa de entrevistas “Senta Aqui” na Agência de Notícias da AIDS. Em 2022, dirigiu “Cartas Pra Mim”, seu primeiro curta-metragem.

Priscila Obaci

É artista e educadora. É uma pessoa vivendo com HIV desde 2018. Mãe de Melik Rudá 7 anos e Bakari Mairê 4 anos. Transita entre teatro, dança e poesia. Formada em Comunicação das Artes do Corpo – PUC – SP. Professora da Dança Materna na modalidade gestantes e mãe e bebê. Matrigestora de “KISÂNSI- Consciência corporal para Mães – Bebês – Pais” e “XIREZINHO – brincando com a natureza” , atividades sensoriais/lúdicas que tem o candomblé como base pedagógica e filosófica. Integrante do Instituto Umoja de cultura popular preta. Autora de Poesias Pós Parto (2020 – Oralituras) e a Calimba e Flauta em co-autoria com Allan da Rosa.(2012 – Edições Toró).

Ramon Fontes

Comunicólogo com habilitação em Relações Públicas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), mestre em Cultura e Sociedade (Pós Cultura/UFBA), especialista em Estudos Culturais, História e Linguagens pelo Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) e doutorando em Literatura e Cultura (PPGLitCult/UFBA). Multiartista em processo, desenvolve reflexões em torno das questões de gênero e sexualidade, nas intersecções entre racialidade/etnia, saúde, território, memória e processos criativos.

Ronaldo Serruya (Direção Artística)

É ator, dramaturgo e pesquisador das questões queer nas artes cênicas. Integrante do grupo XIX de teatro (SP) e do Teatro Kunyn. Por seu texto “Desmesura” ganhou o Plações entre arte e HIV/aids, criando o projeto “Como eliminar monstros: discursos artístico rêmio Suzy Capó no 25º Festival MIX da Diversidade. Desde 2016 pesquisa e estuda as re s sobre HIV/AIDS”, que já contou com o apoio institucional do Itaú Cultural e do Goethe Institut. Seu mais recente espetáculo, “A doença do outro”, foi contemplado pelo 7º Edital de Dramaturgia do CCSP e foi indicado ao prêmio Shell 2023 de melhor dramaturgia.

Roseli Tardelli

Jornalista graduada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, com mestrado pela Universidad de Las Ciencias de La Comunicación (Espanha). Trabalhou na Rádio Eldorado, Jornal o Estado de S. Paulo, Rádio USP, TV Cultura, entre outros. Foi a primeira mulher a ancorar o Programa Roda Viva na TV Cultura. Passou a dedicar-se à pauta da comunicação e HV depois da morte de seu irmão Sérgio, na década de 90, devido à aids. Fundou a Agência de Notícias da Aids em 2003 e, por meio dela, realiza eventos e produz produtos de comunicação com viés de prevenção e informativos para diminuir o estigma e a discriminação e acolher as pessoas que se infectaram pelo HIV.

Rui Alves (Videocenário)

É paulista, videomaker, cinegrafista e editor. Em 2013, entrou para o coletivo Colapso Audiovisual, onde registrou e editou peças de teatro da Zozima Trupe, gravação do disco em vídeo do grupo de jazz Chaiss na Mala, e também dois videoclipes deles. Ainda junto com a Zozima Trupe, fez o documentário “Se o teu coração pudesse viajar, qual seria o seu destino?”, além dos projetos Toda Terça no Centro Cultural Omnibus, um ônibus da trupe, no Terminal Parque Dom Pedro.

Ficha técnica

Idealização e cocuradoria: Sesc Pompeia
Cocuradoria: David Costa
Direção artística: Ronaldo Serruya
Mestre de Cerimônias: Alberto Pereira Jr.
Artistas, ativistas e pesquisadores: Diana Hands Up, Edan Mutatis, Félix Pimenta, Fênix Zion, Franco Fonseca, Jessy Black Velvet, João Silvério Trevisan, Juão Nyn, Kasy 007, Lili Nascimento, Maia Avalanx, Marina Mathey, Marina Vergueiro, Marvena de Ubuntu, Priscila Obaci, Peu Mutatis e Roseli Tardelli
Coordenação técnica: Daniele Meirelles
Videocenário: Rui Alves
Projeção e videomapping: Pedro Moura
Iluminação: Fernanda Guedella
Som: Jess Silva
Roadies: Bruno Fuziwara e Flavio Rodrigues
Produção executiva: David Costa
Assistente de produção:
 Ará Silva

Serviço:

Boteco da Diversidade
Positives – Vivendo com HIV

Sábado (24), às 20h.

Local: Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93 (Comedoria)

Classificação indicativa: 16 anos

Retirada de ingressos com 30 minutos de antecedência
Grátis