Na semana passada, a equipe do CRT foi informada que haveria uma discussão na Secretária Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP) sobre mudanças institucionais na coordenação do Programa Estadual de DST/Aids do Estado, que fica localizada no Centro de Referência e Treinamento  DST/Aids (CRT DST/Aids). A proposta seria a respeito da realocação do Programa Estadual de DST/Aids para uma outra área da coordenadoria de Controle de Doenças, separando, assim, a coordenação do Programa dos serviços de assistência do CRT.

Ao entrar em contato com a Secretaria, a Agência de Notícias da Aids obteve a nota que afirmou que “o Programa Estadual de IST/Aids é, e continuará  sendo, referência nacional e internacional em políticas públicas de prevenção e tratamento de IST/Aids e a pasta estadual reforça o compromisso de garantir e fortalecer a assistência aos pacientes atendidos no CRT”.

No entanto, ativistas questionam que a pergunta não foi respondida, já que o questionamento não é sobre a continuidade do Centro de Referência, mas sim sobre a permanência do Programa Estadual dentro de sua estrutura.” Veja o posicionamento dos ativistas:

 

 

Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum de ONGs Aids de São Paulo: “O secretário não afirma que a estrutura do Programa Estadual DST/Aids continuar na estrutura do CRT Santa Cruz, conforme decreto abaixo. E importante a continuidade como está, no mesmo local. Vamos continuar mobilizando para que o secretário não enfraqueça a melhor resposta nacional.”

 

 

 

Pisci-Bruxa, do coletivo Loka de Efavirenz: “A nota não especifica se Programa Estadual permanecerá ou não junto ao CRT. A pauta não eh sobre o fechamento do CRT. E fico pensando que é claro que a Secretaria da Saúde e o João Dória vão dizer que o serviço continuará de ponta e referência. Eles vão sempre negar o desmonte do SUS. A pauta é sobre a saída do Programa, e o quanto isso vai gerar o sucateamento do CRT (estratégia clássica do PSDB: construir com dinheiro público, sucatear e sequestrar para a iniciativa privada). E isso está vago na nota. Tem cheiro de truque.”

Fabiana Oliveira, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas: “Ficarei surpresa que houver quem acredite nessa nota. Primeiro porque ela não responde, de forma concreta o motivo de nossa manifestação. Diz apenas que não haverá descontinuidade dos serviços no CRT e, que o Programa continuará sendo referência. Já vimos esse filme antes com o desmantelamento do Departamento Nacional de DST/Aids. Isso cheira golpe. Uma estratégia para nos desmobilizar, tentar “abafar” o barulho que fizemos em frente ao CRT ontem e, vamos continuar fazendo. A história da aids no Brasil foi feita de luta. Tivemos o melhor programa de aids do mundo e isso consagrou-se por um esforço coletivo. O Programa Estadual de IST/Aids juntamente com o CRT não se tornaram referência por acaso mas, por fruto de um trabalho contínuo, aberto ao diálogo junto aos usuários e movimentos sociais. Não vamos parar o que muitos companheiros iniciaram desde o início da epidemia. Essa luta é pela manutenção da autonomia do PE, é pela qualidade dos serviços no Estado, é pela não invisibilidade da aids no país. Estamos só começando.”

Marco Aurélio Bastos, jornalista e conselheiro gestor do CRT: “Essa nota não é pontual. Não se falou da questão que a gente deixou muito claro que é a separação do Programa Estadual das instalações do CRT. É essa separação que nos mobiliza. Não estamos falando sobre a continuidade do CRT ou do Programa. No entanto a gente reconhece que a separação deles enfraquece ambas as partes e quanto à isso somos intransigentes: não vai haver separação. Vamos até a última das consequências. Não temos nada a perder e tudo a defender. É um programa vitorioso, pontualmente o melhor e não tem que haver mudança em uma experiência copiada em vários países.”

 

José Roberto Pereira, Projeto Bem-Me-Quer: “Em nenhum momento passou pela nossa cabeça que o CRT iria fechar. Estamos falando de coisas distintas. Nossa pergunta não é sobre o funcionamento do CRT, mas do serviço junto ao programa. O último parágrafo deixa claro: eles reforçam que quem vai administrar o CRT é a pasta da Secretaria de Saúde. A nota é redundante. Para além das entrelinhas, estão tentando engabelar a gente. Essa carta em nenhum momento responde às reivindicações. Queremos um oficio formal dizendo que o Programa Estadual e o CRT vão continuar a funcionar na Rua Santa Cruz,81.”

 

 

 

 

 

Dica de Entrevista

Fórum de ONGs Aids de São Paulo

Telefone: (11) 3334-0704

 

Projeto Bem me Quer

Telefone: bemmequer@bemmequer.org.br

 

Fabiana Oliveira

E-mail: fabirnpcat69@gmail.com

 

Marco Aurélio Tavares Bastos

E-mail: pontosust@gmail.com

 

Redação da Agência de Notícias da Aids