Causado pelo papilomavírus humano (HPV), esse câncer matou 6.627 pessoas no país em 2020

De agora até 2025, cerca de 17 mil mulheres devem ser diagnosticadas com câncer no colo do útero, causado pelo papilomavírus humano (HPV), segundo estimativa do Ministério da Saúde. Em 2020, esse tipo de câncer matou 6.627 pessoas no Brasil. O vírus é de fácil transmissão na relação sexual – basta o contato com a pele infectada para a contaminação.

À Agência Brasil, a ginecologista Charbele Diniz estimou que em torno de 70% a 80% da população já teve algum contato com o vírus.

– Existem inúmeros tipos de vírus, mais de 50 tipos de cepas diferentes do vírus e não são todos eles que vão causar o câncer. Tem alguns que causam só verruga e outros que nem vão se manifestar – explicou Charbele Diniz.

As ocorrências mais frequentes no Brasil dos chamados cânceres ginecológicos, aqueles que afetam um ou mais órgãos do aparelho reprodutor feminino, são de tumores no colo do útero, no corpo do útero e no ovário. A campanha Julho Verde-Escuro chama atenção para a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce desses cânceres.

Com exames preventivos, é possível que no futuro o Brasil erradique tumores malignos no colo do útero, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A meta poderá ser alcançada se a população seguir as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um delas reforça que mulheres entre 25 e 35 anos devem fazer os exames preventivos e as pacientes que forem diagnosticadas com alterações devem receber o tratamento correto.

Meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade devem se vacinar contra o HPV. Para aumentar a imunização, o ideal é que a vacina seja tomada antes da primeira relação sexual.

O governo disponibiliza, desde 2014, a vacina quadrivalente contra o HPV. Crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos podem receber o imunizante no SUS, além de pessoas imunossuprimidas com até 45 anos.

A falsa crença de que a vacinação pode estimular uma iniciação sexual precoce ainda impede que pais levem seus filhos para se imunizarem.

– A gente tem a vacina disponível, é uma vacina cara, é uma vacina que está aí, mas que não está sendo utilizada. São vários tabus, de o povo brasileiro achar que você está expondo a questão sexual para a filha adolescente. Mas é mais uma vacina comum como outra qualquer – ponderou o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Inca, Gustavo Guitmann, à Agência Brasil.

Fonte: O Globo