Desde pedido simples, como copo d’água, a pedido de socorro. Um aplicativo recém-criado promete facilitar a comunicação entre pacientes e parentes ou profissionais de saúde. É o Sistema de Apoio à Pessoa Especial (Sape), desenvolvido por três analistas de sistemas de Éden, bairro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

“Aqui na vizinhança, já vi pessoas que tiveram AVC. Um tio nosso também teve, e a gente precisava interagir com ele. A pessoa geme, você não sabe se está sentindo dor ou se é fome, e quer ajudar”, explica Diogo Guimarães, de 36 anos, um dos idealizadores.

A ideia do Sape nasceu em 2011. Era um aplicativo chamado Sistema de Apoio à Comunicação Especial (Sace), para pessoas com deficiência auditiva. Na época, o sistema foi apenas o tema da monografia de Daniel Guimarães, atualmente com 38 anos. “Sempre gostei de jogos. Na época da monografia, Diogo me sugeriu fazer esse sistema. Cheguei a apresentar o projeto em eventos.”

O trio patenteou o aplicativo. Mas, por falta de recursos, a ideia ficou parada. Só no ano passado, eles decidiram retomar a ideia. Mas, dessa vez, buscaram atender um público maior, além de pessoas com deficiência visual.

Pelo Sape, é possível fazer solicitações, saudações e até reaprender a falar, no caso de pacientes com AVC ou Mal de Alzheimer. Uma das categorias do aplicativo incentiva a repetição de palavras. Para desenvolver o Sape, os analistas entrevistaram profissionais das áreas de Saúde e Educação. “Sempre pensei que o aplicativo poderia ir mais longe e ajudar a quem precisa”, afirma Moacir Santos, de 40 anos.

O irmão mais velho foi meia de times como Acadêmica de Coimbra, União da Madeira, Feirense e Vizela, em Portugal, de onde voltou em 2006. Inspirado nos caçulas, começou a cursar Ciências da Computação. Mas usou a influência no futebol para conseguir apoios. O ex-técnico do Corinthians Fábio Carille autografou camisas com a marca do aplicativo, e autorizou a venda com verba revertida para pacientes especiais.

Inscrição para testes

Os idealizadores do Sape buscam patrocínio para que o aplicativo seja disponibilizado gratuitamente na Play Store. Até agora, eles arcaram com todos os custos de desenvolvimento do sistema.

O trio também pretende apresentar o aplicativo para gestores de hospitais, emergências e até mesmo profissionais de planos de saúde. “Os recursos vão nos ajudar a melhorar e aperfeiçoar o aplicativo, os recursos”, afirma Daniel.

Apesar de concluído, o sistema está em fase de testes. Quem quiser participar do teste pode se cadastrar no site: www.sape.app. “A ideia é recrutar pessoas para esse exame. As inscrições podem ser feitas durante todo o mês de novembro”, explica Diogo.

O trio também busca recursos para que consiga a patente americana do sistema. O código-fonte do aplicativo já foi registrado nos Estados Unidos.

Fonte: Extra