A Anvisa aprovou recentemente um novo medicamento para o tratamento de HIV multirresistente, ou seja, para pessoas que já utilizaram diversos outros tratamentos antirretrovirais mas adquiriram resistência. Desenvolvido pela GSK/ViiV Healthcare, Rukobia (Fostemsavir) tem indicação de uso em combinação com outros medicamentos antirretrovirais para pessoas que vivem com HIV associado a histórico de tratamentos prévios, resistência e dificuldade em compor seus esquemas antirretrovirais com os tratamentos atualmente disponíveis.

“Nas últimas décadas, conquistamos muitos avanços no tratamento das pessoas que vivem com HIV, no entanto alguns desafios ainda estão presentes. Um exemplo é a composição do esquema de tratamento para aquele paciente adulto que vive com HIV multirresistente, altamente experimentado a tratamentos antirretrovirais prévios e com dificuldade na composição do seu esquema de tratamento atual. Com a aprovação de Rukobia, teremos a oportunidade de oferecer uma nova opção de tratamento a essas pessoas. Em ensaios clínicos, Rukobia em combinação com outras terapias antirretrovirais, demonstrou significativas taxas de supressão virológica”, afirma o dr. Jucival Fernandes, gerente médico da GSK/Viiv Healthcare.

De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, atualizado em dezembro de 2021, observa-se uma tendência de declínio na resistência de todas as classes de antirretrovirais analisadas entre 2009 e 2020. Entretanto, até setembro de 2021, percebe-se um aumento da resistência, podendo ter sido ocasionado pela pandemia da Covid-19 em que muitos pacientes deixaram ou atrasaram o tratamento, comprometendo a supressão viral e favorecendo a seleção de linhagens resistentes.

Segundo o Dr. Jucival Fernandes, a definição racional dos antirretrovirais é essencial para maximizar a eficácia do tratamento. “A resistência do HIV aos antirretrovirais ocorre quando uma ou mais mutações afetam a habilidade de uma droga específica, ou a combinação delas, de inibir a replicação viral. E isso ocorre quando a pressão seletiva da droga permite que linhagens resistentes se manifestem e se estabeleçam, reduzindo a sensibilidade do vírus ao antirretroviral. Com isso, a escolha do tratamento correto e eficaz se torna essencial pois pode minimizar efeitos colaterais, prevenir o desenvolvimento de resistência e, consequentemente, aumentar a duração da supressão viral, oferecendo assim a possibilidade de uma melhor qualidade de vida.”, explica o médico.

A aprovação de Rukobia é apoiada pelo estudo internacional BRIGHTE, que avaliou a segurança e eficácia do fostemsavir, otimizado com terapia de base, em adultos altamente experimentados em tratamento e que vivem com HIV multirresistente, muitos dos quais tinham doença avançada no início do estudo.

Na coorte randomizada, 60% (n=163/272) dos indivíduos que receberam fostemsavir, além de um tratamento de base selecionado pelo investigador, alcançaram carga HIV indetectável e melhorias clinicamente significativas na contagem de células T CD4+ até a Semana 96.