Indicadores de desigualdade socioeconômica exibem relação direta entre incidência e mortalidade da doença
Um estudo realizado por universidades da Bahia em colaboração com a Fiocruz e outras universidades da Espanha, Estados Unidos e Reino Unido visou avaliar indicadores sociais em casos de morbidade e mortalidade de Aids. Renda, cor/etnia e acesso à educação foram os principais fatores analisados.
O trabalho analisou cerca de 28,3 milhões de pessoas que fazem parte da população de baixa renda, durante nove anos, de 2007 a 2015. Em relação aos indicadores de cor/etnia, 57,5% são pardos, 34,1% brancos/asiáticos, 8% negros e 0,6 indígenas. Do total, 53% são mulheres, número equivalente a quase 15 milhões.
O estudo foi liderado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), UNEB (Universidade Estadual da Bahia) e o CIDACS (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde).
Conceitos da epidemiologia
A morbidade se refere às pessoas que adquiriram uma determinada doença na população e mostra o comportamento das doenças. A prevalência e a incidência da enfermidade estão diretamente ligados ao conceito de morbidade.
Por sua vez, a mortalidade diz respeito aos indivíduos que morreram naquele intervalo de tempo e espaço devido à doença e representa a probabilidade de morte pela doença. A contagem de óbitos, que costuma ser ligada ao termo “mortalidade”, na verdade, é indicada pela letalidade.
Resultados
A pesquisa mostrou que pessoas em desvantagem socioeconômica – aquelas na faixa de baixa renda, pretas, analfabetas e com domicílio sem a infraestrutura básica – estão associadas à maior incidência e mortalidade de Aids. A região Sul contém mais incidências e taxa de mortalidades, embora o Sudeste tenha apresentado maior taxa de letalidade. No total, o Nordeste e o Sudeste foram as regiões com mais casos de Aids.
Fonte: Revista Fórum