Em Munique, uma das sessões mais aguardadas dos simpósios dessa segunda-feira (22) foi conduzida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e teve como tema central “O que Há de Novo nas Diretrizes da OMS: Sustentabilidade, Monitoramento, Controle de Doenças e Eliminação”. A sessão foi aberta por Meg Doherty, coordenadora do Departamento de Resposta Global da OMS no campo do HIV. Mostrou os progressos no controle da Epidemia ressaltando que anda há muito a fazer para chegarmos nas metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em 2030.

Doherty convidou vários técnicos responsáveis por unidades dentro do Departamento de HIV, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e Hepatites Virais para apresentarem ao público informações estratégicas sobre as novas diretrizes da OMS.

Cheryl Johnson foi a primeira a falar, dedicando sua apresentação à importância da testagem para o HIV. Johnson reiterou a necessidade de os países implementarem a autotestagem do HIV, destacando também a relevância dos testes comunitários e da testagem direcionada. Ela criticou a abordagem clássica e passiva de testagem em serviços de saúde, afirmando que não é a estratégia mais eficaz para alcançar 95% das pessoas que vivem com HIV.

A segunda apresentação, focada em ISTs, abordou algumas das infecções mais comuns, como gonorreia, HPV e sífilis, que continuam sendo desafios globais significativos. Foram discutidos os medicamentos mais utilizados para o tratamento dessas infecções.

Michele Rodolf, em sua fala, destacou a profilaxia pré e pós-exposição. Ela enfatizou a importância de os países terem acesso à profilaxia pós-exposição (PEP) e deu destaque à profilaxia pré-exposição (PrEP), mencionando as diversas formas incluídas no novo guia da OMS, como os anéis vaginais e, principalmente, a PrEP injetável. Rodolf ressaltou a importância da implementação e disseminação dessas estratégias globalmente. A grande novidade no momento é sem dúvida a PrEP injetável e é uma pena que tão poucos países tenham acesso a esta tecnologia inovadora.

Clarissa Pinto, na sequência, focou no tratamento do HIV, reiterando princípios como a inclusão de todos no tratamento e a necessidade de medicamentos que facilitem a adesão. Pinto também destacou a importância de reengajar pessoas que abandonaram o tratamento, uma estratégia crucial no momento atual. Se queremos eliminar a Epidemia, tratar a todos e não deixar ninguém para trás é crucial.

A sessão foi encerrada por Antons Mozalevskis, que abordou a importância de combater o estigma e a discriminação, especialmente nas unidades de saúde entre os profissionais de saúde. Antons destacou que, mesmo após tantos anos de epidemia, o estigma e a discriminação ainda são grandes obstáculos para manter os pacientes nos cuidados necessários e permanentes para o controle do HIV.

Esta sessão forneceu informações essenciais e atualizadas, destacando a importância de estratégias inovadoras e abrangentes para a testagem, tratamento e prevenção do HIV, de Hepatites Virais e das ISTs, reforçando o compromisso da OMS em combater essas epidemias de maneira eficaz e inclusiva.

Fonte: OMS