Avanços importantes nas pesquisas sobre Covid-19, incluindo dados promissores sobre novos tratamentos, foram anunciados hoje, na véspera conferência virtual Covid-19, a primeira reunião científica destinada a estudos do mundo dedicada à pandemia global.

Organizada pela  IAS (International Aids Society,) a Conferência Covid-19 acontece a nessa sexta-feira (10) e se estende para 11 de julho (em alguns fusos horários), marcando o fim da 23ª Conferência Internacional da Aids, também conhecida como Aids 2020: Virtual.

“Convocamos esta conferência para abordar as muitas questões urgentes relacionadas à epidemiologia, prevenção, tratamento e cuidados com Covid-19”, disse o presidente da IAS, Anton Pozniak. “Os estudos apresentados neste encontro foram submetidos a rigorosas verificações científicas e capturam insights críticos das linhas de frente em comunidades atingidas em todo o mundo”.

Nessa quinta-feira (9), a organização do evento destacou os princiapais estudos, selecionados entre cerca de 140 resumos científicos que serão apresentados na Conferência Covid-19.

Confira alguns destaques:

 

Dados promissores sobre sofosbuvir e daclatasvir como um tratamento potencial para o Covid-19

Andrew Hill, da Universidade de Liverpool, apresentou resultados promissores em um estudo sobre sofosbuvir e daclatasvir, uma combinação de medicamentos atualmente usada para hepatite C, como tratamento para Covid-19 moderado ou grave. Este estudo aberto incluiu 66 adultos com Covid-19 internados em quatro hospitais da Universidade Iraniana. Os pacientes foram randomizados para tratamento padrão (hidroxicloroquina ± lopinavir / ritonavir, medicamentos que eram padrões no momento do estudo, mas acredita-se que agora não beneficiam o tratamento da Covid-19) com ou sem sofosbuvir e daclatasvir.

 

Remdesivir e pacientes com Covid-19 grave

Kristen Marks, da Weill Cornell Medicine, vai apresentar um estudo que examinou características associadas à melhora clínica e mortalidade em pacientes com Covid-19 grave que foram tratados com remdesivir. O remdesivir demonstrou potente atividade in vitro e in vivo contra SARS-CoV-2 e eficácia clínica favorável e boa tolerabilidade em pacientes com Covid-19 tratados com uso compassivo.

 

Fortes evidências de que a transmissão vertical intra-uterina de SARS-CoV-2 é possível

Claudio Fenizia, da Universidade de Milão, apresentou resultados de um estudo que investigou se a transmissão vertical de SARS-CoV-2 é possível e se isso resulta em envolvimento fetal. O estudo também analisou o papel do anticorpo e as respostas inflamatórias na placenta e plasma de gestantes e fetos positivos para o novo vírus.

O estudo envolveu 31 mulheres grávidas, todas com SARS-CoV-2. O vírus foi encontrado em uma placenta a termo e no sangue do cordão umbilical, na vagina de uma mulher grávida e no leite. Além disso, o estudo encontrou anticorpos IgM e IgG anti-SARS-CoV-2 específicos no sangue do cordão umbilical de mulheres grávidas, bem como em amostras de leite. Finalmente, uma resposta inflamatória específica foi desencadeada pela infecção por SARS-CoV-2 em mulheres grávidas nos níveis sistêmico e placentário e no plasma sanguíneo do cordão umbilical.

Aprendizados de uma grande campanha de testes de Covid-19 nos EUA

Carina Marquez, da Universidade da Califórnia, apresentou novas descobertas de uma campanha de testes em massa que ofereceu testes de PCR e anticorpos SARS-CoV-2 a todos os residentes com mais de quatro anos, independentemente de sintomas,em um setor censitário no Mission District de São Francisco. Seis semanas após a política de abrigo no local de São Francisco, o estudo testou quase 4.000 pessoas em quatro dias, tornando-a a maior campanha de testes em massa realizada em um único distrito nos Estados Unidos.

Em maio, o estudo divulgou resultados iniciais, mostrando que 95% daqueles que testaram PCR positivo para SARS-CoV-2 no distrito eram indivíduos Latinos, a maioria dos quais não conseguiu se abrigar no local por razões financeiras.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids