O trabalho no Brasil com a PrEP foi destaque nessa quinta-feira (9), durante a 23ª Conferência Internacional de Aids, a respeito de sua experiência do projeto de implementação da PrEP financiado pela Unitaid, o ImPrEP. Também fazem parte do projeto México e Peru como representantes da América Latina para examinar o atual acesso à PrEP para homens que fazem sexo com homens e mulheres trans na América Latina, destacando abordagens bem-sucedidas, possibilitando fatores e desafios relacionados à programação da PrEP e ampliando as estratégias de prevenção combinada.

A apresentação teve como objetivo, mostrar uma visão geral do acesso atual à PrEP na América Latina, enfatizando as experiências de implementação da profilaxia e de políticas em serviços de saúde públicos e comunitários. Além disso, o debate bucou analisa abordagens bem-sucedidas para implementar os serviços de PrEP nas estratégias nacionais de prevenção ao HIV através da descrição de estudos de caso desses países e mostrar a experiência do  ImPrEP no acesso pioneiro à PrEP em LA, aprimorando o envolvimento da comunidade.

PrEP Delivery

Valdiléia Veloso, da Fiocruz, comentou a respeito do uso da PrEP durante a pandemia de Covid-19. Segundo ela, o delivery da profilaxia, aliado a consultas virtuais colaboram para que a adesão se mantenha.

“Pessoas que estavam com sintomas, no entanto, tiveram sua visita cancelada e receberam informações sobre Covid-19 e foram instruídos a usar preservativos em todas as relações sexuais durante o período que estiverem sem a PrEP. Eles também foram encaminhados para testagem”, explicou Valdiléia.

A pesquisadora também afirmou que o processo de testagem para o HIV continuou em estpaços abertos. “Essas pessoas também foram contatadas por telefone para que pudessem aderir a PrEP. Caso o teste rápido para HIV fosse negativo, eles recebiam uma prescrição digital para utilizar a profilaxia por 12o dias, além de dois kits de auto teste para HIV encontrados nas farmácias.”

Segundo Valdiléia, desde a implementação dos processos de telemedicina, em março e junho de 2020, 564 participantes realizaram consultas virtuais. Além disso, houve um ganho de tempo signficativo no serviço: duas horas a menos de espera.

Aprendizados durantes a pandemia

Essa redução no tempo de duranção às visitas até as clínica para obtenção da PrEP é um dos maiores ganhos observados no Brasil, já que o processo que durava 3 horas agora dura apenas uma hora.

“A telemedicina e a auto testagem se mostrou uma possibilidade factível para superar as barreiras impostas pela pandemia durante os períodos de isolamento e lockdown”, explica Valdiléia.

Assim, os dois recursos “podem ser incorporados aos serviços de PrEP mesmo após a pandemia, com a possibilidade de aumentar a capacidade destes serviços para prover a profilaxia a homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero.”

Por fim, Valdiléia concluiu que a parceria entre o ImPrEP e o Ministério da Saúde do Brasil “foi muio bem sucedida” e que a inovação implementanda pelo projeto contribui para alavancar a escala de uso da PrEP no Brasil.

 

Jéssica Paula (jessica@agenciaaids.com.br)