Pessoas transgênero de diferentes regiões do mundo utilizara o espaço da 23ª Conferência Internacional de Aids para pedir mais visibilidade e mais acesso à saúde para a população trans. A apresentação organizada pela Aids Healthcare Foundation abordou os desafios das pessoas transgênero em todo o mundo. Foram abordados temas como o apgamento da história dessa população, as lutas por acesso à saúde e aos serviços de HIV, além das políticas de exclusão.

“A visibilidade da população trans masculina é essencial para nossa saúde e bem estar”, disse o ativista Laith de la Cruz. “Inclusão e capacitação em cuidados de saúde voltados são necessário. Além disso, é importante falar sobre a importância da representatividade de homens trans na mídia. É necessário mais diversidade nas histórias contadas, até que todas as pessoas possam dizer que conhecem uma pessoa trans.”

Laith também destacou a falta de inclusão das pessoas transgênero nos cuidados à saúde sexual e reprodutiva. “Cientistas e pesquisadores assumem que o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis não são um risco para os homens trans, o que faz com que a gente encontre informações apenas a respeito de homems e mulheres cisgênero.””

O ativista lembrou os dados apresentados em uma pesquisa do ano de 2014 que mostrou um número de 2351 pessoas diagnosticadas com HIV nos Estados Unidos, das quais 361 eram homens trans.

Vidas negras

Laith também descou que nessa pesquisa, 58% dos homens trans diagnosticados com HIV eram negros.

Nesse sentido, Chela Demuir, enfatizou os números relacionados à violência contra pessoas trans, com destaque a um número significativamente superior quando há recorde racial dessa população.

“Não é apenas minha vida negra que importa. É também a minha vida negra e transexual que importa”, disse ao fazer referência ao movimento que se iniciou nos Estados Unidos após a morte violenta de um negro por um policial.

No ano de 2019 foram relatados 27 assassinatos de pessoas transexuais, das quais 22 eram negras. Já no ano de 2020, até agora já foram 17 mortes registradas, sendo 6 pessoas negras.

Chela afirma que, em linhas gerais, é possível afirmar que estamos em um dos melhores momentos para a visibilidade trans, já que nunca se viu tantos artistas e pessoas dessa população sendo representadas em redes sociais, revistas e na televisão. No entanto, os ativistas concordam que ainda é pouco perto do que é necessário para lograr uma busca mais efetiva de direitos, justiça e acesso à saúde.

“É um longo caminho, mas acredito que nosso futuro será positivo”, disse Maya Jafer ao falar sobre os desafios da população transexual no continente asiático.

Assim, Christiaan Kier também foi concisa em sua resposta quando questionada sobre o que é necessário para que a população trangênero avance em sua luta. Para ela, importancia da mídia, seja atraves da impresna ou através das redes sociais são elementos decisivos para essa mudança.

 

“Born Human”

Na ocasisão, foi apresentado o documentário Born Human. A obra oferece uma visão sobre a realidade da pessoas trans de diferentes partes do mundo, compartilhando suas experiências inspiradoras em busca de sucesso, saúde, amor e justiça.

 

 

Jéssica Paula (jessica@agenciaaids.com.br)