O Unaids, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, comunicou que no ano passado foram registradas 1,5 milhão de novas infecções por HIV no mundo. De acordo com as metas globais, o projetado era de que apenas 500 mil novas infecções ocorreriam. Ou seja, esse número representa um milhão a mais de infecções do que o esperado para o período.

O grupo mais afetado em termos de novas infecções foram mulheres jovens e meninas adolescentes, contabilizando uma infecção a cada dois minutos. Na África Subsaariana, esse grupo feminino é três vezes mais propenso a contrair uma infecção pelo HIV do que meninos adolescentes e homens jovens.

O relatório “Em Perigo” revelou que em 2021 uma pessoa morreu por minuto em decorrência da aids, totalizando 650 mil mortes. A análise evidencia que a crise causada pela pandemia agravou as disparidades sociais, retardando o progresso na resposta ao vírus e acentuando desigualdades.

“O fardo de HIV nas famílias mais pobres cresceu, em parte devido às dificuldades que as pessoas de menor renda enfrentam no acesso aos serviços de HIV e à proteção social de que precisam”, destaca o sumário executivo da Estratégia Global de Aids 2021-2026 – Acabar com as Desigualdades. Acabar com a Aids.

Regiões mais afetadas

O documento que traz as atualizações a respeito das infecções pelo mundo demonstrou que o número de casos cresceu na Europa Oriental, Ásia Central, Oriente Médio, norte da África e América Latina.

Em países como Austrália, Canadá e Estados Unidos, os maiores percentuais de infecção são entre as comunidades indígenas. As desigualdades raciais também impactam nos riscos, uma vez que a diminuição de novos casos da doença foi maior entre as populações brancas do que entre os negros.

Tratamento

A estimativa é de que 75% do total dos infectados tenham acesso ao tratamento antirretroviral. Outra preocupação é a diferença entre a cobertura do tratamento entre crianças e adultos. Apenas 52% das crianças recebem os medicamentos adequados.

A diretora executiva do programa Unaids, Winnie Byanyima, disse por meio das redes sociais que a “lição chave” para combater o HIV é o envolvimento das comunidades. “Isso contribui para uma ciência melhor e mais aplicável e para uma melhor aceitação e resultados”, afirmou.