A segunda edição do Prêmio José Araújo de Ativismo e Direitos Humanos vai reconhecer e homenagear pessoas e instituições da cidade de São Paulo que atuam na busca por equidade social e na luta contra aids. Essa é uma iniciativa do Movimento Paulistano de Luta Contra Aids (Mopaids) que neste ano, e irá contemplar também ações que buscaram respostas à pandemia da Covid-19.

“Os últimos anos não têm sido fáceis, tivemos que reaprender a viver e a lutar por direitos, mas o ano de 2019 ficará marcado para sempre na história do ativismo brasileiro. Perdemos em setembro de 2019, aos 62 anos, um ícone da luta contra a aids, nosso querido José Araújo Lima Filho. Sua luta, atuação e trajetória em defesa das pessoas que vivem com HIV/aids jamais serão esquecidas”, defende o coordenador do Mopaids, Américo Nunes.

José Araújo atuou por mais de 30 anos de mobilização social e construção de políticas públicas. Polêmico, determinado e grande entusiasta do SUS, esteve à frente de mobilizações em defesa dos direitos humanos e da saúde pública.

Sua militância em defesa das pessoas que vivem com HIV/aids começou na primeira década da epidemia, na recepção do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo. Ele foi um dos responsáveis por reunir os pacientes para troca de experiências e solidariedade, levando boa parte dessas pessoas para o GIV (Grupo de Incentivo à Vida).

Araújo também participou da criação da RNP+ Brasil, em 1995, e trabalhou no acolhimento de crianças com HIV, além de ter atuado como coordenador geral da Associação François Xavier Bagnoud do Brasil (AFXB).

Por décadas realizou parcerias com organizações do Japão, proporcionando trocas de experiências de prevenção e autocuidados entre os brasileiros lá residentes. Também atuou fortemente na luta pela garantia de direitos de participantes de pesquisas clínicas.

“Não é à toa que sua trajetória foi marcada por gritos em defesa da humanidade. A resistência era sua marca. Quem teve o prazer de conviver com Araújo sabia perfeitamente que ele não media palavras para denunciar o que não ia bem. Também fazia questão de cobrar publicamente gestores e políticos”, disse Américo.

Seus últimos anos de vida foram dedicados ao EPAH (Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada), a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e ao Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids). “Agora temos a missão de dar continuidade ao legado que nos deixou. A luta contra a aids perdeu um de seus maiores defensores, mas a memória de Araújo continuará presente no movimento social de luta contra a aids. Araújo partiu sem saber que neste momento estaríamos enfrentando uma nova pandemia, a de Covid-19, que já dizimou famílias, expôs pessoas e escancarou as injustiças sociais”, concluiu Américo.

Premiação

Nessa edição, o prêmio será contemplado em 9 categorias. Sendo elas:

Pesquisas: Será contemplada uma pesquisa/estudo em desenvolvimento em IST/HIV/Tuberculose de âmbito nacional, estadual ou municipal, que impacte diretamente a vida de quem vive com HIV/aids;

ONGs: Reconhecimento ao trabalho de organizações não governamentais que atuam diretamente com a valorização da vida e das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social, em especial, ONGs que atuam contra a aids;

Direitos Humanos: Nesta categoria irá receber o prêmio uma autoridade que está no legislativo lutando por direitos humanos e causas sociais;

Juventudes: Nessa categoria receberão o prêmio jovens engajados na luta contra a aids, que levam conhecimentos e informações para diminuição de estigmas e preconceitos, atuando como agentes transformadores em seus espaços de convivência;

Mobilização Social: Será premiado trabalho e/ou atuação diversa, mobilização de funcionários na defesa do serviço público de saúde em IST/HIV-Tuberculose;

Assistência: Categoria dedicada a profissional ou serviço diferenciado no cuidado e acolhimento de quem vive com HIV/aids na cidade São Paulo;

Política Pública: Será premiada uma conquista importante no âmbito nacional, a exemplo da mais recente aprovação da Lei Renato da Mata;

Pessoa Vivendo com HIV/Aids: Uma pessoa que resiste e continua na luta em defesa dos direitos humanos será contemplada nessa categoria;

Iniciativa inovadora de ativismo em tempos de pandemia: Serão reconhecidas ações que foram desenvolvidas em tempos de pandemia.

Na prática, esse processo é responsável por estabelecer diálogo entre as pessoas, uní-las e dar força a movimentos sociais para transformar a realidade em que estão inseridos, podendo ocorrer de diversas formas, inclusive nos meios digitais, como:
• criação de hashtags nas redes sociais;
• compartilhamento de informações confiáveis sobre prevenção;
• criação e participação em lives, entre outras.

Para fazer indicações, basta clicar aqui. 

 

Dica de Entrevista

Mopaids

E-mail: coordenacao@mopaids.org.br

Site: www.mopaids.org.br