O pavilhão oeste do complexo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, recebe, entre os dias 20 e 22 de novembro, a 1ª Expo Internacional da Consciência Negra, que busca recontar a história da humanidade a partir da perspectiva do povo negro e da valorização da cultura africana no Brasil e no mundo.

Serão 120 expositores ao longo dos três dias. A expectativa é de que 15 mil pessoas passem pelo espaço, que será formado por cinco alamedas temáticas: educação, saúde, mulher negra, cultura e empreendedorismo e tecnologia. Para garantir acesso ao evento, a população deverá fazer um cadastro na páginal oficial da Expo Internacional (clique aqui).

“O evento tem como objetivo reunir especialistas e autoridades do Brasil e de outros países para conscientizar a população paulistana e posicionar a cidade de São Paulo como indutora do debate e das ações de combate ao racismo estrutural no país e na América Latina”, explicou a prefeitura.

Em cada alameda, elementos educativos interativos promovem uma imersão única a partir de referências do carnaval brasileiro, de acordo com a Prefeitura de São Paulo. Além disso, grandes alegorias preparadas pela escola de samba Dragões da Real compõem o recinto.

Pessoas com mais de 12 anos terão que apresentar comprovante do esquema vacinal completo contra a Covid-19 para entrar no prédio. Aqueles que receberam apenas a primeira dose, além dos menores de 12 anos, deverão apresentar teste do tipo PCR negativo com até 48 horas de antecedência, ou antígeno realizado em até 24 horas antes do evento.

“Se você nunca ouviu falar que a ciência começou no Egito, você realmente vai achar que você é superior, que realmente foram os gregos que inventaram toda a ciência. Se você ouve que todos os grandes inventores foram brancos, você não vai ter um olhar de igualdade”, apontou Adriana Vasconcellos, assessora de relações internacionais da Prefeitura de São Paulo.

“Acho que, finalmente, a gente está falando da cultura negra de uma outra ótica, não como os colonizados, mas como o povo que tem uma cultura incrível, que realmente merece ser cultuada, merece ser apreciada”, destacou a monitora cultural Flávia Alves.

“Diferente de algumas feiras, tem todo um aspecto educacional, né? Isso é muito importante no Dia da Consciência Negra porque vai ser mostrado, por exemplo, que o negro contribuiu para a ciência na área da educação, na área da saúde”, contou a empresária Daniela Santos.

“As pessoas vão olhar e pensar outras narrativas sobre a escravidão, outras dores, outras resistências, o que foi a abolição, quem foi a princesa Isabel, por que as negras ficaram nessa condição, sem terra e sem alfabetização. Como isso aconteceu e o que deu? Deu que nós temos um racismo profundo estrutural”, afirmou Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais.

“Nós temos 57% de negros no país que têm um potencial que não consegue ser exercido para o nosso desenvolvimento. Além das injustiças, das humilhações e da dificuldade de ter uma escolaridade adequada”, completou Suplicy.

1ª Expo Internacional da Consciência Negra
Data: de 20 a 22 de novembro de 2021;
Local: Pavilhão Oeste do Anhembi (Avenida Olavo Fontoura, 1.209, Santana);
Acesso: Clique aqui para se inscrever.