Milhares de pessoas, entre representantes do poder público, de entidades, da sociedade civil, movimentos populares e organizações participam nesta semana da 17ª edição da Conferência Nacional de Saúde. Com o tema “Garantir direitos, defender o SUS, a vida e a democracia – Amanhã vai ser outro dia!”, o evento foi pensado para marcar uma retomada da participação popular, do diálogo e da diversidade em busca de um Sistema Único de Saúde mais inclusivo e universal.

O encontro é um passo essencial para elaboração e aprovação de propostas para o Plano Nacional de Saúde e o Plano Plurianual 2024-2027. A última Conferência Nacional de Saúde foi realizada em 2019, já sob governo de Jair Bolsonaro (PL), em um contexto de necessidade de resistência, com o prenúncio dos cortes de verbas que viriam nos anos seguintes.

Até a próxima quarta-feira (5), o Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF) receberá o evento, que é a conclusão de uma série de etapas regionais. As etapas preparatórias envolveram mais de 2 milhões de participantes em todo o Brasil, o dobro da edição anterior. Além disso, pela primeira vez, foram realizadas Conferências Livres, organizadas por segmentos da sociedade civil. Mais de 4 mil pessoas foram eleitas delegadas para discutir sobre 31 diretrizes e 329 propostas elaboradas nas conferências prévias.

Realizadas desde 1941, as Conferências Nacionais de Saúde são espaços de participação popular e diálogo com a sociedade. A edição de 1986, por exemplo, foi um dos momentos mais importantes para a elaboração e criação do SUS. Atualmente, o encontro é realizado a cada quatro anos.

Nesta Conferência a Agência Aids decidiu inovar e criou a figura do ‘ativista observador’ para transmitir boletins diários, gravados em vídeo, com as impressões sobre determinado tema apresentado no evento. “Um olhar que além de informar vai trazer a percepção da pessoa que tem anos de bagagem e atuação no tema”, explica a jornalista Roseli Tardelli, diretora desta Agência.

O nosso observador é o José Carlos Veloso, da Rede Paulista de Controle da Tuberculose. “Vamos unir o olhar do ativismo e a informação para trazermos mais conteúdo a nossa cobertura.”

A trajetória

Veloso é assistente social com mestrado em saúde coletiva, larga experiência com movimentos sociais (conselhos e comissões de controle social). Trabalhou por 3 anos no Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, na área de interlocução com movimentos sociais. Foi representante da sociedade civil durante 10 anos no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Centro de Referência em DST/Aids da Secretária Estadual de Saúde de São Paulo.

Além disso, ocupou o cargo de diretor e coordenador de projetos do GAPA – Grupo de Apoio a Prevenção a Aids de São Paulo, representando a instituição em várias redes internacionais de Direitos Humanos e saúde sexual reprodutiva, incluindo reuniões no sistema das Nações Unidas.

É docente em algumas disciplinas como: ética e responsabilidade social (Instituto de Educação do Planalto em Brasília/DF); Abordagem Social com Dependentes Químicos (Faculdade Paulista de Serviço Social SP/SP).

Sua pesquisa de mestrado foi Ética em pesquisas com seres humanos, concluído em 2005 no Instituto de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Redação da Agência de Notícias da Aids