Em alusão ao Dia Muncial de Combate às Hepatites Virais a Agência de Notícias da Aids destaca o artigo publico por Jeová Fragoso, ativista referência na luta contra as hepatites virais. Confira:

Como não é só o novo coronavírus que assola a saúde da população, a Portaria MS 1537 do dia 12 de junho de 2020, trouxe uma excelente notícia aos portadores das Hepatites Virais que os acalenta e intensifica a esperança de uma assistência mais ampla e adequada nesse momento difícil da pandemia e isolamento social.

As mudanças já aqui anunciadas pela Agência de Notícias da Aids, contemplam maior facilidade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento, que diga-se, é todo disponibilizado pelo SUS, reduzindo assim a burocracia, trazendo a assistência mais próxima do paciente quando a mesma passa a ser também de atribuição da atenção primária à saúde.

Dentre essas alterações destaco como um dos tópicos mais relevantes, a migração dos medicamentos do componente especializado para o componente estratégico da assistência farmacêutica, que propicia o acesso imediato de acordo com o fluxo a ser estabelecido nas farmácias locais destinadas ao atendimento à esses pacientes, ao contrário da espera que demorava em média mais de 60 dias no fluxo anterior.

Essa foi por muitos anos uma reivindicação das associações de pacientes, como o Movimento Brasileiro de Luta contra as Hepatites Virais, Aliança Independente de Grupos de Apoio e mais recente o Fórum de ONG/Aids de SP, esse último devido a preocupação da coinfecção HIV x HV.

Devo também destacar a possibilidade do tratamento para as Hepatites Virais ser prescrito por médico não especialista no agravo, lotado na atenção primária à saúde, o que diminuirá o tempo de espera no agendamento tanto para o início do tratamento proposto e seu monitoramento.

Essas e outras alterações certamente contribuirão para a promoção da saúde da população frente às Hepatites Virais e coinfecções, como também beneficiarão com maior agilidade no tratamento, os pacientes com comorbidades, como por exemplo os renais crônicos e os que já desenvolveram formas evolutivas originárias das Hepatites B e C.

Como dito essas mudanças, principalmente a do componente dos medicamentos, foi pleito das associações de pacientes por muitos anos, e que atribuo a contemplação pelo empenho do   movimento social das Hepatites como também à equipe do DCCI, que tem o Dr Gerson Pereira como diretor, ao Dr. Evaldo Stanislau, diretor técnico do Grupo Esperança que nos trouxe embasamentos científicos, aos Programas Estaduais e Municipais de IST, Aids e Hepatites, aos parlamentares integrantes da Frente Parlamentar presidida pelo Dep. Fed. Junior Bozzella, e aos demais segmentos da sociedade, que juntos atuaram para com essas medidas colocar ainda mais o nosso país como uma referência mundial na assistência às Hepatites Virais, enfermidade que em um passado recente ceifou a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo.

Com esse grande avanço conquistado, esperamos que os fluxos descritos sejam brevemente implementados, e que a população geral não perca a oportunidade de se conscientizar sobre a prevenção das Hepatites Virais, realizarem o teste de detecção das Hepatites B e C, se imunizarem para a Hepatite B, e caso tenham resultado reagente para a Hepatite C, embora ao contrário da B não tenha vacina, ela tem CURA, com todos esses procedimentos e tratamentos totalmente disponibilizados pelo SUS.

 

Jeová Pessin Fragoso é Diretor presidente do Grupo Esperança.