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O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (14), durante o “Seminário Integrado da Sífilis – Unindo Forças para a Eliminação”, em Brasília, que o país evitou 71% dos casos de sífilis congênita em 2023. A notícia destaca um avanço no combate à doença, refletido na queda de 1.511 casos da infecção em bebês menores de um ano, em comparação com o ano anterior. Esse progresso, segundo o governo, é resultado direto da intensificação dos esforços para diagnosticar e tratar a infecção em gestantes.

Essa evolução positiva dá continuidade aos avanços observados em anos anteriores: em 2021, a prevenção alcançou 64%, e, em 2022, esse número subiu para 69%. O objetivo é eliminar a transmissão da sífilis congênita até 2030, e o aumento na porcentagem de casos evitados demonstra que o país está no caminho certo.

Campanha Nacional: Eliminação da Sífilis até 2030

Durante a abertura do seminário, o Dr. Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), enfatizou o compromisso do Brasil com a erradicação da sífilis congênita e outras infecções até 2030. “Vamos eliminar a sífilis como problema de saúde pública. Esse é o nosso compromisso”, declarou Barreira, destacando a relevância do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz para reduzir a transmissão vertical da doença.

Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, ressaltou que o país já possui todas as ferramentas necessárias para continuar reduzindo os casos de sífilis. Segundo ela, ações integradas e tripartites entre diferentes setores da saúde e o reconhecimento dos determinantes sociais são essenciais para avançar. “Cada um de nós pode fazer a diferença”, afirmou Pâmela.

Panorama epidemiológico

Os dados divulgados no Boletim Epidemiológico de 2024 revelam que, em 2023, o Brasil registrou 242.826 casos de sífilis adquirida, 86.111 casos de sífilis em gestantes, 25.002 casos de sífilis congênita e 196 óbitos causados pela doença. Esses números reforçam a importância de intensificar os esforços na prevenção e tratamento da infecção, principalmente durante o pré-natal.

O diagnóstico da sífilis é realizado por meio de testes rápidos ou exames laboratoriais, distribuídos pelo Ministério da Saúde a estados e municípios. Em 2023, foram distribuídos mais de 14 milhões de testes rápidos para sífilis em todo o país. A novidade deste ano é o teste rápido DUO, que detecta HIV e sífilis simultaneamente, e já contabiliza mais de 1,9 milhão de testes realizados.

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Combate à sífilis

O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, celebrado todo terceiro sábado de outubro, é uma data fundamental para conscientizar sobre a doença. A sífilis é uma das prioridades do Ministério da Saúde, que está empenhado em eliminar a transmissão vertical da infecção até 2030 por meio do Programa Brasil Saudável.

Além da ampliação do acesso aos testes rápidos, a distribuição de penicilina, tratamento eficaz para sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita, é uma das principais estratégias do governo. Outro destaque é a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de doenças como HIV, sífilis, hepatite B, HTLV e doença de Chagas, que visa reconhecer e premiar municípios e estados que se destacam na prevenção dessas infecções.

Entre 2022 e 2023, 48 municípios e dois estados brasileiros já receberam certificações de eliminação ou selos de boas práticas em relação à sífilis. Em 2024, o Ministério da Saúde já está analisando novas solicitações de certificação, com cerimônia prevista para o final do ano.

Eliminação global da sífilis

Com as metas traçadas até 2030, o Brasil reafirma seu compromisso com a saúde pública e com a eliminação da sífilis congênita. Os resultados positivos já observados são fruto de um esforço conjunto entre governo, profissionais de saúde e a sociedade civil, que continuam trabalhando para garantir que a transmissão vertical da doença seja eliminada de forma definitiva.

A programação do *Seminário Integrado da Sífilis* segue até terça-feira (15), com a participação de representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Conselho Nacional de Saúde (CNS) e do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas.

Redação da Agência de Notícias da Aids com informações