O Ministério da Saúde anunciou em agosto uma atualização importante em suas diretrizes de profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e hepatites virais. A nova edição do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) foi desenvolvida pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) e traz mudanças significativas no tratamento e prevenção dessas condições.

Entre as principais novidades, destaca-se a ampliação do uso do antirretroviral dolutegravir 50 mg para gestantes, independentemente da fase da gravidez, e para todas as pessoas com potencial de engravidar. Além disso, a nova diretriz inclui o dolutegravir em comprimido dispersível de 5 mg para uso em crianças com mais de 3 kg e acima de quatro semanas de vida. Também foi atualizado o esquema de antirretrovirais de segunda linha, que agora inclui o darunavir 800 mg em combinação com o ritonavir.

Artur Kalichman, diretor substituto do Dathi, celebrou a publicação do novo protocolo. “Nosso objetivo é ampliar o acesso à PEP, uma das tecnologias disponíveis de Prevenção Combinada”, declarou Kalichman. Ele ressaltou que a atualização reforça o compromisso do Ministério da Saúde em oferecer uma linha de cuidados abrangente para pessoas expostas ao HIV, ISTs, sífilis e hepatites virais.

O novo PCDT foi elaborado com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (Sectics) e do Comitê Técnico Assessor em Profilaxia Pós-Exposição. O documento já está disponível no site oficial do Dathi, junto às demais edições anteriores.

Entenda a PEP

A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é uma estratégia preventiva que envolve o uso de medicamentos para reduzir o risco de infecções pelo HIV, hepatites virais, sífilis e outras ISTs após uma possível exposição ao vírus. A PEP deve ser iniciada em até 72 horas após a exposição e o tratamento deve durar 28 dias.

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1999, a PEP é parte das estratégias de Prevenção Combinada, que visa ampliar as formas de intervenção para evitar novas infecções pelo HIV e outras doenças. A profilaxia é indicada em casos de violência sexual, relações sexuais consentidas sem preservativo ou com rompimento do mesmo, e em situações de acidente ocupacional envolvendo materiais perfurocortantes ou contato direto com material biológico.

As atualizações no protocolo refletem o compromisso contínuo do Ministério da Saúde em fortalecer as políticas públicas de prevenção e oferecer cuidados cada vez mais acessíveis e eficazes para a população.

Redação da Agência Aids com informações do Ministério da Saúde