Entenda as fases da sífilis e como identificar os sintomas para evitar complicações graves; EUA está em alerta

Nos Estados Unidos, vem crescendo a preocupação com uma epidemia de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que, de acordo com a Coligação Nacional de Diretores de ISTs, está ficando cada vez mais “fora de controle”.

O alarmante aviso ocorreu após a divulgação do relatório anual de dados sobre ISTs pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Conforme o relatório, foram registrados mais de 2,5 milhões de casos de clamídia, gonorreia e sífilis no país em 2022, sendo a clamídia a IST mais comum nos EUA.

Sífilis em ascensão nos EUA

Apesar da clamídia liderar os registros, o recente aumento nos casos de sífilis vem gerando maior preocupação entre as autoridades de saúde.

Os relatos indicam que a sífilis, em todos os seus estágios, teve um aumento de 80% no período de cinco anos.

De especial preocupação é o crescimento de sífilis congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gravidez ou parto, cujos casos atingiram mais de 3.700 registros em 2022, um aumento impressionante de 937% em uma única década.

A criança pode apresentar sintomas leves ao nascer ou sequelas permanentes. Também há casos em que a infecção pode levar ao abortamento ou ao óbito fetal.

Quais os sintomas dos 4 estágios da sífilis?

A sífilis é tida como uma infecção grave que pode colocar em risco a saúde do portador se não for devidamente tratada. Assim, identificar os sintomas nos primeiros estágios da doença é primordial para evitar complicações.

Os sinais de sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:

1º estágio – Sífilis primária

Nessa etapa, a doença surge como uma única úlcera no local que teve contato com a bactéria – que pode ser a boca, a vagina, o pênis, o ânus, entre outras áreas. O período de manifestação pode variar entre 10 dias a 3 meses após o contágio.

Geralmente, a ferida não causa dor, não coça, não possui secreção, podendo estar acompanhada de caroços na virilha. Ela costuma desaparecer de maneira espontânea depois de 2 a 6 semanas e, por isso, pode acabar sendo ignorada pelo paciente, o que adia o diagnóstico e o tratamento adequado.

2º estágio – Sífilis secundária

Caso a doença não seja tratada durante sua fase primária, ela pode progredir para esse estágio, que acontece de 6 semanas a 6 meses após a primeira manifestação.

Acaba sendo comum o aparecimento de manchas avermelhadas no corpo ricas em bactérias, inclusive nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Também pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.

O problema é que essas manchas podem ser confundidas com outras condições, pois desaparecem em algumas semanas, trazendo a falsa impressão de cura.

3º estágio – Sífilis latente

Por não ter sinais ou sintomas, o diagnóstico nessa fase só ocorre por meio de testes imunológicos, devido a alguma suspeita da presença da doença.

A fase pode ser latente recente – até um ano de infecção – e latente tardia – mais de um ano de infecção. A fase dura até o surgimento de sintomas da forma secundária ou terciária.

4º estágio – Sífilis terciária

Já a “sífilis terciária” é o estágio mais avançado e perigoso da doença, podendo surgir entre 1 e 40 anos após o contágio.

As manifestações são em forma de lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, que podem ser graves, inclusive levando o paciente a óbito.

Riscos e transmissão

Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar no organismo. Por isso é importante se proteger e fazer o teste.

Embora a sífilis possa ser curada com o uso correto de antibióticos, se não for diagnosticada e tratada a tempo, a infecção pode causar danos irreparáveis, principalmente em bebês, podendo resultar em atrasos no desenvolvimento, convulsões ou até mesmo morte.

A transmissão em adultos ocorre através de relações sexuais, progredindo em estágios distintos, sendo os dois primeiros os mais contagiosos.

Assegurar o uso de preservativos durante as relações sexuais, fazer exames periódicos e buscar orientação médica são ações que contribuem para a prevenção e controle desta doença.

Fonte: Catraca Livre