Órgão afirma que Faixa de Gaza já “sofria de grave escassez”, mas ataques israelenses intensificaram a situação

O Ministério da Saúde da Palestina alertou na 2ª feira (9.out.2023) sobre a falta de medicamentos essenciais na Faixa de Gaza.

Em comunicado, o órgão afirma que a região já “sofria de grave escassez” de remédios antes do início do conflito, além da falta de equipamentos médicos descartáveis, energia e combustível. “A agressão israelense agravou ainda mais essa situação”, disse.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, determinou um “cerco completo” à Faixa de Gaza na 2ª feira (9.out). Segundo Gallant, eletricidade, alimentos, combustível e água não serão fornecidos ao local. O Ministério da Saúde também afirmou no texto que os ataques de Israel contra a região atingiram hospitais e ambulâncias e causaram a morte de profissionais de saúde, sendo 5 vítimas até 2ª feira (9.out).

“Sete hospitais e centros de saúde foram atingidos e danos diretos foram causados na maioria deles. A ocupação israelense deixou o Hospital Beit Hanoun (o único na cidade) fora de serviço por causa dos repetidos ataques nas proximidades do hospital”, disse.

O órgão publicou nesta 3ª feira (10.out) em seu perfil no X (antigo Twitter) vídeos que mostram os hospitais da região destruídos por ataques israelenses.

Até agora, o número oficial de mortos no conflito está em 1.763 pessoas. De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde da Palestina, publicada nesta 3ª feira (9.out), 765 são palestinos. O informativo não distingue combatentes de civis. Entre os israelenses, o conflito já causou mais de 998 baixas, segundo a Embaixada de Israel nos EUA.

Entenda o conflito

Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias. O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.

O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006. A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.

Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.

Ataque a Israel

O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa an Israel no sábado (7.out). Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.

Os ataques do Hamas se concentram, até o momento, ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel. O tenente-coronel israelense, Richard Hecht, afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar [ao Hamas]”.

 

Fonte: Poder360