Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e ao longo de todo mês, a Agência de Notícias da Aids vai homenagear jovens ativistas que lutam incansavelmente contra a aids, a favor do SUS e dos direitos humanos. São pessoas que compartilham com o mundo a força feminina. Por meio delas, homenageamos todas as mulheres pela coragem com que declaram seu amor à vida e lutam por igualdade, justiça e respeito. Confira a seguir as histórias da ativista Gugãa Thaylor e da nutricionista Camila Jonas.

Camila Jonas

Nascida em 1991, auge da epidemia de aids, Camila recebeu seu diagnóstico aos dois anos de vida, logo após a internação de sua mãe por infecção generalizada. Passou a infância tomando remédios e fazendo os exames periodicamente. Aos 10 anos, ela perdeu a mãe, que morreu em decorrência do HIV, hepatite C e um câncer de esôfago.

A partir dali, foi morar com sua tia-mãe, que a acolheu com muito carinho. Porém, por mais amor que recebesse, o HIV ainda era assunto pouco falado, tanto na família como fora dela. Com isso, a adolescência veio com muitas inseguranças. Afinal, o medo do preconceito era enorme e a impedia de se abrir aos relacionamentos e pra vida. Mas ao iniciar a psicoterapia teve como “tarefa” conversar com suas médicas e percebeu que poderia ter filhos sem o vírus e sem transmitir ao parceiro. Isso lhe deu ânimo e, assim, começou a abrir a sorologia para algumas amigas e a obter reações positivas, trazendo mais motivação.

Em 2020, em meio à pandemia de covid-19, decidiu criar o perfil, @posithiva_mente, onde leva informações sobre HIV. Mas foi em dezembro do mesmo ano que criou coragem e tornou sua sorologia aberta, através da participação da campanha Dezembro Indetectável, promovida pelo @posithividades. E desde já não parou mais de criar vídeos trazendo o tema com humor e leveza. Afinal, dá para viver a vida positiHIVamente, apesar do HIV!

Hoje, Camila se especializou em nutrição e atua para que pessoas vivendo com HIV entendam a importância da alimentação saudável na qualidade de vida.

Gugãa Thaylor

Gugãa Thaylor vive com HIV desde o seu nascimento, mas só soube do seu diagnóstico anos depois. Dentre os muitos desafios já superados por ela, um acontecimento marcou sua trajetória: quando ainda criança, em 2009, foi proibida de fazer as aulas de educação física no colégio na qual estudava, sua professora revelou que a mesma tinha HIV e então não poderia mais participar das aulas, pois poderia cair e correr o risco de se machucar e contaminar os outros alunos.

Foi a partir deste episódio que a jovem descobriu sua sorologia. Aos 8 anos Gugãa iniciou seu tratamento. Gugãa Taylor hoje é psicóloga de formação, além de ativista pelos direitos das pessoas que nasceram com HIV e especialista em redes sociais.

Em sua militância se dedica a estudar como a sorofobia se dá no ambiente escolar e a ajudar outras pessoas que passam/passaram por situações de constrangimento como a sua, assim buscando na justiça formas de impedir que isso se repita.

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)

 

Dica de entrevista

Gugãa Thaylor

E-mail: ingridcaroline95@outlook.com

Camila Jonas

Instagram @posithiva_mente