Natal, Réveillon, férias de verão, confraternizações… os compromissos nesta época do ano são muitos e às vezes é até difícil organizar toda a agenda. O que também pode ser um desafio é cuidar da saúde e não extrapolar tanto. Afinal de contas, é o ano que está acabando, mas seu bem-estar, disposição e saúde devem continuar plenamente.

Por este motivo, conversamos com o infectologista Álvaro Costa, do Centro de Referência e Treinamento em IST/Aids, que traz algumas dicas que vão ajudá-lo a manter o equilíbrio nesta reta final de 2022. Mas, sem deixar a diversão de lado.

O que não pode faltar na mala

Segundo o especialista, a dica para as pessoas vivendo com HIV que vão viajar é para que elas não esqueçam em casa antirretrovirais. É importante levar uma quantidade suficiente, ou até um pouco mais, caso aconteça algum problema, como a mala extraviada, por exemplo. “Considere levar uma quantidade na bagagem de mão e outra na mala despachada. É necessário ter esse planejamento. Pegar a receita com seu médico para conseguir ter acesso às suas medicações, não só aos antirretrovirais, mas aos remédios de uso contínuo também”, informou.

O Dr. Álvaro, observa outro ponto importante, tanto para quem vive com HIV, quanto para pessoas HIV-. “Não podemos nos esquecer que ainda estamos enfrentando uma pandemia, e que nesses últimos meses tivemos um aumento considerável de casos, portanto, permaneça usando máscara. É válido também, antes de viajar tomar as doses indicadas da vacina anti-covid.

Para pessoas imunossuprimidas, já está liberada a 5º dose, se você tomou a 4ª dose e já passou quatro meses, pode tomar a quinta”, explicou.
Outra dica é fazer o teste de covid. “Quando for para as festas de fim de ano, se encontrar pessoas com sintomas gripais, faça o teste antes, para não colocar os outros em risco”.

Cuidados com a pele e o corpo

Nessa temporada de comemorações de fim de ano, é verão no Brasil e com isso o médico adverte: “se for para algum lugar que tenha muito sol, faça uso de protetor solar, se hidrate e consuma muito líquido”.

“Tenha cuidados com alimentos de procedência desconhecida, principalmente em praias ou lugares onde os alimentos ficam expostos, cuidado com os alimentos malcozidos, para não pegar nenhuma infecção gastrointestinal.”

Segundo a avaliação do especialista, cuidados com alimentação, hidratação e proteção solar é válido para todas as pessoas.

Outras vacinas

Para além dos cuidados com a pele, corpo e alimentação, ainda existem outras vacinas que o infectologista orienta tomar. “Para quem for fazer viagens para campos, sítios ou locais de risco de dengue, zikavírus, que são transmitidos por mosquitos, leve repelente, e se vacine. Tem a vacina da febre amarela também, vale lembrar que para pessoas vivendo com HIV essa vacina só pode ser aplicada com CD4 acima de 350”, orientou.

Cuidado com os excessos

“Para evitar os excessos é bom moderar a alimentação, evitar o
consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Quando a gente passa do limite ficamos mais vulneráveis, tanto para bebida alcoólica quanto para indigestão ou intoxicação alimentar, especificamente a alimentação. Se você está em um lugar onde não conhece a procedência dos alimentos, ou quando a comida está exposta, como em praias, por exemplo, com pessoas tendo contato direto com os alimentos, o risco de transmissão de patógenos é muito grande, devemos tomar cuidado com isso”, instruiu o médico.

O que evitar?

“Comer saladas, coisas que você não sabe qual foi o processo de cozimento e limpeza. Evitar maionese, comidas que tenham ovos, que podem estar suscetíveis a bactérias como a salmonela. Evitar tomar água que não seja mineral, precisa ser água filtrada, começar o ano doente não é bom”, avisou dr. Álvaro.

Sexo seguro

“Para as pessoas que vivem com HIV ou não, ao curtir as noitadas, às festas de final de ano, não esquecer de levar camisinha e gel lubrificante, é importante lembrar que o Brasil tem a PrEP e PEP disponíveis no SUS”, ressaltou.

“O consumo de bebidas alcoólicas exagerado deixa o pessoal mais solto, aumenta a libido, então é importante lembrar que a gente tem toda a tecnologia de prevenção combinada.”

“Usem camisinha, se previnam, caso tenha relações sexuais desprotegidas procurem um posto de saúde, façam o teste, se tiver corrimento, alguma úlcera ou caroço na genital, procurem um médico. Tomem cuidado com as ISTs, todos somos vulneráveis, por isso é importante se cuidar, procurar atendimento para ser avaliado, colher exames e fazer check-
ups. Porém, se cometer algum excesso no final do ano com relação à vulnerabilidade sexual ou tiver atividade sexual desprotegida, temos a tecnologia de prevenção combinada, que junto com os exames vem apresentando um bom resultado, mas, usem camisinha”, direcionou o Dr. Álvaro Costa.

A volta para casa

O Dr. Álvaro chama a atenção para os sintomas pós viagem, “se voltar com algum sintoma respiratório ou gripal é importante se testar para covid-19, o vírus continua circulando. Então, caso tenha esses sintomas procure imediatamente um posto de saúde. Se tiver diarreia também, procurar um pronto atendimento para ser avaliado, porque pode ser um quadro importante que está se prolongando”, solicitou o infectologista.

 

Gisele Souza (gisele@agenciaaids.com)