A maioria dos eleitores do Pará levaram o governador Helder Barbalho (MDB) a um segundo mandato. Depois de quebrar a alternância de 16 anos entre PSDB e PT em 2018, ele agora se torna o primeiro a vencer uma disputa no primeiro turno para o Executivo no estado.
Hana Ghassan, de 54 anos, será a vice-governadora. Ela foi secretária de Administração e Planejamento no primeiro mandato de Barbalho.
Na disputa pela reeleição, Barbalho somou o apoio de outros 15 partidos: PSDB, Cidadania, PT, PCdoB, PV, PP, PSD, PDT, Republicanos, Avante, Podemos, União Brasil, DC, PTB e PSB. Foi a maior coligação ao redor de um candidato no Pará, o que também rendeu o maior tempo de TV. O principal adversário de Barbalho no pleito, Zequinha Marinho (PL), contou apenas com Patriota e PSC como aliados.
O MDB de Barbalho não lançou um candidato ao Senado, mas a sua coligação lançou três candidatos para concorrer à única vaga: Beto Faro (PT), Flexa Ribeiro (PP) e Manoel Pioneiro (PSDB).
Barbalho também não declarou apoio a nenhum candidato à Presidência, mesmo tendo Simone Tebet como presidenciável pelo MDB. Apesar disso, o governador a acompanhou durante agenda em Belém.
Ele também subiu no palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante comício na capital paraense. O petista declarou apoio a Helder no estado.
Já em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Barbalho chegou a entrar em atrito com ele durante o mandato, principalmente no auge da pandemia, quando defendeu o isolamento social.
Ao longo da campanha, Barbalho liderou todas as pesquisas de intenção de voto e acumulou alta aprovação de seu governo.
O governador conseguiu contornar a imagem após ser alvo de operações da PF (Polícia Federal).
A primeira aconteceu em 10 de junho de 2020, quando a PF e o MPF (Ministério Público Federal) cumpriram mandados de busca e apreensão contra Barbalho e outras 14 pessoas em uma investigação que apurou a compra de 400 respiradores de origem da China no valor de R$ 50 milhões, sendo metade paga antecipadamente.
Barbalho disse na ocasião que determinou o bloqueio de qualquer pagamento à empresa fornecedora dos equipamentos e que entrou na Justiça pedindo indenização por danos morais coletivos.
Em outra ação da PF, em 29 de setembro do mesmo ano, Barbalho também virou um dos alvos do inquérito que apurou 12 contratos feitos entre agosto de 2019 e maio de 2020 que somavam mais de R$ 1,2 bilhão com quatro organizações sociais.
À época, o governo do Pará enviou nota afirmando que apoia qualquer investigação cujo objetivo seja proteger o dinheiro público.
Quem é Helder Barbalho
Natural de Belém, Helder Zahluth Barbalho tem 43 anos. Ele é filho do senador Jader Barbalho (MDB), que governou o Pará por duas vezes (1983-1987 e 1991-1994). A mãe, Elcione Barbalho (MDB), é deputada federal desde 2007. O irmão, Jader Filho, comanda a legenda no estado desde 2019.
Barbalho está na política partidária desde os 18 anos, quando se filiou ao MDB. Se elegeu vereador de Ananindeua aos 21, em 2000, e depois deputado estadual no pleito de 2002.
Aos 25 anos, se tornou prefeito de Ananindeua — quarta maior cidade da região Norte — após vencer as eleições municipais de 2004. Ele foi reeleito para o mesmo cargo em 2008.
Após deixar o cargo de prefeito, se candidatou ao governo em 2014, perdendo de virada no segundo turno para Simão Jatene (PSDB). Após a derrota estadual, comandou os ministérios da Pesca e Aquicultura e da Secretaria Nacional dos Portos, ambos no governo Dilma Rousseff (PT). Também foi ministro da Integração Nacional no mandato de Michel Temer (MDB).
Casado com Daniela Barbalho, o governador tem três filhos, e é graduado em Administração pela Unama (Universidade da Amazônia). Ele tem participações societárias em veículos de comunicação do estado: TV RBA (afiliada Bandeirantes), Diário do Pará, Diário Online, Carajás FM e Rádio Clube do Pará.