Você sabia que praticar sexo com regularidade gera vários benefícios tanto para a saúde física, quanto emocional? Ainda há muito tabu e constrangimento quando o assunto é sexo. Por isso, neste 6 de setembro, Dia do Sexo, reunimos dicas para uma saúde sexual saúde saudável. O sexo é capaz de criar neurônios e gerar massa cerebral, melhorando as habilidades cognitivas. Praticar sexo libera os hormônios endorfinas e oxitocinas na corrente sanguínea gerando sensação de bem-estar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde sexual é reconhecida como uma das razões para uma melhor qualidade de vida. No entanto, o sexo vai muito além do que um momento de carinho e prazer. O ato sexual também está relacionado com o autocuidado.
A data surgiu justamente de uma brincadeira, para dar mais leveza ao tema, ganhou o imaginário brasileiro e se popularizou pelo “trocadilho numérico” que envolve o “seis de setembro”: 6/9, ou seja, remete a uma posição sexual popularmente conhecida como “69”. A celebração, lembrada anualmente de forma simbólica, surgiu em 1999, após a campanha publicitária de uma marca de preservativos, cujo intuito era o de promover produtos adultos e ações relacionadas ao assunto.
Em entrevista à Agência, a psicóloga Juny Kraiczyk, especialista em saúde sexual e sexualidade de gênero, trouxe dicas de sexo segundo. Segundo Juny, praticar sexo seguro significa ter mais tranquilidade para desfrutar o momento de prazer. “Sexualidade é autoconhecimento.”
Ela, que também é fundadora da ONG Ecos Comunicação e Sexualidade, listou um conjunto de fatores que considera importantes para uma saúde sexual saudável: viver com saúde; fazer exames preventivos; ter autoestima e se sentir bem com o próprio corpo; não sofrer ameaças; estar confortável e se sentir acolhido; ter desejo no ato sexual; conhecer o próprio corpo; saber o que quer e da forma como quer; ter intimidade com o parceiro; sempre transar com camisinha – caso aconteça o sexo sem proteção, use a Profilaxia Pós Exposição (PEP).
Pessoas vivendo com HIV
A especialista em saúde sexual disse que as pessoas vivendo com HIV podem e devem ter uma vida sexual saudável. “Precisamos deixar o preconceito de lado e parar de associar que pessoas vivendo com HIV tem uma saúde fragilizada, isso não é verdade, o que mais afeta esse público é realmente o preconceito. A pesquisas já comprovaram que quem vive com HIV, faz o tratamento corretamente e tem carga viral indetectável por mais de seis meses não transmite o vírus”, esclareceu. Estou falando do conceito de I=I. As pessoas com HIV podem e devem ter uma vida sexual muito prazerosa”, acrescentou.
Tanto para quem tem HIV, quanto para quem não tem o vírus, a dica de Juny é para que usem o preservativo em todas a relações sexuais. “Mesmo com o avanço das novas tecnologias e com o leque de possibilidades de prevenção, considero o preservativo um insumo importante quando o assunto é prevenção. Para as pessoas que desejam abrir mão da camisinha, a recomendação é para que usem a PrEP.”
Ela continua: “As tecnologias de prevenção combinada estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), procure um posto de saúde mais próximo e se informe. A melhor forma de prevenção é aquela que você vai usar e que se adeque a sua realidade, as vezes a sua forma de prevenção em um determinado momento difere de outro, converse sempre com um especialista”, instruiu.
No entanto, a especialista fez um alerta: “todas as pessoas sexualmente ativas precisam fazer exames periodicamente, até porque algumas ISTs são assintomáticas. Se sentiu coceira, ardência, dor, ou apareceu alguma verruga, procure um especialista.
Neste dia do sexo, ela chamou atenção para a importância do afeto e do amor. “Sexo também é amor, temos que voltar a falar de afeto, desejo e prazer. É importante a gente se conhecer e conhecer o nosso prazer. Sexo faz bem para o relacionamento, fortalece a conexão”, concluiu a especialista.
Gisele Souza (gisele@agenciaaids.com.br)
Dica de entrevista
Juny Kraiczik
E-mail: junykr@gmail.com