Uso experimental do remédio foi aprovado nos EUA; ministério da Saúde brasileiro negocia compra

O Centro de Controle de Doença dos Estados Unidos (CDC) aprovou o Tpoxx como tratamento para a varíola comum (smallpox), que pertence à mesma família de vírus de monkeypox, em 2018. Em agosto deste ano, porém, o regulador americano afrouxou as regras e divulgou um protocolo emergencial para que o medicamento possa ser usado como “tratamento experimental” por pacientes do surto atual.

O estudo de Oxford envolverá pelo menos 500 pessoas que tomarão o antiviral ou um placebo duas vezes ao dia durante duas semanas. Os pesquisadores querem avaliar se o tecovirimat ajuda a curar as lesões de pele e mucosas produzidas pela doença, bem como o tempo que as pessoas infectadas levam para testar negativo para o vírus. A capacidade do medicamento de prevenir a hospitalização também será estudada.

O governo brasileiro negocia a compra do remédio. No início de agosto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também anunciou que ele seria fornecido por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

No Reino Unido, o uso do medicamento foi aprovado no início deste ano com base em estudos realizados apenas em animais e pessoas saudáveis. No entanto, até agora, não há evidências claras de estudos em humanos sobre a eficácia do tratamento.

— O objetivo é encontrar uma alternativa prontamente disponível para cuidar de pacientes e ajudar a reduzir os sintomas e complicações. Assim eles podem sair da quarentena mais rapidamente, reduzindo sua infecciosidade — disse em entrevista coletiva Peter Horby, professor de doenças infecciosas em Oxford e um dos principais pesquisadores do estudo.

Há expectativa de que os primeiros resultados da pesquisa sejam divulgados até dezembro, mas isso dependerá do ritmo de recrutamento. Adultos e crianças no Reino Unido com infecções por varíola dos macacos confirmadas em laboratório e lesões ativas na pele e nas mucosas são elegíveis para participação no estudo.

Fonte: O Globo