Onze instituições que atendem à população carente com HIV/aids e LGBTQIA+ na cidade de São Paulo receberam na última semana os alimentos doados na 19ª edição do Camarote Solidário da Agência Aids. O evento aconteceu em 19 de junho e, ao longo de todo o mês do Orgulho LGBTQIA+, arrecadou 2,5 toneladas de alimentos não perecíveis: arroz, óleo, açúcar, macarrão, farinha de trigo e farinhas em geral, feijão, café, molho, sal, entre outros.
Nesta edição, a Agência Aids escolheu doar os alimentos para organizações que lutam contra aids e acolhem pessoas em situação de vulnerabilidade social. São elas: Instituto Vida Nova, Gapa São Paulo, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas núcleo São Paulo, Casa Chama, Casa 1, Centro de Convivência É de Lei, Projeto Bem-Me-Quer, ONG Adus, Rede Paulista de Controle da Tuberculose, Centro de Referência da Diversidade e Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT). Cada instituição vai receber em média 250 quilos de alimentos.
“Em primeiro lugar quero agradecer todas as empresas parceiras que nos ajudaram a viabilizar a transmissão online do Camarote Solidário edição 2022: Senac, Sesc, GSK, Jansen, Portal IG, Rede Cultura, Galeria 2001 e a edição compacta da transmissão apoiada pela DKT South América. As 2,5 toneladas que conseguimos serão distribuídas entre 10 ONGs, todas com trabalhos de apoio a pessoas que vivem a insegurança alimentar. Quero agradecer também as pessoas que prestigiaram nosso Camarote, se mobilizaram e fizeram doações: muito obrigada. Lamentavelmente, por uma série de questões, o Brasil voltou ao mapa da fome. Um quadro triste que será revertido com a participação de todos nós. Temos feito nossa parte com a ajuda de muitas pessoas sensíveis a causa”, comenta Roseli Tardelli, idealizadora do Camarote Solidário e diretora da Agência Aids.
Com seis horas de evento online, o Camarote Solidário, apresentado pela jornalista Patricia Palumbo e a Drag Queen Dindry Buck, do Esquadrão das Drags, reuniu ativistas e parlamentares. A cultura também fez parte do Camarote, que existe desde 2002 para incentivar a solidariedade e o orgulho LGBTQIA+. Em um show inédito, a cantora Zélia Duncan levou para o evento musicalidade e cidadania. Pela primeira vez no Camarote, numa narrativa dinâmica e repleta de informação importante sobre a aids, a transmissão mostrou, com drone, a Parada do Orgulho LGBT direto da Av. Paulista.
Exibimos ao longo da programação dicas de saúde sexual do Dr Vinicius Borges, o doutor Maravilha. Depoimentos de autoridades e militantes estimularam a doação de cestas básicas, como o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, o deputado federal Paulo Teixeira, a co-vereadora pelo Bancada Feminista do Psol, Carolina Iara, o presidente do Instituto Vida Nova, Américo Nunes Neto e a Secretária Municipal de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo, Soninha Francine.
Mobilização solidária
Foi a primeira vez que o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas em São Paulo, que acolhe mulheres vivendo com a HIV, foi comtemplado com as doações do Camarote. Nesta pandemia, as Cidadãs criaram diversos projetos sociais para geração de renda. “Nós ficamos muito felizes em receber estas cestas básicas. Essa doação vem para somar e fortalecer nosso trabalho em atender as famílias de cidadãs que neste momento estão passando por situação difícil. Nossa gratidão a todos que colaboraram e a Agência de Notícias da Aids por essa parceria tão importante”, disse Fabiana de Oliveira, representante estadual do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas.
Outra ONG que recebeu os alimentos foi a Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose, que existe desde 2005 e desenvolve ações de advocacy e controle social nas políticas de Tuberculose em consonância com os objetivos e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS). “A doação de alimentos no contexto atual de aumento da miséria e fome em nosso país, é de grande importância, no caso das pessoas em tratamento para tuberculose é ainda mais importante, pois pode ser um fator crucial para adesão e finalização do tratamento”, disse o ativista José Carlos Veloso, coordenador da rede.”
Conheça o trabalho das instituições contempladas na 19ª edição do Camarote Virtual Solidário:
Instituto Vida Nova: O Instituto Vida Nova Integração Social Educação e Cidadania é uma organização não governamental com experiência desde 2000 em prevenção e assistência às populações em situação de maior vulnerabilidade para Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/aids e hepatites virais. Atualmente, 835 pessoas vivendo com HIV estão cadastradas na instituição, sendo participantes das atividades dos projetos em execução. (Saiba mais)
Centro de Referência e Defesa da Diversidade Brunna Valin: O Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD) é um espaço público destinado ao acolhimento e à inclusão social da população LGBT: lésbicas, gays, homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais. A iniciativa pioneira é uma parceria do Grupo Pela Vidda/SP, que está à frente do CRD desde 2008, com a Prefeitura de São Paulo. (Saiba mais)
Projeto Bem Me Quer: O Projeto Bem-Me-Quer teve seu início em 1º de dezembro de 1996 e é uma entidade civil, sem fins lucrativos, de atenção às pessoas vivendo com HIV/aids e seus familiares em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Atualmente, assiste cerca de 140 pessoas. Desenvolve ações de combate à exclusão e à discriminação objetivando o resgate da autoestima e da dignidade da pessoa humana, criando condições para o exercício da cidadania, promoção da saúde e reinserção social. (Saiba mais)
Casa 1: A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo financiada coletivamente pela sociedade civil. Conta com três frentes principais: república de acolhida para pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsas de casa por suas orientações afetivas sexuais e identidades de gênero; um centro cultural, o Galpão Casa 1, que conta com atividades culturais e educativas gratuitas; e a Clínica Social Casa 1, que oferece atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos pontuais e terapias complementares, sempre com uma perspectiva humanizada e com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT. (Saiba mais)
É de Lei: O Centro de Convivência É de Lei é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua desde 1998 na promoção da redução de riscos e danos, sociais e à saúde, associados à política de drogas. O propósito é promover a perspectiva ética do cuidado no campo das drogas, ampliando a possibilidade de escolha das pessoas, desconstruindo preconceitos, e incentivando uma cultura garantidora de direitos e diferenças. A ONG tem por missão cocriar e disseminar referências e práticas de cuidados e estratégias de redução de danos a partir da atuação junto às pessoas que usam drogas, às que trabalham na rede intersetorial, à academia e à gestão pública, visando incidência política que transforme a lógica da guerra às pessoas. (Saiba mais)
Casa Chama: A Casa Chama é uma organização civil que surgiu durante o “vira-voto” das eleições presidenciais de 2018 objetivando o fortalecimento de pessoas trans. Atualmente, cerca de 50 pessoas trans são assistidas de forma presencial pela organização. Em paralelo, cerca de 210 pessoas trans são acompanhadas remotamente. A casa é um ambiente de convívio, que produz desde eventos culturais e grupos de estudo até projetos de cuidado e apoio jurídico. Eles se consideram uma família aberta, com o objetivo de crescer, criar mais suportes, compartilhar a infraestrutura para gerar autonomia por meio do afeto. Na Casa Chama quem acolhe é acolhido, e quem é acolhido também acolhe. (Saiba mais)
Adus: O Instituto Adus é uma ONG que promove a integração de refugiados na sociedade brasileira há mais de dez anos. Refugiados são pessoas em situação de risco e vulnerabilidade, que tentam recomeçar suas vidas com segurança. Sua migração forçada ocorre por causas diversas, incluindo perseguição, conflitos armados e violações de direitos humanos. O Adus apoia aqueles que chegam ao Brasil, para que possam escolher os seus caminhos de forma autônoma e consciente. Na prática, a ONG oferece ao refugiado orientação jurídica, capacitação, intermediação junto a empresas para colocação profissional e ensino de português. A ONG também é responsável pela escola de idiomas Unno, onde professores refugiados ministram aulas de inglês, francês e espanhol. (Saiba mais)
MNCP: Há quase duas décadas, o MNCP tem trabalhado para garantir o fortalecimento das mulheres vivendo com HIV/aids e para promover o acesso a informações corretas, com evidências científicas, na prevenção e o tratamento do HIV. O movimento une esforços de mulheres de diversas cidades brasileiras, com o objetivo de visibilizar a realidade das mulheres posithivas, promover o diálogo e eliminar a discriminação relacionada ao HIV/aids. Muitas integrantes são mães, com trajetórias marcadas pela coragem na busca por autonomia, direitos, acesso à tratamento e tantos outros desafios presentes na vida daquelas que vivem e convivem com o HIV. (Saiba mais)
Rede Paulista de Controle da Tuberculose: A ONG existe desde 2005 e desenvolve ações de advocacy e controle social nas políticas de Tuberculose em consonância com os objetivos e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A rede também tem como objetivos promover a visibilidade da tuberculose e seus determinantes sociais, de contribuir na sensibilização da sociedade civil na prevenção e eliminação da TB e articular ações intersetoriais entre saúde, assistência social, educação, habitação, urbanização, cultura, trabalho e direitos humanos com foco nas diversas faces da TB.
CRT: O Centro de Referência e Treinamento-DST/Aids de São Paulo (CRT) é uma unidade de referência normativa, de avaliação e de coordenação do Programa Estadual para prevenção, controle, diagnóstico e tratamento de ISTs/Aids no Estado de São Paulo. Localizado no bairro Vila Mariana, São Paulo, o CRT, é um complexo ambulatorial e hospitalar. Sua missão é prestar serviço de atenção integral à saúde da população em DST, HIV e Aids e desenvolver, difundir e aplicar conhecimento, tecnologia e políticas públicas nas áreas de Prevenção, Assistência, Vigilância Epidemiológica, Gestão e Pesquisa, com qualidade, de forma integrada, ética, solidária, de acordo com os princípios do SUS. (Saiba mais)
Gapa São Paulo: O Gapa é uma das primeiras organizações não governamentais ligadas ao combate à aids da América Latina. Criado em 1985, a ONG nasceu para acolher pessoas com HIV. Na época tinha-se poucas informações sobre a epidemia no país e no mundo, o setor governamental não dava conta de responder as demandas geradas pela comunidade e pelas próprias pessoas infectadas pelo HIV. Há 37 anos o GAPA presta assistência jurídica, serviço social às pessoas vivendo com HIV/aids, e sempre atuou na área de educação e prevenção às IST/HIV/aids.
O Camarote Solidário da Agência Aids aconteceu com apoio do SESC e Senac São Paulo, das farmacêuticas GSK ViiV Healthcare e Janssen e da Galeria 2001. Contamos também com uma parceria institucional da TV Cultura na divulgação do evento e do Portal IG, que transmitiu o Camarote na íntegra. A edição compacta do evento teve o apoio da DKT do Brasil.
Dica de Entrevista
Instituto Vida Nova
Tel.: (11) 2297-1516
Centro de Referência e Defesa da Diversidade Brunna Valin
Telefone: 11 3151-5786
Projeto Bem Me Quer
Tel.: (11) 3917-1513
Casa 1
E-mail: contato@casaum.org
É de Lei
Tel.: (11) 3337-6049
Casa Chama
Tel.: (11) 99448-2641
Adus
Tel.: (11) 3225-0439
MNCP
Site: www.mncp.org.br
Rede Paulista de Controle da Tuberculose
Facebook: https://www.facebook.com/redepaulistatb/
CRT
Tel.: (11) 5087-9911
Gapa São Paulo
Tel.: (11) 3333-5454