No Dia Mundial de Luta Contra Aids, comemorado sempre em 1ª de dezembro, a Agência de Notícias da Aids vai realizar o webinário “A Pandemia dentro da Pandemia”. A ideia é trazer a pauta aids para o centro das discussões sobre saúde em tempos de covid-19.

“É fundamental ressignificar o debate sobre pandemia dentro da nova pandemia, as populações consideradas mais vulneráveis ao HIV seguem se infectando. A nova pandemia e a necessidade de respeitar as orientações sanitárias fez com que a Agência concentrasse todas as atividades de forma online”, explicou a jornalista Roseli Tardelli, idealizadora do evento.

Entre as inúmeras questões causadas pelo novo coronavírus na área da saúde, uma que chama a atenção da comunidade médica e tem sido tema de pesquisas é o impacto da pandemia da covid-19 no número de diagnósticos de outra pandemia, a do HIV.

De acordo com Adele Benzaken, diretora do Programa Global da AHF (Aids Healthcare Foundation) e debatedora neste evento, existem alguns motivos pelos quais houve a diminuição do acesso ao diagnóstico de HIV.

Ela cita alguns: restrições de mobilidade na época mais rigorosa da quarentena; medo das pessoas saírem de casa para ir na unidade de saúde com receio de serem infectadas pela covid-19; fechamento total ou parcial dessas unidades — com o cancelamento de algumas atividades de atendimento clínico, mantendo apenas a entrega do tratamento pela farmácia. E, por último, a realocação de alguns profissionais de saúde para atuar na linha de frente do coronavírus, reduzindo o atendimento de testagem.

O webinário vai acontecer ao longo de todo 1º de dezembro, das 9h30 às 18h, com transmissão ao vivo via Youtube, Facebook e TV Agência Aids.

Pela manhã, especialistas da luta conta aids vão se unir no debate sobre “O impacto do novo coronavírus no cotidiano das pessoas que vivem com HIV/Aids”. Logo em seguida, a conversa será em torno das “Lições aprendidas com a pandemia de HIV/Aids que podem ser utilizadas na nova pandemia da covid-19”.

À tarde, a discussão é sobre “Mobilização da Sociedade Civil e apoio às populações vulneráveis”. O último debate do dia vai trazer reflexões sobre “Covid-19 e HIV: Impactos Globais e nas Gestões Públicas.”

A realização do webinário conta com apoio da DKT do Brasil, do Senac, Fundo Positivo, e das farmacêuticas Gilead Scienses, MSD, Janssen e ViiV Healthcare.

 

Veja quem serão os mediadores

 

Marina Vergueiro

Arriscando-se na poesia desde a infância, Marina é frequentadora assídua dos saraus que se espalham pela cidade de São Paulo e, embora tenha poesias publicadas em diversas antologias, não se sentia a vontade para tocar em determinados assuntos que lhe eram tão cruciais e sensíveis por medo e insegurança causados pelos estigma que ainda circundam o imaginário coletivo em relação ao HIV/aids, mesmo após 30 anos de epidemia.Ao decidir publicar seu primeiro livro, o “Exposta”, Marina quis dar voz não somente a si mesma, mas a todas as mulheres gordas e/ou que vivem com HIV e são sexualmente ativas, sejam elas bissexuais, lésbicas, hétero, trans ou não-binárias. Declara-se como ativista dos direitos das mulheres. Descobriu que vive com HIV em maio de 2012, e conta que o vírus a transformou e me empoderou para que pudesse ser uma pessoa verdadeiramente positiva, que compartilhasse amor por onde passa.

João Geraldo Netto

Graduado em Marketing Estratégico e Segurança da Informação, MBA em Gestão de Pessoas e Empresas, Pós-graduação em Marketing Digital e Pós-graduando em Sexualidade Humana.  Vive com HIV há cerca de 19 anos e foi diagnosticado há 14 anos. Criou canal no YouTube em 2007, onde começou a falar de HIV. Foi o primeiro canal brasileiro de alguém falando do próprio HIV. Atualmente, o canal Super Indetectável reúne o conteúdo. Fez parte da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids. Criador e monitor da rede virtual de apoio “Rede Mundial de Pessoas que Vivem e Convivem com HIV” voltada ao acolhimento e fortalecimento do autocuidado de pessoas afetadas pelo HIV. Trabalhou entre 2013 e 2019 no Departamento de IST, Aids e HV do Ministério da Saúde.


Juny Kraiczyk
Psicóloga, mestre e especialista em Bioética pela Faculdade  de Ciências da Saúde – UNB, com especialização em gestão social – SENAC e, em Profilaxia da Violência –  Instituto Sedes Sapientae-SP. Experiência de 20 anos em Organização Não Governamentais e Governamentais. Pelo Ministério da Saúde coordenou a implementação e monitoramento de pesquisas, projetos e programas de saúde, gênero, cultura e educação para mulheres, jovens e população LGBT e desenvolvimento de campanhas e materiais de comunicação. Coordenou o Programa Transcidadania da Secretaria  Municipal de Direitos Humanos de SP e gerenciou a área de Prevenção do Programa Municipal de DST/AIds de SP. Na Aids Health Foundation foi coordenadora de prevenção e testagem. Experiência na coordenação de Conferências Nacionais e Internacionais nas áreas de saúde, educação e direitos humanos. Atualmente é Diretora Geral da ECOS e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos e Saúde LGBT da Faculdade  de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Atualmente é diretora geral da Ecos Comunicação e Sexualidade.

Fabi Mesquista

Escritora e colaboradora da plataforma Brasileiras pelo Mundo, que congrega uma centena de mulheres brasileiras expatriados ao redor do mundo, que compartilham online suas histórias, experiências e relatos, e onde também acolhem, cuidam e ajudam outras mulheres brasileiras imigrantes. Jornalista e educadora, é mestre em Arte, Educação e História da Cultura, pela Universidade Mackenzie e doutoranda em Antropologia pelo Asian Social Institute e especialista em Educomunicação e Mobilização social com ênfase em Gênero, Direitos Humanos em Saúde , Cultura de Paz e Empoderamento Juvenil. Ela possui ainda vasta experiência em  comunicação não violenta e moderação de redes, atuando como facilitadora de diversos  grupos online, voltados para acolhimento e empoderamento de adolescentes e jovens, mulheres, população LGBTQI e pessoas vivendo com HIV. Fabi é é uma forte líder instrucional e já atuou como consultora para diversos órgãos internacionais como o UNAIDS, UNFPA, Center for Disease Control (CDC), entre outros. Fabi passou mais de dez anos vivendo fora do Brasil, no sudeste da Ásia e Europa, onde dedicou a maior parte do seu tempo a aumentar a capacidade dos jovens para se tornarem protagonistas-chaves em suas comunidades locais, instrumentando-os para que se tornem líderes e agentes de boas práticas, a fim de capitalizar mudanças sociais mais profundas. Paciente autoimune há mais de 20 anos, desenvolve um trabalho de conscientização virtual sobre doenças raras, especialmente agora, quando ela e outros pacientes encaram o Covid 19, como integrantes do grupo de vulnerabilidade acrescida, conhecido como grupo de risco. Atualmente, Fabi é monitora em incidência internacional da Rede Mundial de Pessoas Vivendo com HIV e representative of Peace Women Partners International Council of Leaders – representando Brazil e Myanmar.

Veja os convidados

Américo Nunes Neto
Diretor fundador do Instituto Vida Nova, coordenador do Movimento Paulistano de Luta contra a Aids (Mopaids) e ex-presidente do Fórum das ONG/AIDS do Estado de São Paulo.

 

 

 

 

 

Drew Persi

Ator, diretor, produtor e youtuber. Nascido em São José dos Campos-SP e criado em Santa Rita do Sapucaí no sul de Minas Gerais, Drew Persi participou de mais de 40 espetáculos, média metragem, comerciais e participações em programas de TV. Ator, Diretor, produtor e Youtuber, atua com grandes e importantes empresas, levando o teatro empresarial, teatro escola e espetáculos em geral, viajando por todo o Brasil.

 

Jenice Pizão

Professora aposentada e uma das fundadoras do Movimento Nacional das Cidadãs PositHIVas, passou treze anos se dedicando quase integralmente a ele. Entre os trabalhos mais marcantes, Jenice participou do Saber Para Reagir, patrocinado pelo Unaids (Fundo das Nações Unidas sobre HIV/Aids) com apoio de outros organismos internacionais e do Ministério da Saúde.

 

 

 

Veriano Terto

Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1985), mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1989) e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1997). Foi coordenador de projetos e coordenador geral da ABIA (1989-2012), com foco nos seguintes temas: hiv/aids, políticas públicas, direitos humanos, homossexualidade e sexualidade. Entre 2002 e 2004, foi pesquisador-visitante no Núcleo de Pesquisas em Antropologia do Corpo e da Saúde do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NUPACS/PPGAS/UFRGS.  Foi também professor visitante do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IESC/UFRJ (2013-2015). Atualmente, é vice-presidente da ABIA.

Alessandra Nilo 

Coordenadora-geral e uma das fundadoras da Gestos, é jornalista, roteirista e cineasta, pós-graduação em Diplomacia e Negócios Internacionais (2018) pela Faculdade Damas de Relações Internacionais. Desde 2001 representa a sociedade civil brasileira na Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre AIDS (UNGASS-AIDS), em Nova York – construindo articulações nacionais e internacionais que elevaram a atenção dada a políticas internacionais, como orientação para o monitoramento de políticas e ações nacionais e locais. Desenvolveu, em 2003, a plataforma do Fórum UNGASS-AIDS no Brasil. Representou a sociedade civil nas delegações nacionais brasileiras nas Reuniões de Alto Nível sobre o HIV e participou de delegações da Comissão sobre o Status da Mulher, da Comissão sobre População e Desenvolvimento e das negociações da Agenda 2030 na ONU.

 

Marta McBritton

Presidente e uma das fundadoras (1995) da ONG Instituto Cultural Barong (www.barong.org.br), instituição cuja missão é a promoção da saúde sexual e prevenção das DST/Aids, hepatites, gravidez inesperada.

 

 

 

 

 

Jacqueline Côrtes

É integrante do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas (MNCP) e do  Movimento Latino-americano e do Caribe de Mulheres Positivas (MLCM+). Mulher transgênero, mãe e soropositiva, também já atuou no Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). No filme “Meu Nome é Jacque”,  sua história fica evidente ao retratar o longo caminho percorrido por Jacque rumo à sua identificação como mulher trans à descoberta, em 1994, de que vivia com HIV.

 

 

 

Jean Carlos Dantas

Psicólogo pela UniPaulistana. Representante da Coordenação Estadual DST Aids na Comissão de DST AIDS e hepatites virais do Conselho Estadual de Saúde e Comissão Municipal DST AIDS do Conselho Municipal de Saúde. É diretor do Núcleo de articulação com sociedade civil organizada e assessor da gerência de planejamento do CRT DST AIDS-SP.

 

 

 

Maria Clara Gianna

Médica sanitarista formada pela Faculdade de Medicina da Santa Casa, São Paulo, em 1985. Foi diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids-SP entre 1989 e 1994, técnica da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Programa Estadual DST/Aids-SP entre 1988 e 1989. Foi também coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP entre 1994-1995, coordenadora adjunta do Programa Estadual DST/Aids-SP, entre 1995 e 2004. De 2005 a 2017, foi coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP, Secretaria de Estado da Saúde. De 2017 até a presente data é coordenadora adjunta do Programa Estadual DST AIDS-SP.das DST/HIV/aids nas escolas. De 2017 até a presente data é coordenadora adjunta do Programa Estadual e do CRT.

Adele Benzaken

Dra. Adele Benzaken é infectologista e ex-diretora do Departamento de IST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Foi diretora da Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia “Alfredo da Matta”, em Manaus, e oficial do Programa Nacional do Unaids/Brasil. Atualmente exerce suas atividades também como diretora Regional para América Latina da International Union Against Sexually Transmitted Infections (IUSTI), é membro do comitê de certificação da eliminação da sífilis e do HIV da OPAS-Organização Pan-Americana de Saúde e diretora médica do programa global da AHF.

 

Ariadne Ribeiro

Ariadne é mãe, mulher transexual e vive com HIV há 20 anos. Hoje atua como assessora de apoio comunitário para o Unaids no Brasil.  Ela tem grande experiência em prevenção do HIV e adesão ao tratamento antirretroviral entre populações-chave com sinergia de vulnerabilidades, incluindo pessoas em situação de rua, usuários de álcool e outras drogas, travestis, transexuais e trabalhadoras do sexo. Ariadne é professora universitária, mestre e doutoranda em Psiquiatria e Psicologia Médica na Unifesp. Auxiliou na formação da rede básica de saúde do Município de São Paulo para a atenção à população trans.

 

 

Confira a programação

9h30 – Impacto do Corona vírus no cotidiano das pessoas que vivem com HIV/Aids

Participação:  Américo Nunes (Mopaids); Drew Persi (ator e criador de conteúdo digital); Jenice Pizão (ativista)

Mediação: Marina Vergueiro (jornalista e poeta)

 

11h30 – Lições aprendidas com a pandemia da Aids/HIV que podem ser utilizadas na nova pandemia da Covid – 19

Participação:  Veriano Terto (ABIA); Alessandra Nilo (Gestos)

Mediação: João Geraldo Netto (youtuber e estrategista de marketing digital)

 

14h30- Mobilização da Sociedade Civil e apoio às populações vulneráveis

Participação: Marta McBritton (Barong), Jacqueline Côrtes (Cidadãs Posithivas) e Jean Carlos Dantas (CRT – DST/Aids)

Mediação: Juny Kraiczyk (psicóloga)

 

16h30- Covid 19 e HIV: Impactos globais e nas gestões públicas

Participação: Ariadne Ribeiro (Unaids), Maria Clara Gianna (CRT/ Aids SP), Adele Benzaken (ex- Depto. Nacional de DST/aids)

Mediação: Fabi Mesquita (jornalista)

O webinário faz parte de uma série de ações que a Agência Aids vai realizar neste Dia Mundial de Luta Contra Aids. O evento tem o apoio da DKT do Brasil, da GSK/ViiV, do Senac São Paulo e do Fundo Positivo.

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Redação da Agência de Notícias da Aids

 

Dica de Entrevista

Produção Mauricio Barreira

Tel.: (11) 99121-0519