A 10ª Conferência do IAS sobre Ciência do HIV chegou ao fim na noite dessa quarta-feira (24), na Cidade do México. Na ocasião, a International Aids Society anunciou que o professor Hendrik Streeck é o novo presidente científico local da 11ª Conferência da IAS sobre Ciência do HIV (IAS 2021), que acontece em Berlim, Alemanha, de 18 a 21 de julho de 2021.

“Como Berlim já foi dividida, o HIV continua a dividir as sociedades, deixando muitos pacientes para trás. Em Berlim, queremos mudar essa narrativa de uma vez por todas”, disse Hedrik. “Esforços colaborativos estão em andamento para trabalhar novas estratégias de prevenção e cura do HIV, bem como as mais recentes opções de tratamento.”

Berlim sediou a 9ª Conferência Internacional de Aids em 1993, mas esta é a primeira vez que a cidade sediará a Conferência do IAS sobre Ciência do HIV. “Hospedar a IAS 2021 em Berlim será uma oportunidade importante para avaliar o progresso na identificação, tratamento e cuidado de pessoas vivendo com HIV em toda a região europeia”, adicionou Hendrik.

O professor Hendrik é diretor do Instituto de Pesquisa em HIV do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Duisburg-Essen, na Alemanha. Já o Dr. Adeeba Kamarulzaman foi nomeado como Diretor Científico Internacional da IAS 2021.

Em março de 2015, Hendrik tornou-se presidente do Instituto de Pesquisa em HIV e atualmente lidera o maior estudo sistemático para entender a viabilidade de conduzir um estudo de vacina na Europa e para entender a epidemia de infecções sexualmente transmissíveis.

“Estou honrado em trabalhar com Hendrik para criar um programa científico diversificado e robusto”, disse Adeeba Kamarulzaman.

A ativista Jacquelyne Alesi disse que “vimos nos últimos três dias que a ciência não pode ser apenas para os ricos , mas sim para todas as pessoas, incluindo indígenas, profissionais do sexo e LGBT, ninguém deve ser deixado para trás. Precisamos garantir que todas as pessoas tenham acesso aos benefícios que vemos aqui. Além disso, o I=I é uma das sentenças mais inspiradoras e motivadoras, não somos vetores de doenças, somos seres humanos”.

“A morte mulheres transexuais precisa parar, além disso precisamos entender que trabalho sexual é trabalho”, disse ao ressaltar também a importância do financiamento para que a luta contra a aids possa continuar. “Não queremos perder essa luta só porque não há dinheiro.”

“A epidemia não acabou. E espero que vocês entendam que a ciência não é apenas para os ricos, mas sim para todo mundo. Precisamos de um mundo livre do estigma e da aids.”

Jéssica Paula (jessica@agenciaaids.com.br)