Carol Iara e Bancada Feminista protocolam projeto de lei de mudança de nome de delegacia - Esquerda Online

Carol Iara, conhecida por sua luta incansável em prol de causas urgentes e por ser pioneira em muitos espaços de representatividade, tem uma trajetória marcada por desafios e conquistas significativas. No atual cenário político, cada vez mais diverso, a representatividade em espaços de decisão se torna crucial. A candidatura de Carol Iara destaca várias bandeiras: mulher intersexo, negra, periférica, travesti, LGBTI+, vivendo com HIV e candomblecista. Ela também é mestra em Ciências Sociais e poetisa.

Com uma carreira política que já a levou a cargos de destaque, Carol foi co-vereadora do município de São Paulo em um mandato coletivo e, mais recentemente, co-deputada estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), representando a Bancada Feminista do PSOL. É a primeira parlamentar em São Paulo a assumir publicamente a sorologia positiva para o HIV. No entanto, sua história está longe de terminar. Com planos de retornar à Câmara Municipal de São Paulo, ela deseja continuar sua trajetória de luta e inclusão.

Na série especial “Eleições 2024” da Agência Aids, Carol Iara é  destaque por seu compromisso profundo com a inclusão da população LGBTQIA+, com ênfase nas pessoas trans e nas que vivem com HIV/aids. Seu olhar atento para as desigualdades sociais e as políticas públicas é fundamental para a vida de minorias historicamente marginalizadas.

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Ela é mais do que uma ativista; Carol é uma voz que ressoa nas questões que mais importam, buscando não apenas a visibilidade, mas a efetivação de direitos e a promoção de mudanças significativas na sociedade. 

Trajetória de luta e compromisso social

Mulher intersexo, negra, travesti, HIV positiva e CoVereadora de São Paulo

Carol começou sua trajetória política impulsionada por uma paixão inabalável em defender direitos desde muito jovem. “A militância começou cedo. Cresci em um bairro que se formou por meio da política social, do movimento pela moradia e do mutirão da casa própria, durante os governos Covas e Erundina. Isso me fez crescer em um ambiente de militantes e reuniões de movimentos e cooperativas. Sou filha da classe trabalhadora da região de Sapopemba”, explica.

Aos 15 anos, começou a explorar sua travestilidade e identidade, além de descobrir que era intersexo, embora na época não houvesse discussão sobre o tema. “Essas descobertas me levaram a integrar coletivos periféricos dos movimentos sociais do bairro”, acrescenta.

Durante seu mandato, Carol Iara atuou em frentes parlamentares importantes, lutando por pautas LGBTs e pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/aids, destinando emendas para esses setores. “O balanço que faço desses anos é positivo; consegui produzir iniciativas significativas”, afirma sobre seu tempo como vereadora. Ela observa que sua primeira candidatura ocorreu durante a pandemia de covid-19, um contexto que transformou a realidade política. “A pandemia nos fez ver um novo mundo; tudo era mais virtual. Em 2022, vivemos um cenário pós-pandemia, mas agora enfrentamos novos problemas, como queimadas, agrotóxicos e violência política”, destaca.

Carolina também salienta que, pela primeira vez, há uma discussão natural sobre a presença de travestis e mulheres negras na política. “Não queremos apenas uma candidatura representativa, mas várias que abranjam essas pautas”, afirma.

Ela percebe o cenário político atual como complexo e desafiador, com a violência política em alta. “A cada dia, surgem imprevistos que mudam os rumos da eleição. O que antes poderia estar definido agora é incerto”, observa.

Meio Ambiente e emergência climática

A ativista enfatiza a importância de promover mudanças efetivas nas políticas públicas. “Minha função é propor questões, pressionar e fiscalizar o poder público para que não normalize o ar tóxico e a chuva ácida”, afirma, ressaltando a urgência de uma gestão ambiental responsável. 

Sobre desmatamento e especulação imobiliária, ela defende um planejamento urbano que respeite os direitos da população e do meio ambiente. “Desmatam e colocam fogo por buracos na legislação, visando a ocupação para especulação imobiliária”, critica.

Fome e insegurança alimentar

A luta contra a fome e a insegurança alimentar são prioridades em sua agenda. Carol Iara destaca que milhares de pessoas, incluindo muitas que vivem com HIV, enfrentam a fome, o que compromete o tratamento antirretroviral. Ela critica a falta de continuidade em políticas de combate à fome em São Paulo e defende um fundo municipal e a gestão de cozinhas solidárias.

Outra proposta é a criação de políticas públicas voltadas à população vivendo com HIV/aids, por meio da Frente Parlamentar de IST/HIV/Aids, reforçando a necessidade de uma política de aids forte.

Mercado de trabalho

A inclusão das populações vulneráveis no mercado de trabalho é uma bandeira que ela defende com fervor. “Minha principal preocupação é com a população trans, que enfrenta dificuldades de inserção no mercado de trabalho e na conclusão do ensino fundamental. O programa Transcidadania precisa ser fortalecido”, destaca.

Ela propõe a criação de feirões de empregabilidade voltados para a população LGBTQIA+, especialmente trans, e sugere estimular empresas a contratar essas pessoas por meio de dedução de impostos e reserva de vagas. No entanto, alerta para os desafios do conservadorismo. “Não adianta ter boas propostas se não lidarmos com essa realidade”, ressalta.

População em situação de rua

Carolina reforça sua preocupação com a população vivendo com HIV, muitos dos quais enfrentam fome e insegurança alimentar, e grande parte vive nas ruas. Se eleita, ela planeja colaborar com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para organizar ações voltadas para essa demanda, sempre com um olhar equitativo e sensível. “Se a extrema-direita assumir a prefeitura, será muito mais difícil implementar as políticas que proponho”, alerta.

Continue acompanhando a cobertura da Agência Aids para saber mais sobre a candidatura de Carol Iara (PSOL) e outras candidaturas que discutem questões e propostas para a população vivendo com HIV/aids e os Direitos Humanos.

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)

Dica de entrevista

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