Uma pesquisa inédita da Associação Paulista de Medicina (APM) e da Global Summit Telemedicine & Digital HealthMais revelou que 82,65% dos médicos paulistas usam tecnologias no dia a dia para a assistência aos pacientes. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (4), no Global Summit Telemedicine & Digital Health, em São Paulo.

De acordo com a APM, foram ouvidos 1.614 profissionais, por meio de questionário online, entre 15 e 25 de março de 2019. A maioria (78,69%) é favorável à utilização do WhatsApp e ferramentas semelhantes na relação com os pacientes.

“É urgente a normatização da telemedicina no Brasil.  A tecnologia faz parte do dia a dia e se não for usada com responsabilidade teremos consequências graves, como o aumento da judicialização da saúde e a falta da garantia do sigilo de dados”, disse o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral.

O médico Antonio Carlos Endrigo também defendeu a definição de regras para a telemedicina. “Como não tem uma resolução que regule isso, os profissionais se apoiam em qualquer coisa que facilite essa relação. O uso desprotegido expõe médicos e pacientes a situações de risco.”

Em fevereiro, o Conselho Federal de Medicina publicou uma resolução com novas regras para a prática da telemedicina no país. A medida foi revogada 12 dias depois. Segundo comunicado divulgado na época, a decisão aconteceu após protestos de médicos e entidades.

A regulamentação trazia, entre outros pontos, regras para o atendimento médico usando tecnologia, troca de informações de diagnóstico e telecirurgias.

Hoje, são válidas as regras de 2002 sobre o tema, que definem que a telemedicina pode ser usada para assistência, educação e pesquisa em Saúde e não mais para a prevenção de doenças, lesões e promoções de saúde.

A pesquisa da APM destacou ainda a insatisfação da classe médica paulista sobre o tema. Para 76,52%, os médicos não foram devidamente consultados pelo CFM na elaboração da medida. Ao mesmo tempo, 98,7% concordam que as soluções digitais trazem avanços para o atendimento aos pacientes.

Os médicos estão divididos sobre teleconsultas e teleprescrições. 84,57% dos entrevistados são favoráveis que as informações de saúde dos pacientes sejam disponibilizadas em nuvem digital, com proteção de dados, mas acessíveis aos médicos.

Questionados sobre o tratamento que o Mistério da Saúde dá ao tema: 93% responderam que a pasta não dissemina as novas tecnologias com a agilidade que deveria.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids