“Life above profit” (Vida acima do lucro) e “Access to dolutegravir now” (Acesso ao dolutegravir agora) eram algumas das frases estampadas em cartazes erguidos por ativistas de diversas partes do mundo, nesta quarta-feira (24), durante um protesto na Aids 2024.

Aos gritos, os manifestantes marcharam em direção a sala de imprensa, protestando contra as farmacêuticas GSK/ViiV. Eles pedem mais conscientização sobre a vida das pessoas com HIV/aids e a liberação da patente do dolutegravir. Este medicamento é um inibidor de integrase de última geração, crucial para impedir a replicação viral, oferecendo um avanço significativo no tratamento do HIV/aids.

Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como tratamento principal, inclusive para mulheres grávidas, o dolutegravir foi aprovado para uso nos Estados Unidos desde 2013.

Na Colômbia, por exemplo, o país decretou licença compulsória do medicamento, permitindo o acesso a versões genéricas. No entanto, os ativistas alegam que a GSK está tentando impedir que a Colômbia adquira mais acessíveis do dolutegravir.

Aos gritos, os militantes diziam que o dolutegravir deveria estar disponível para todos, sem as barreiras impostas para a aquisição do medicamento a preços acessíveis.

No Brasil, o dolutegravir faz parte da primeira linha de tratamento e é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017.

A Agência Aids tentou contato com a empresa, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno. O espaço para a resposta continua aberto.

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)

* A Agência de Notícias da Aids está cobrindo esta edição da Conferência com o apoio do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde e da Coordenadoria Municipal de IST/Aids de São Paulo. Os portais de notícias IG, Catraca Livre e a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) também receberão informações sobre o evento.