A mesa do eixo 3 da 17ª Conferência Nacional de Saúde, “Garantir direitos, defender o SUS, a vida e a democracia”, aconteceu nessa segunda-feira (3). Contando com a participação exclusiva de mulheres, a mesa teve como palestrantes Emanuela Nascimento, Ana Lúcia Paduello e Rachel Gouveia. A coordenação foi de Elaine Junger Pelaez e Madalena Teixeira.

Emanuela Nascimento, que é psicóloga e atua em dois coletivos em Paulista (PE), afirmou que movimentos sociais e controle social são essenciais para a promoção da saúde e da vida. Falando sobre luta comunitária, a palestrante disse que “o sujeito de direito necessita de políticas públicas efetivas e de qualidade, com condições estruturais adequada para todos”. Emanuela Nascimento relembrou as dificuldades vividas na pandemia da Covid-19 e que as ações dos movimentos populares foram fundamentais, em um momento de “agravamento das vulnerabilidades sociais e de aumento da violência”.

A psicopedagoga e conselheira nacional de saúde Ana Lúcia Paduello falou sobre o direito à saúde garantido pela Constituição de 1988, ressaltando que “(o direito) é para todas e todos, independente da condição socioeconômica, estando nesse território, com acesso igualitário, com integralidade”.

De acordo com Ana Lúcia Paduello, “defender o SUS é defender a vida e a democracia, para reduzir desigualdades, priorizando quem mais precisa, na defesa da igualdade e da justiça social’.

A professora da UFRJ e assessora técnica do Departamento de Saúde Mental do MS, Rachel Gouveia, falou sobre o lema da Conferência, observando que “o amanhã chegou, o amanhã é hoje, e estamos aqui na Conferência, nesses quatro dias, para discutir propostas para esses quatro anos”. “Precisamos pensar nas diferenças regionais e territoriais, e na diversidade da população brasileira. A política precisa demarcar essa sociedade plural”, completou.

Refletindo sobre os participantes da 17ª Conferência Nacional de Saúde, sobre a conquista coletiva histórica que é o SUS, e reverenciando as pessoas que fizeram parte da construção, a palestrante afirmou que é importante deixar um legado e que “vamos ser lembrados em Conferências futuras como quem defendeu a democracia e o SUS”, concluiu.

Realizadas desde 1941, as Conferências Nacionais de Saúde são espaços de participação popular e diálogo com a sociedade. A edição de 1986, por exemplo, foi um dos momentos mais importantes para a elaboração e criação do SUS. Atualmente, o encontro é realizado a cada quatro anos.

Assista na íntegra os debates dos eixos 3 e 4 da Conferência:

Maria Thereza Reis, especial para a Agência Aids