O carnaval está chegando, muitas festas, bloquinhos, desfiles e paqueras. Essa folia marca uma grande identidade do nosso país. É importante se divertir, beber, beijar na boca, mas tudo com muita responsabilidade. Prevenir é viver o Carnaval. Não importa se você vai curtir a festa ao ritmo de samba, axé, frevo, marchinhas e forró, o legal é ficar ligado a todas as estratégias de prevenção. A primeira dica é maneirar no consumo de álcool, se hidratar e levar alguns pacotes de camisinha por onde for. Afinal, essa época do ano sempre é boa para dar uns amassos, não é verdade?

Mas não coloque a camisinha dentro da capinha do celular, pois pode esquentar com o calor e estourar durante o uso, além de perder a lubrificação.

A Prevenção Combinada vai muito além do preservativo, ela associa diferentes métodos conforme as características e o momento de vida de cada pessoa. Entre os métodos que podem ser combinados, estão: a testagem regular para o HIV, que pode ser feita gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS); a prevenção da transmissão vertical (quando o vírus é transmitido para o bebê durante a gravidez); o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis e das hepatites virais; a imunização para as hepatites A e B; programas de redução de danos para os usuários de álcool e outras substâncias; a profilaxia pré-exposição (PrEP); profilaxia pós-exposição (PEP); e o tratamento de pessoas que já vivem com HIV. É bom lembrar que uma pessoa em tratamento, com carga viral indetectável, não transmite o víris. Além disso, quem toma o medicamento corretamente, não adoece e mantém a sua qualidade de vida. Todas essas métodos podem ser utilizados pela pessoa isoladamente ou combinados.

A “PEP” é um tratamento que pode diminuir em quase 100% as chances de infecção, mesmo após a exposição ao vírus. Ele deve ser feito, preferencialmente, nas primeiras duas horas após a exposição, e no máximo em até 72 horas. A pessoa vai tomar medicamentos durante 28 dias.

Já a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) consiste na tomada diária de comprimidos que inibem a atividade do HIV no organismo.

Os remédios, no entanto, não dispensam o uso da camisinha nas relações sexuais — até porque só funcionam para o HIV. Eles não protegem de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, a gonorreia e as hepatites. E a profilaxia também não é para todos os casos.

Vamos brindar o carnaval, mas não esqueçamos de nos proteger e pensarmos em nós em primeiro lugar. Também há de se ter respeito com o próximo e entender que “não é não”, viu meninos? Que seja um carnaval divertido para todos nós e nunca se esqueça: coração e cérebro sempre juntos.

 

* Regiane Garcia é psicóloga, com especialização em sexualidade e Licenciatura em História. Atua na área social com o Instituto Social Barong, organização não governamental que trabalha com prevenção às IST/HIV/aids e saúde sexual e reprodutiva.