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Neste período festivo de fim de ano é importante não deixar de lado os cuidados com a saúde, especialmente aqueles que enfrentam desafios específicos, como é o caso das pessoas vivendo com HIV/aids. As celebrações podem trazer alegria, mas também exigem cautela para garantir que todos possam desfrutar do espírito festivo de maneira segura e saudável. O consumo excessivo de álcool e outras drogas, o sexo desprotegido, ou no caso de quem vive com HIV, o abandono da medicação antirretroviral são exemplos de descuido com a saúde. Pensando nisso, a Agência Aids conversou com a infectologista Ana Elisa Almeida, do Rio de Janeiro (RJ), que trouxe dicas de como manter a saúde durante as comemorações.

Segundo a especialista, os períodos festivos podem sim trazer desafios adicionais para quem vive com HIV/aids. Por isso, a gestão adequada da saúde torna-se importante, considerando os potenciais impactos físicos e emocionais associados às festividades. A médica disse que vale adotar estratégias para garantir que a saúde seja priorizada, mantendo uma abordagem equilibrada para lidar com as demandas desta temporada de celebração e continuidade da terapia antirretroviral que deve ser diária e ininterrupta.

Alimentação equilibrada

Dra. Ana Elisa destaca que manter uma alimentação saudável é importante para fortalecer o sistema imunológico, algo particularmente relevante para quem vive com o HIV/aids. Durante as festas, é comum ceder a tentações culinárias, mas equilibrar o que ingerir com escolhas nutricionais conscientes faz toda a diferença. Longe de uma abordagem restritiva, o que a especialista sugere é evitar exageros e apostar em um cardápio o mais colorido possível, rico em proteínas e nutrientes essenciais. “É algo que todos precisamos estar alertas, mas focando nas pessoas vivendo com HIV, acabamos dando uma maior atenção, pois o vírus em si pode causar repercussões cardíacas e aterosclerose, formando placas de gordura nos vasos, isso só pela presença do vírus. Então, é importante que não seja negligenciada a boa alimentação e a atividade física nesse período”, orientou.

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“Se possível evitar pão, farofa em excesso, mas comer proteína à vontade…”, exemplificou.

Beba com moderação

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Falando de consumo alcoólico, bebidas alcoólicas igualmente devem ser moderadas. “Alguns pacientes perguntam se podem beber uma cerveja e a gente não vai contra indicar a bebida alcoólica, mas estudos já mostram que o alto consumo, além do que é socialmente aceitável, faz com que essas pessoas acabem com carga viral detectável em relação a outras, porque altera o metabolismo da terapia antirretroviral no fígado. Não precisa ficar sem beber, mas beba sem excesso. Por exemplo, duas taças de espulmante, uma lata de cerveja…”

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“Além disso, o excesso de consumo de bebida alcoólica também pode contribuir para que a administração da medicação seja esquecida. Para minimizar esse problema, uma sugestão é utilizar recursos como despertadores diários para lembrar de tomar o medicamento; muitas farmácias vendem estojos com os dias da semana e compartimentos específicos para cada dose, eles já são adaptados para quem faz uso de remédios controlados. Essa prática facilita o acompanhamento diário, permitindo verificar se a dose foi ou não administrada.”

Conte com uma rede de apoio

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Sabendo que nem todos têm a mesma oportunidade de desfrutar de uma ceia de Natal ou conseguir reunir família e amigos, gatilhos emocionais podem ameaçar a saúde mental de forma mais significativa neste período. Angústia, solidão ou ansiedade são exemplos de sentimentos que acometem a todos, mas nestes momentos específicos geralmente é mais intenso, então, de acordo com a dra. Ana Elisa, poder contar com apoio emocional é essencial.

Dê atenção à saúde mental, buscando suporte emocional e profissional quando necessário. “Temos suporte no SUS, se precisar pode tentar procurar por atendimento psicológico, ou pelos próprios centros especializados em serviços em saúde mental para encontrar um psicólogo […] você pode até mesmo conversar com seu médico infectologista…’’

Ela continuou: “Desde o início da epidemia de aids, a gente evoluiu bastante em termos de diagnóstico e tratamento; o prognóstico hoje é totalmente diferente para uma pessoa com HIV, mas infelizmente o estigma e o preconceito persistem.”

A especialista entende que essa angústia, muitas vezes intensificada em datas comemorativas, também pode vir desse desconhecimento sobre sua condição e expectativa de vida; por isso, segundo ela, munir-se de informações corretas pode ser reconfortante e um ato de empoderamento.

Não interrompa a atividade física

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Manter a prática regular de atividade física durante o período de fim de ano é um tópico para a manutenção do bem-estar global. Em meio às festividades e às celebrações, é comum interromper os exercícios, mas é exatamente nesses momentos que a atividade física desempenha um papel importante. Além de ajudar a controlar os impactos dos excessos alimentares comuns nessa época, o exercício contribui para aliviar o estresse associado às demandas festivas. “Faça uma atividade física que goste ou uma caminhada…”, falou.

A dica da especialista para as pessoas que não conseguem sair de casa para praticar atividades físicas é, se possível, adaptar a prática para a sua realidade. Encontrar formas de se exercitar na rotina diária, como subir e descer escadas repetidamente.

Segundo ela, podemos dizer que o básico funciona e o segredo é equilíbrio. Nesse contexto, equilíbrio refere-se não apenas à variedade de alimentos, mas também à moderação e à consciência nas escolhas alimentares e outras escolhas. Dra. Ana Elisa reforça uma abordagem não proibicionista e entende que não é necessário recorrer a estratégias complexas ou extremas.

Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)

Dica de entrevista

Dra. Ana Elisa

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