A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) informou que entrega hoje ao PNI (Plano Nacional de Imunização) um lote de 1,7 milhão de doses de vacina Astrazeneca/Oxford contra a covid-19. No total, 15 milhões de doses deverão ser entregues até o fim de setembro, segundo informou a fundação.

O Rio de Janeiro, onde está localizada a fábrica da vacina, receberá diretamente 50 mil doses. O restante será distribuído a todos os estados e municípios pelo Ministério da Saúde. A fundação prevê outras distribuições ao longo da semana.

A última entrega da Fiocruz ao PNI foi em 27 de agosto, quando 3,5 milhões de vacinas foram liberadas. A pausa de mais de duas semanas aconteceu porque o lote mensal do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) só chegou nos dias 25 e 30 do mês passado.

Considerando as três semanas para produção e controle de qualidade, a fundação já previa retomar as entregas nesta semana. Apesar de ao menos cinco estados terem registrado falta da Astrazeneca para segunda dose, inclusive o Rio de Janeiro, a Fiocruz afirma que a quantidade de vacinas entregues até então e a previsão deste mês afastam a ideia de escassez.

Em nota, a fundação afirmou que “é responsável pela produção e entrega das vacinas ao Ministério da Saúde, que as distribui para os estados e estes aos municípios, cabendo aos gestores a decisão sobre o uso das doses”.

Em resposta à reportagem, a fundação reiterou que não sabe detalhes sobre a distribuição.

Falta de Astrazeneca para 2ª dose

Na última semana, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e o Rio Grande do Sul registraram falta de Astrazeneca para a segunda dose. Procurado pelo UOL na última semana, o Ministério da Saúde justificou que “não deve quantitativo de segunda dose das vacinas covid-19 a nenhum estado brasileiro”.

Os estados, no entanto, dizem que a Saúde não enviou o número de doses necessárias.

O Rio de Janeiro, por exemplo, não havia previsão de recebimento de doses até hoje, mas afirma que o esquema vacinal não deve ser prejudicado, pois há autorização para aplicar Pfizer como segunda dose em quem recebeu Astrazeneca na primeira aplicação.

Em relação a São Paulo, o Ministério da Saúde afirma que “o estado utilizou como primeira dose vacinas destinadas à dose dois”. Ao UOL, o secretário-executivo de Saúde, Eduardo Ribeiro, responsável pela logística de vacinas no estado, afirma que São Paulo tem um calendário de vacinação próprio, modelado seguindo as complexidades de cada município.

“As doses são encaminhadas progressivamente, ninguém ‘guarda’ dose. Não tem diretriz do ministério de mandar mil doses, para aplicar 500 e guardar por três meses 500 doses. Mesmo porque a validade [das vacinas] não permite. É notória a dificuldade do produtor [Fiocruz] de honrar com compromisso e entendo que coloca o ministério em dificuldade. Não estamos para criar cavalo de batalha, buscamos solução”, disse.

Fonte: UOL